sexta-feira, 17 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 17 de Maio

FIM DA SEGREGAÇÃO NAS ESCOLAS

    Em 1954, a Suprema Corte dos Estados Unidos considerou inconstitucional a segregação racial nas escolas públicas.

No caso Brown v. Conselho de Educação de Topeka, no estado do Kansas, Linda Brown, uma menina negra reclama por não conseguir se matricular numa escola do ensino fundamental por causa da cor da pele.

O supremo tribunal norte-americano derruba na prática uma decisão de 1896. No caso Plessy v. Ferguson, a Suprema Corte considera que acomodações "separadas, mas iguais" em trens estão de acordo com a 14ª Emenda à Constituição dos EUA, que garante proteção igual perante a lei. Esta decisão serve de base durante décadas para a segregação em espaços públicos, inclusive em escolas.

A escola para brancos onde Linda Brown quer se matricular é muito melhor que a escola para negros mais próxima e fica quilômetros mais perto de sua casa. A Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) abraça a causa. Em 1954, o caso chega à Suprema Corte.

O advogado da NAAP é Thurgood Marshall, que seria o primeiro ministro negro da Suprema Corte. Em nome da maioria, o presidente do tribunal, Earl Warren, escreve que "separado, mas igual" era inconstitucional não apenas no caso de Linda Brown, mas em todos os casos porque a segregação institucional deixa uma marca de inferioridade nos estudantes negros.

Um ano depois, a Corte estabelece as diretrizes para que as escolas promovam a inclusão educacional com a maior rapidez possível. 

CASAMENTO GAY

    Em 2004, Massachusetts se torna o primeiro estado dos Estados Unidos a legalizar o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Durante séculos, as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexto são reprimidas, consideradas crime e desordem mental.

No início do século 21, os países que ainda criminalizam essas relações são sociedades conservadoras, principalmente teocracias islâmicas e alguns países da África e da Ásia, muitos sob leis da era do colonialismo europeu.

Em 1989, a Dinamarca se torna o primeiro país a legalizar o registro civil da união de pessoas do mesmo sexo; o casamento gay é legalizado em 2012. A chamada união civil passa a ser legal na Noruega (1993), na Suécia (1995), na Islândia (1996), na Holanda (1998), no Reino Unido (2005) e na Irlanda (2011).

O Canadá (2005) é o primeiro país de fora da Europa a legalizar o casamento gay, seguido pela África do Sul (2006), Argentina (2010) e Nova Zelândia (2013). No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (2011) reconhece a constitucionalidade.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 16 de Maio

CASAMENTO REAL

    Em 1770, Luís, delfim (herdeiro do trono) da França, casa com Maria Antonieta, filha do imperador Francisco I, do Sacro Império Romano-Germânico, e da arquiduquesa Maria Teresa da Áustria, num casamento para fortalecer as relações entre inimigos históricos que acaba na guilhotina durante a Revolução Francesa de 1789.

O casamento começa mal. O delfim decide dar uma festa com fogos de artificio que termina em tragédia, com 132 mortes.

Com a morte do rei Luís XV, em 1774, seu neto ascende ao trono como Luís XVI. Ele é incapaz de resolver os problemas financeiros herdados do avô por causa da Guerra dos Sete Anos (1756-63), quando a França perde para o Império Britânico suas possessões na Índia e a maior parte das possessões na América do Norte.

A rainha é considerada extravagante, perdulária, dedicada aos interesses da Áustria e contrária à reforma da monarquia, alienando o regime do povo francês, que passa fome em invernos rigorosos.

A Revolução Americana, que leva à independência dos Estados Unidos em 1776, com o apoio da França, outra consequência da Guerra dos Sete Anos, desperta o interesse do povo francês pela democracia.

Quando estoura a Revolução Francesa, em 14 de julho de 1789, com a tomada da prisão real da Bastilha, Luís XVI escreve em seu diário: "Nada". Mais um dia de tédio real.

O casal resiste aos conselhos de reformar a monarquia. Em 1791, o rei e a rainha decidem fugir para a Áustria. São presos e levados para Paris, onde Luís XVI aceita uma nova Constituição que o torna uma figura decorativa.

Em agosto de 1792, ambos são presos. Em setembro do mesmo ano, começa a segunda fase da Revolução Francesa, o período da Convenção Nacional, que abole a monarquia e instaura um regime de terror sob o controle do Comitê de Salvação Nacional.

Sob a acusação de traição, ambos são condenados pelo tribunal revolucionário. Luís XVI é guilhotinado em 21 de janeiro de 1793 e Maria Antonieta em 16 de outubro do mesmo ano.

PRIMEIRA CERIMÔNIA DO OSCAR

    Em 1929, a Academia de Artes e Ciências do Cinema dos Estados Unidos realiza a primeira festa de entrega de prêmios aos destaques do ano, com cerca de 250 pessoas, num jantar no Hotel Roosevelt, em Hollywood, na Califórnia.

