Enquanto o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarava na Casa Branca que os palestinos que quiserem podem ficar na Faixa de Gaza, o ministro da Defesa, Israel Katz, anunciou ontem a intenção de concentrar a população palestina, de mais de 2 milhões de pessoas, numa zona na cidade de Rafá, junto à fronteira com Egito, dando-lhes a opção de sair do território.
Seria uma limpeza étnica, que pode ser enquadrada como crime de guerra ou crime contra a humanidade, depois do uso da fome como arma de guerra, o que caracteriza genocídio, como afirmou o historiador Omer Bartov, ex-soldado do Exército de Israel, hoje professor e especialista no Holocaustro da Universidade Brown, nos Estados Unidos em entrevista à televisão britânica BBC.
Sem dar maiores detalhes, o presidente Donald Trump afirmou que vários países do Oriente Médio estariam dispostos a receber palestinos, mas nada indica que os principais aliados árabes dos Estados Unidos – Egito, Jordânia e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico – concordem em esvaziar Gaza para fazer o jogo de Israel.
A grande questão no momento é como chegar a um cessar-fogo com o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) capaz de levar à libertação dos reféns israelenses e ao fim da guerra iniciada pelo grupo terrorista em 7 de outubro de 2023, quando cerca de 1,2 mil israelenses e estrangeiros foram mortos e mais de 250 sequestrados.

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