quinta-feira, 9 de outubro de 2025

"Mestre do apocalipse" ganha o Prêmio Nobel de Literatura

 O escritor húngaro László Krasznahorkai ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 2025 por "sua obra convincente e visionária que, no meio de um terror apocalíptico, reafirma o poder da arte", anunciou hoje em Estocolmo, na Suécia, o comitê responsável pela premiação. Ele só tem um livro publicado no Brasil, Sátántangó, o Tango de Satã.

"László Krasznahorkai é um grande escritor épico na tradição da Europa Oriental de Franz Kafka a Thomas Bernhard, e é caracterizado pelo absurdismo e o excesso grotesco. Mas há mais cordas no seu arco, e ele também ao adotar um tom mais contemplativo, finamente calibrado", declarou o comitê. É mais conhecido no mundo anglo-saxão, onde recebeu o Booker Prize em 2015.

O autor premiado nasceu em 1954 em Gyula, na Hungria, perto da fronteira a Romênia na região da Transilvânia, terra do personagem de ficção Conde Drácula, inspirado pelo príncipe Vlad, o Impalador, que usou o terror na luta contra a expansão do Império Otomano no século 15. Filho de uma família vista como "burguesa", sofria preconceito das autoridades comunistas.

Com a abertura política da Era Gorbachev, em 1987, vai para Berlim. Depois da queda do Muro de Berlim, ele viaja pelo mundo inteiro. Nos anos 1990, faz várias viagens à Ásia e se fixa em Berlim. Fica um tempo em Trieste, na Itália para fugir da atmosfera neofascista criada pelo primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán.

Entre suas influências, estão os escritores Franz Kafka, Herman Melville, Nikolai Gogol e Samuel Beckett. Leu Kafka desde o infância. Talvez o mais influente desses autores seja Melville, autor de Moby Dick, a luta do homem com a natureza representada por uma baleia. A escritora norte-americana Susan Sontag o comparou a este "mestre do apocalipse".

Seus romances se caracterizam sobretudo pelos aspectos sombrios e obscuros. De acordo com o jornal francês Le Monde, o sentimento de um fim iminente rivaliza com a falta de esperança, a entropia e a vaidade dos messianismos teológico ou secular. Para Krasznahorkai, "o homem é um monstro."

Krasznoharkai escreve com frases longas. Seus monólogos às vezes se estendem por centenas de páginas como em Melancolia da Resistência. Seu compositor favorito é Johann Sebastian Bach. Ele gosta de jazz e rock, mas acredita que a música entrou em declínio depois do barroco.

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