A academia, uma ideia de Louis Mayer, da poderosa companhia cinematográfica Metro Goldwin Mayer, nasce em maio de 1927. Seu primeiro presidente, o ator Douglas Fairbanks, é o mestre de cerimônias da primeira entrega das estatuetas douradas que mais tarde passam a ser chamadas de Óscars.

O som é a grande novidade do cinema na época, mas o filme The Jazz Singer, da Warner Brothers, não disputa o prêmio de melhor filme porque a concorrência com o cinema mudo é considerada desleal. 

O vencedor é Wings (Asas), de William Wellman, o filme mais caro até então, com orçamento de US$ 2 milhões. Conta a história de dois pilotos da Primeira Guerra Mundial (1939-45) que se apaixonam pela mesma mulher.

Aurora, do diretor alemão Friedrich Murnau, um dos grandes cineastas do cinema mudo, divide o prêmio de melhor filme.

O melhor ator é o alemão Emil Jannings, escolhido pela atuação em Tentação da Carne A Última Ordem. Janet Gaynor, de 22 anos, ganha o prêmio de melhor atriz por três filmes, Sétimo CéuAurora O Anjo das Ruas.

Charles Chaplin, o maior ator de todos os tempos, indicado para os prêmios de melhor ator, melhor roterista e melhor diretor de comédia, recebe um prêmio especial. Receberia o segundo, pelo conjunto da obra, em 1971.

A academia adota oficialmente o nome de Óscar para a estatueta em 1939. Uma versão não confirmada atribui o nome a Margaret Herrick, uma diretora-executiva da academia que a achou parecida com seu tio Oscar.

FIM DO LEVANTE DO GUETO DE VARSÓVIA

    Em 1943, com a destruição da última sinagoga, a Alemanha assume o controle sobre o Gueto de Varsóvia e acaba com a maior rebelião de judeus contra o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Mais de 13 mil judeus morrem no levante. Os sobreviventes são deportados para os centros de extermínio de Majdanek e Treblinka, na Polônia.

A guerra começa com a invasão da Polônia pela Alemanha, em 1º de setembro de 1939. Pouco depois, os nazistas encurralam os judeus da capital polonesa num gueto cercado por arame farpado, sob a vigilância da SS, o braço armado do Partido Trabalhista Nacional-Socialista da Alemanha (Nazista).

Mais de 500 mil judeus são confinados numa área de 340 hectares. Muitos morrem de fome e doença.

Em julho de 1942, os nazistas começam a aplicar no Pacto de Varsóvia a solução final, o plano genocida para exterminar o povo judeu aprovado na Conferência de Wannsee, em 20 de janeiro do mesmo ano. A cada dia, 6 mil judeus de Varsóvia são enviados para a morte em centros de extermínio.

Os nazistas declaram que os judeus estão sendo enviados a campos de trabalho, mas logo chega ao gueto a notícia de que deportação significa extermínio. Nasce a Organização de Combate Judaica (ZOB), que consegue algumas armas.

Em 18 de janeiro de 1943, quando os soldados entram no gueto para transferir mais um grupo para os campos da morte, caem numa emboscada preparada pela resistência. A luta dura dias e vários soldados nazistas morrem.

O Levante do Gueto de Varsóvia começa em 19 de abril de 1943, quando o líder nazista Heinrich Himmler, comandante da SS, anuncia que o gueto será evacuado em homenagem ao aniversário de Adolf Hitler no dia seguinte.

Mais de mil soldados da SS entram no gueto com tanques e artilharia pesada. Cerca de 60 mil judeus sobreviventes buscam esconderijos secretos, mas mais de mil militantes da resistência enfrentam os nazistas com bombas caseiras e as armas conseguidas.

Apesar da resistência, os judeus são massacrados. Em 24 de abril, os alemães lançam um assalto total ao Gueto de Varsóvia e arrasam os prédios um a um. A resistência recua para a rede de esgotos para continuar a luta. 

Em 8 de maio, os nazistas tomam o bunker do comando dos judeus. Os líderes da resistência se suicidam. A revolta acaba em 16 de maio. 

BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO

    Em 1985, três cientistas da Sondagem Antártica Britânica publicam artigo na revista científica Nature revelando a existência de um buraco sobre o Polo Sul na camada de ozônio da atmosfera, que protege a Terra dos raios ultravioleta.

A causa seria a emissão de gases com clorofluorcarbonetos, usados principalmente em perfumes, desodorantes e outros produtos aplicados por aspersão.

Dentro de dois anos, 46 países assinaram o Protocolo de Montreal, prometendo banir o uso de substâncias que danificam a camada de ozônio. Todos os países-membros das Nações Unidas aderem. O então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, observa que "talvez seja o acordo internacional mais bem-sucedido até hoje." 

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 15 de Maio

CAMUNDONGO MICKEY

    Em 1928, com a avant-première de Plane Crazy, Walt Disney lança o primeiro filme do Camundongo Mickey.

Plane Crazy é um desenho animado de curta metragem originalmente mudo que apresenta ao público Mickey e sua namorada Minnie. É um teste para ver a reação da plateia a um filme de animação. Um executivo da Metro-Goldwin-Mayer viu o filme, mas não conseguiu distribuir.

No mesmo ano, os estúdios Disney lançaram o primeiro filme sonoro com Mickey, Steamboat Willie. Plane Crazy é relançado em 17 de março de 1929 como o quarto filme do Mickey.

GUERRA DA INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL

    Em 1948, os países vizinhos árabes rejeitam a fundação de Israel e atacam o novo países. Os exércitos do Egito, da Síria, da Jordânia, do Líbano, do Iraque e da Arábia Saudita convergem e invadem em três frentes e pequena faixa de terra que é o Estado de Israel.

O conflito começa em 30 de novembro, um dia depois que as Nações Unidas aprovam a Resolução 181, que divide o território histórico da Palestina num país árabe e outro judeu. Até a fundação oficial de Israel se chama a Guerra Civil da Palestina Mandatária.

No fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18), os impérios Britânico e Francês recebem mandatos da Liga das Nações para administrar territórios do extinto Império Otomano, inclusive a Palestina, onde o Reino Unido havia prometido criar uma pátria para o povo judeu.

A guerra acontece principalmente no território histórico da Palestina e também no Líbano e na Península do Sinai, parte do Egito. Termina com a vitória de Israel, que conquista 50% do território que seria destinado ao país árabe, e um armistício, em 10 de março de 1949. Na realidade, não acabou até hoje. A Jordânia ocupa a Cisjordânia e o Egito, a Faixa de Gaza.

Do lado de Israel, morrem 6.373 pessoas. Entre os árabes, as estimativas vão de 6,7 a 20 mil contando militares e civis.

RETIRADA SOVIÉTICA

    Em 1988, na era das reformas do líder Mikhail Gorbachev, começa a saída das forças da União Soviética do Afeganistão, invadido mais de oito anos antes, no Natal de 1979, para Moscou impor seus favoritos no regime comunista afegão.

Antes da invasão, há uma revolta incipiente da população muçulmana, que não aceita o comunismo. Disso se aproveitam os Estados Unidos, a Arábia Saudita, a China e o Paquistão, decididos a fazer do Afeganistão o Vietnã da URSS.

Com armas como os mísseis antiaéreos Stinger, enviados pelos EUA, os mujahedin conseguem derrotar o invasor, que nunca assume o controle do interior do país. Cerca de 15 mil soldados soviéticos morrem no Afeganistão, menos do que a Rússia perdeu em 80 dias de invasão da Ucrânia.

Também em 1988, os chamados árabes afegãos, liderados pelo saudita Ossama ben Laden, fundam a rede terrorista Al Caeda (A Base), que ataca os EUA em 11 de setembro de 2001, levando as guerras do Oriente Médio para o território norte-americano.

A rebelião muçulmana derruba em 1992 o ditador Mohamed Najibullah, entronizado pela URSS. O Afeganistão vive um período de anarquia até que a Milícia dos Estudantes (Talebã), criada em 1994 com o apoio do serviço secreto militar do Paquistão, assume o poder em Cabul (nunca controla todo o país) em 1996.

Depois dos atentados de 11 de setembro, os EUA invadem o Afeganistão, derrubam o regime dos talebã e chegam a cercar a liderança da Caeda na Batalha de Tora Bora, em dezembro de 2001, mas Ben Laden consegue fugir para o Paquistão, onde é morto por uma operação de comandos de elite da Marinha dos EUA em 2 de maio de 2011.

Com a retirada das forças internacionais e o fim da guerra, a mais longa da história dos EUA, em 30 de agosto de 2021, os Talebã retomam o poder no Afeganistão e, ao contrário das promessas, voltam a reprimir as mulheres, proibidas de estudar, trabalhar, viajar sem um parente e obrigadas a cobrir o rosto ao sair à rua.

PRIMEIRA-MINISTRA DA FRANÇA

    Em 1991, o presidente socialista François Mitterrand (1981-95) nomeia Édith Cresson como a primeira mulher a chefiar o governo da França, mas a primeira-ministra cai em menos de um ano por causa do desemprego em massa e da queda do apoio dentro do Partido Socialista.

Édith Campion nasce em 27 de janeiro de 1934 em Bologne-Billancourt, perto de Paris. Filha de um funcionário público, ela faz doutorado em demografia na Escola Superior de Estudos Comerciais. Em 1959, casa com Jacques Cresson. 

Ela entra para o Partido Socialista (PS) em 1965 e trabalha na fracassada campanha presidencial de Mitterrand naquele ano. Concorre a uma cadeira na Assembleia Nacional e perde em 1975, mas se torna deputada do Parlamento Europeu em 1979. É eleita prefeita duas vezes, em Thuré (1977) e Châtelleroult (1983).

Depois da eleição de Mitterrand, em 1981, Cresson é ministra várias vezes, da Agricultura, do Turismo e Comércio Exterior, e da Europa antes de se tornar primeira-ministra. Com a demissão do primeiro-ministro Michel Rocard, o presidente a nomeia para o cargo.

O governo Cresson é um dos mais curtos da 5ª República Francesa. Impopular, ela cai em 2 de abril de 1992. Na luta contra o predomínio no mercado de produtos do Japão, ela dá uma tirada racista ai chamar os japoneses de "formigas amarelas que querem dominar o mundo". Ao comentar a vida sexual dos britânicos, declarou que "a homossexualidade me parece estranha. É diferente e marginal. Existe mais na tradição anglo-saxã do que na latina."

Em 1995, no fim de seu governo, Mitterrand a indicou para comissária de Ciência, Pesquisa e Educação da União Europeia. A Comissão Europeia renuncia coletivamente em 1999 num escândalo de fraude e corrupção. Cresson é condenada em 2006 por favoritismo e má administração, mas não é punida.

Hoje ela faz parte do Conselho das Mulheres Líderes Mundiais.

A segunda primeira-ministra da França é Élisabeth Borne (2022-24), que cai em janeiro de 2024.

terça-feira, 14 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 14 de Maio

COLÔNIA DE JAMESTOWN

    Em 1607, os ingleses fundam seu primeiro assentamento permanente na América, a colônia de Jamestown, na Virgínia, hoje parte dos Estados Unidos.

Até então, a Espanha e Portugal dominam o Novo Mundo. A colônia é um empreendimento privado da Companhia da Virgínia, com sede em Londres. O rei Jaime I da Inglaterra dá uma carta real aos investidores em 10 de abril de 1606.

Na época os ingleses chamam de Virgínia toda a costa leste da América do Norte ao norte da Flórida. É uma homenagem à rainha Elizabeth I (1558-1603), conhecida como a Rainha Virgem porque não teve filhos. Os colonos podem se estabelecer  na região que hoje vai da Carolina do Norte a Nova York.

O plano da companhia é remunerar os investidores com a descoberta de ouro e prata e de um rio que chegue à Ásia para fazer comércio com o Oriente.

Cerca de 105 colonos saem da Inglaterra em três navios no fim do dezembro de 1606 e chegam à Baía de Chesapeake em 27 de abril de 1607.

A maioria das tribos da região faz parte do Império Powhatan, com o cacique Powhatan como líder. As relações com os nativos inicialmente variam entre amizade e hostilidade. Os colonos fazem negócios com os índios, por exemplo, trocando ferramentas de metal por comida, mas há encontros violentos e às vezes os índios matam os colonos que saem do forte.

No outono de 1609, o cacique inicia uma campanha para matar os colonos de fome e acabar com a colônia, negando-se a fornecer comida. É o início da Primeira Guerra Powhatan (1609-14). Entre 1609 e 1611, a colônia quase é abandonada. Os colonos sobreviventes embarcam em quatro navios.

Com a introdução da cultura do tabaco, a partir de 1613, a colônia começa a prosperar. John Rolfe, o pioneiro da produção de tabaco, casa com a princesa Pocahontas, filha do cacique.

No verão de 1619, a colônia cria o primeiro governo representativo na América, com a eleição de uma Assembleia Geral de 22 burgueses e seis indicados pela companhia. Só os homens com propriedades têm direito de voto.

É em Jamestown que chegam os primeiros escravos africanos ao que hoje é os EUA. Em 20 de agosto de 1619, 20 dos 50 angolanos de um navio negreiro português atacado por dois navios piratas ingleses são vendidos em Jamestown. É o marco do início da escravidão no país.

Em 1620, a expansão da área agrícola para produzir tabaco e a infiltração dos colonos em regiões de caça dos indígenas provocam atritos na região da Baía de Chesapeke que explodem em 1622.

Os powhatans chegam desarmados a Jamestown, com veados, perus, frutas, peixes e outros mantimentos como se fossem para vender. Pegam todas as ferramentas e armas disponíveis e matam todos os colonos europeus, homens, mulheres e crianças de todas as idades. É o início da Segunda Guerra Powhatan (1622-32).

Na Terceira Guerra Powhatan (1644-46), Opechancanough é capturado e morto. Uma linha divisória, uma fronteira, é traçada entre a colônia e as terras indígenas. Exige autorização para ser cruzada.

EUA EXPLORAM NOROESTE

    Em 1804, um ano depois que os Estados Unidos dobraram seu território comprando a Louisiana da França de Napoleão Bonaparte, a expedição de Lewis e Clark deixa São Luís, no Missouri, para explorar o Nordeste do país, entre o Rio Mississípi e o Oceano Pacífico.

Antes de concluir a negociação, o presidente Thomas Jefferson convoca seu secretário particular, Meriwether Lewis, e o capitão do Exército William Clark para liderar a missão, que parte com 45 homens.

A expedição sobe o Rio Missouri num barco de 17 metros e dois menores. Um comerciante de peles franco-canadense e sua esposa indígena se juntam ao grupo como intérpretes. Eles passam o inverno no que hoje é o estado de Dakota do Norte. Quando entram no que hoje é Montana, avistam pela primeira vez as Montanhas Rochosas.

Do outro lado da cordilheira, encontram os índios Shoshones, que vendem cavalos à expedição, e seguem até o Rio Colúmbia, que os leva até o mar. Em 5 de novembro de 1805, a missão chega ao Pacífico. Depois do inverno, os exploradores iniciam a viagem de volta a São Luís.

FUNDAÇÃO DE ISRAEL

    Em 1948, David Ben Gurion proclama a fundação de Israel, criando o primeiro Estado do povo judeu em quase 2 mil anos, e se torna primeiro-ministro, mas os países árabes não aceitam e iniciam a guerra que não acabou até hoje. 

É o fim do mandato concedido pela Liga das Nações ao Império Britânico em 1922 para administrar a Palestina depois da dissolução do Império Otomano no fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

O Egito faz um bombardeio aéreo à noite. Mesmo com blecaute na capital, Telavive, os israelenses festejam o nascimento do país, reconhecido pelos Estados Unidos.

O movimento sionista, a favor da criação de uma pátria para o povo judeu, tem origem nos massacres registrados na Europa Oriental no fim do século 19 e do Caso Dreyfus, na França, onde um oficial judeu é condenado por espionagem e enviado para prisão da Ilha do Diabo, na Guiana Francesa.

Em 1896, o jornalista judeu austríaco Theodor Herzl, lança o panfleto O Estado Judaico e vira líder do movimento sionista, que decide voltar ao território histórico de Israel.

Na Declaração de Balfour, em 2 de novembro de 1917, o secretário do Exterior britânico, Arthur James Balfour, promete ao Barão de Rothschild, líder da comunidade judaica no Reino Unido, refundar Israel na Palestina, onde vive uma população árabe. O conflito entre árabes e judeus começa em 1929.

Por causa do Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), muitos judeus migram para a Palestina. Grupos terroristas judaicos atacam os britânicos por achar que renegaram a promessa.

Com o fim da guerra, os EUA abraçam a causa sionista. Em novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo ex-chanceler brasileiro Oswaldo Aranha, aprova a divisão do território histórico da Palestina entre um Estado judaico e outro árabe.

Na Guerra da Independência, que termina em 10 de março de 1949, Israel amplia seu território e cria a diáspora palestina. Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel toma a Faixa de Gaza e a Península do Sinai do Egito; a Cisjordânia, inclusive o setor oriental (árabe) de Jerusalém da Jordânia; e as Colinas do Golã da Síria.

Depois de uma tentativa fracassada de reconquistar o Sinai na Guerra do Yom Kippur, em 1973, o Egito abandona a aliança com a União Soviética, se aproxima dos EUA e faz o Acordo de Paz de Camp David com Israel, em troca do Sinai, na fórmula terra por paz, que seria o modelo para acabar com o conflito árabe-israelense.

O processo da paz no Oriente Médio é retomado na Conferência de Madri, em 30 e 31 de outubro de 1991, depois da Guerra do Golfo de 1991, quando Israel se conteve diante dos ataques do ditador do Iraque, Saddam Hussein.

Negociações secretas realizadas em Oslo, na Noruega, levam ao histórico aperto de mãos nos jardins da Casa Branca, em 13 de setembro de 1993, do primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, e do presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat. Nasce a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que inicialmente controla a Faixa de Gaza e Jericó.

O assassinato de Rabin por um extremista israelense, em 4 de novembro de 1995, e a volta da direita ao poder com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que superou Ben Gurion como governante que ficou mais tempo no poder em Israel, desgastam o processo de paz. O resultado é esta guerra sem fim, que adquiriu nova dimensão com o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023.

ESTAÇÃO ESPACIAL

    Em 1973, os Estados Unidos lançam sua primeira estação espacial, o Skylab, a 435 quilômetros de altitude, para fazer novas observações e examinar a adaptação do organismo ao espaço.

O laboratório espacial Skylab é fruto de um programa da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA) para adaptar as naves e os sistemas desenvolvidos para levar o homem à Lua para outras missões científicas.

A estação espacial tem 30,2 metros de comprimento e 6,7m de diâmetro. Pesa 75 toneladas. Apesar dos recursos e espaço limitados, é mais espaçosa do que a primeira estação espacial, a Salyut, lançada pela União Soviética em 19 de abril de 1971.

Em 11 de julho de 1979, a plataforma reentrou na atmosfera acidentalmente, se partiu e caiu prematuramente no Oceano Índico e no Oeste da Austrália.

MORTE DE FRANK SINATRA

    Em 1998, morre aos 82 anos em Los Angeles, na Califórnia, o músico e ator Frank Sinatra, uma das mais belas vozes da música popular.

Francis Albert Sinatra nasce em 12 de dezembro de 1915 em Hoboken, no estado de Nova Jérsei. Na adolescência, depois de ouvir discos de Bing Crosby, decide se tornar cantor. Entra para o grupo Hoboken Four, que ganha um concurso de calouros em 1935.

O grupo faz turnês durante um ano, mas só Sinatra se torna músico profissional. Durante três anos, ele canta com bandas menores. Em 1939, canta e trabalha como garçon na Rustic Cabin, em Englewood Cliffs, em Nova Jérsei, quando o trumpetista Harry James o contrata ao formar uma nova banda depois de deixar a Orquestra de Benny Goodman.

A banda grava 10 discos em seis meses. A voz barítono de Sinatra se destaca em músicas como From the Bottom of My Heart. Em dezembro de 1939, recebe uma porposta melhor e vai para a banda de Tommy Dorsey, com quem grava 83 discos de 1940 a 1942.

No fim de 1942, ele deixa a banda e se arrisca numa carreira solo. Em semanas, vira um fenômeno cultural. Suas apresentações no Teatro Paramount, em Nova York, em janeiro de 1943, provocam um frenesi entre as fãs como não se via desde Rodolfo Valentino.

Em novembro de 1944, Sinatra começa a trabalhar para a gravadora Columbia Records com grande sucesso até 1948, quando é criticado por manter sempre o mesmo estilo e por relações com mafiosos como Lucky Luciano e Joe Fischetti.

Sinatra entre num período de cinco anos de depressão e declínio. Chega a ficar sem voz por meses em 1950 por causa de uma hemorragia nas cordas vocais. O divórcio de sua primeira mulher, Nancy, em 1951, e um casamento tempestuoso com a atriz Ava Gardner abala ainda mais sua reputação. Em 1952, a Columbia Records não renova o contrato.

Nos anos 1940, Sinatra começa a trabalhar como ator cinematográfico. Ganha um Oscar de melhor ator coadjuvante em A Um Passo da Eternidade (1953).

Em 1953, ele assina um contrato com a Capitol Records, onde durante nove anos grava alguns de seus melhores discos. É um dos pioneiros dos "álbuns conceituais", LPs com um único tema. Mas as relações com a máfia continuam pesando.

Na campanha presidencial de 1960, a pedido do patriarca Joseph Kennedy, faz contato com o mafioso Sam Giancana para conseguir apoio à candidatura de John Kennedy.

Em 1960, quando ainda tem contrato com a Capitol, funda sua própria gravadora, a Reprise Records, em que grava em 1967 um de seus melhores discos em parceria com o grande compositor brasileiro Antônio Carlos Jobim. É uma década de grandes sucessos como Strangers in the Night (1966) e My Way (1969).

Com a ascensão do rock e da Geração de Woodstock, o grande festival de 1969, Sinatra fica em segundo plano. Queixa-se de que "ninguém mais escreve músicas para mim." Ele anuncia a aposentadoria em 1971, mas volta a gravar em 1973. O abuso do cigarro e do álcool tornam sua voz rouca.

Nas últimas duas décadas, Sinatra grava apenas sete álbuns com novas músicas. Faz várias apresentações ao vivo, a última em 1995. Com mais de 1.400 gravações em 50 anos de carreiras, é um dos cantores populares mais importantes da história e um ícone da cultura dos EUA.

MORTE DE B. B. KING

    Em 2015, morre em Las Vegas aos 89 anos o guitarrista e cantor norte-americano B. B. King, o Rei do Blues, um gênero musical que ajuda a desenvolver.

Riley King nasce perto de Itta Ben, no estado do Mississípi, no Sul dos Estados Unidos, em 16 de setembro de 1925. É criado na região do Delta do Mississípi. Sua primeira influência é a música gospel das igrejas da comunidade afro-americana no Sul do país, onde a segregação racial dura até os anos 1960.

Quando trabalha como disc-jockey em Memphis, no Tennessee, ganha o apelido de Blues Boy e vira B. B. King. Seu primeiro sucesso é o disco Three O'Clock Blues, de 1951. A partir daí, ele começa a viajar pelo país com uma banda de até 13 músicos.

Nos anos 1960, guitarristas de rock influenciados por ele o apresentam a plateias brancas. B. B. King se torna uma figura comum nas paradas de sucesso. É um dos primeiros a entrar, em 1980 para o Blues Hall of Fame. Em 1987, ganha um Prêmio Grammy pelo conjunto da obra e entra para o Rock and Roll Hall of Fame. Em Deuces Wild (1997), ele convida músicos como Eric Clapton e Van Morrison para uma fusão de blues, rock, pop e country.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 13 de Maio

FACA DE PONTA REDONDA

    Em 1637, o primeiro-ministro da França, Armand-Jean du Plessis, o Cardeal de Richelieu, inventa a faca de mesa de ponta redonda, supostamente para evitar que seus convidados usem a faca para remover restos de comida presos entre os dentes.

Du Plessis nasce em Poitou em 9 de setembro de 1585 e entra para a Igreja porque a família precisa de um bispo. É o primeiro bispo da França a implementar as reformas decretadas pelo Concílio de Trento. É o primeiro teólogo a escrever em francês. Em 1614, é eleito representante do clero nos Estados Gerais.

De 1624 a 1642, Richelieu é primeiro-ministro do rei Luís XIII. No poder, luta para impor o absolutismo monárquico e para acabar com a supremacia da Espanha e da Dinastia de Habsburgo, que domina o Sacro Império Romano-Germânico.

Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-48), quando a França supera a Espanha e se torna a maior potência do continente europeu, Richelieu fomenta a Revolta de Lisboa em 1º de maio de 1640, que acaba com a União Ibérica e o Domínio Espanhol sobre Portugal, que começa em 1580, dois anos após a morte na África do jovem rei Dom Sebastião, que não deixa herdeiros do trono.

CONGRESSO DOS EUA DECLARA GUERRA AO MÉXICO

Em 1846, o Congresso dos Estados Unidos aprova o pedido do presidente James Polk (1845-49) para declarar guerra ao México num conflito em torno do Texas, que havia se tornado independente do México em 1836.

O presidente anterior, John Tyler (1841-45), negocia a anexação do Texas, rejeitada por pequena margem no Senado em 1844. No fim do governo, com o apoio do presidente eleito, Tyler consegue a aprovação em 1º de março de 1845. O Texas entra para a União em 29 de dezembro de 1845.

Um pouco antes, em julho de 1845, o presidente Polk manda o diplomata John Slidell à Cidade do México para negociar a nova fronteira e fazer uma oferta de compra pela Califórnia e o Novo México. 

Com o fracasso da missão. Polk manda tropas sob o comando do general Zachary Taylor para as terras em disputa, ampliando o território dos EUA até o Rio Grande, que o Texas considera sua fronteira.

O México, que reconhece a fronteira anterior, no Rio Nozes, considera o envio de tropas uma invasão e manda o Exército cruzar o Rio Grande em abril de 1846. Em 11 de maio, James Polk pede autorização ao Congresso para declarar guerra ao México.

Depois de quase dois anos de guerra, pelo Tratado de Guadalupe Hidalgo, assinado em 2 de fevereiro de 1848, o Rio Grande se torna a fronteira entre EUA e México, que cede a Califórnia e o Novo México e recebe US$ 15 milhões em compensação. Os EUA tomam 41% do território mexicano.

"SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS"

    Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), o recém-nomeado primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, faz seu primeiro pronunciamento como chefe de governo do Reino Unido e avisa aos deputados da Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico que "não tenho nada a oferecer, a não ser sangue, trabalho, suor e lágrimas".

Churchill substitui Neville Chamberley, que tentara apaziguar o ditador da Alemanha Nazista, Adolf Hitler, com os Acordos de Munique, em 30 de setembro de 1938. Assume quando os nazistas estão travando a Batalha da Bélgica, parte da ofensiva alemã para conquistar a França.

Depois de salvar parte do Exército Real britânico com a Retirada de Dunquerque, na França, o Reino Unido impede a invasão nazista ao vencer a Batalha da Inglaterra, uma batalha aérea travada de julho e outubro de 1940. 

Até a entrada da União Soviética na guerra com a invasão nazista de 22 de junho de 1941 e dos Estados Unidos depois do ataque do Japão a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, o Reino Unido é a única grande potência a desafiar a Alemanha. A primeira grande vitória vem na Batalha de El-Alamein, no Egito, em novembro de 1942, com a derrota do Afrika Korps, o exército de Hitler no Norte da África.

NASCE STEVIE WONDER

    Em 1950, nasce em Saginaw, no estado de Michigan, o cantor, compositor e multi-instrumentista Stevie Wonder, um menino-prodígio que se torna um dos músicos mais importantes e criativos do fim do século 20.

Cego de nascença, aos 8 anos o Pequeno Stevie tem o talento musical reconhecido. Canta em igrejas. Aos 12 anos, faz sua primeira gravação. Ele sofre grande influência do álbum What's Going On, de Marvin Gaye, e assimila todos os estilos da música negra dos Estados Unidos, do blues e rhythm and blues ao jazz, soul e rock and roll. Em 1989, ele entra para o Rock and Roll Hall of Fame.

ATENTADO CONTRA O PAPA

    Em 1981, o papa João Paulo II sobrevive a uma tentativa de assassinato na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano, em Roma, ao ser baleado pelo terrorista turco Mehmet Ali Agca.

João Paulo II é alvejado duas vezes no abdome ao entrar na praça para fazer um discurso. Com perfurações nos intestinos grosso e delgado, perde muito sangue. Passa por uma cirurgia de seis horas.

Agca usa uma pistola Browning semiautomática de 9mm. É um exímio atirador. Faz parte do grupo fascista Lobos Cinzentos. Preso imediatamente, é condenado à prisão perpétua por um tribunal italiano.

O papa perdoa o terrorista e pede ao presidente da Itália, Carlo Azeglio Ciampi, que faça o mesmo. Em junho de 2000, Agca é deportado para a Turquia depois de passar 19 anos em prisões italianas. Lá é condenado à prisão perpétua por assalto a banco e assassinato de um jornalista nos anos 1970, pena depois comutada para 10 anos de cadeia. 

Em 2 de março de 2006, no governo Silvio Berlusconi, uma comissão de inquérito do Congresso da Itália conclui que a União Soviética estava por trás do atentado ao papa em retaliação pelo apoio dado por João Paulo II ao sindicato independente Solidariedade na sua nativa Polônia. Agca teria sido usado pelo serviço secreto da Bulgária a mando de Moscou para despistar os investigadores.

O relatório acusa a inteligência militar, GRU (Diretoria de Principal de Inteligência das Forças Armadas), e não a polícia política KGB (Comitê de Defesa do Estado).

domingo, 12 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 12 de Maio

PRIMEIRO SOBREVOO AO POLO NORTE

    Em 1926, o explorador norueguês Roald Amundsen, o cientista norte-americano Lincoln Ellsworth e o engenheiro italiano Umberto Nobile fazem a bordo do dirigível Norge o primeiro voo comprovado sobre o Polo Norte.

Maior explorador polar da história, Amundsen nasce em Borge, perto de Oslo, em 16 de julho de 1872. É o primeiro homem a chegar ao Polo Sul, a cruzar a Passagem do Noroeste entre o Norte do Canadá, o Alasca e a Rússia do Oceano Atlântico para o Pacífico e a sobrevoar o Polo Norte.

Em 1903, ele parte para navegar entre as ilhas do Norte do Canadá para chegar ao Estreito de Bering. O gelo bloqueia sua passagem em agosto de 1905. Amundsen retoma a jornada em agosto de 2006 e chega a Nome, no Alasca.

O desbravador dos polos sai da Noruega em junho de 1910. Vai da Ilha da Madeira à Baia das Baleias, no Mar de Ross, na Antártida. Sua base fica 100 quilômetros mais perto do Polo Sul do que a base do explorador inglês Robert Falcon Scott, que tenta realizar a mesma proeza.

Com 4 companheiros, 52 cachorros e 4 trenós, Amundsen parte em 19 de outubro de 1911. Com bom tempo, atinge o Polo Sul em 14 de dezembro e volta à base com segurança em 25 de janeiro de 1912. Scott chega ao polo em 17 de janeiro, mas sua equipe enfrenta tempestades no retorno e todos morrem.

Em 1925, ele tenta com Ellsworth sobrevoar o Polo Norte, mas fica a 150 km de distância. Consegue realizar a façanha em 1926, quando vai de Svalbard, no Norte da Noruega, ao Alasca.

FIM DO BLOQUEIO DE BERLIM

    Em 1949, a União Soviética suspende um bloqueio de 11 meses ao acesso por terra a Berlim Ocidental, um enclave capitalista na futura Alemanha Oriental que precisou ser reabastecido pela maior ponte aérea da história. 

No fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), os aliados ocupam a Alemanha e dividem o país em quatro setores, administrados pelos Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a URSS. A capital alemã, também dividida, fica no meio da parte soviética.

Em maio de 1948, os três aliados ocidentais decidem unir suas partes para formar a Alemanha Ocidental. Num passo decisivo para criar o novo país, em 20 de junho, o lado ocidental adota o marco alemão como moeda.

A URSS reage. Em 24 de junho, bloqueia ferrovias, rodovias e hidrovias que ligam Berlim Ocidental à Alemanha Ocidental. A ditadura de Josef Stalin tenta sufocar Berlim Ocidental, deixando a cidade sem água, comida, combustíveis e outros suprimentos para que se submeta a Moscou.

Os EUA e o Reino Unido respondem com a maior ponte aérea da história. Durante um ano e dois meses, 278.288 missões aéreas de apoio levam 2.326.406 toneladas de suprimentos. Os voos são realizados 24 horas por dia. Em abril de 1949, os aviões pousavam a cada minuto. A ponte aérea vai até 30 de setembro de 1949, alguns meses depois do fim do bloqueio.

Em resposta ao Bloqueio de Berlim, o Tratado de Washington cria em 4 abril de 1949 a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA, que tem como base o princípio de que um ataque contra um é um ataque contra todos.

Quando o bloqueio acaba, comboios percorrem imediatamente os 176 quilômetros que separam Berlim Ocidental do lado ocidental. Em 23 de maio de 1949, nasce a República Federal da Alemanha, a Alemanha Ocidental. A República Democrática da Alemanha, mais conhecida como Alemanha Oriental, é fundada em 7 de outubro de 1949.

A tensão continua até a construção do Muro de Berlim, na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, para evitar a fuga em massa para o Ocidente. A antiga capital da Alemanha se torna um foco central da Guerra Fria. Em 27 de outubro de 1961, tanques norte-americanos e soviéticos ficam frente a frente no ponto de cruzamento da Friedrichstrasse, o Checkpoint Charlie.

A abertura do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, e a reunificação da Alemanha, em 3 de outubro de 1990, são marcos do fim da Guerra Fria.

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Finlândia anunciou hoje a decisão de entrar para a OTAN. Deve ser seguida pela Suécia. Como a manobra agressiva de Stalin contra Berlim, a guerra do ditador Vladimir Putin só serviu para unir e fortalecer a aliança ocidental.

TERREMOTO DE SICHUAN

    Em 2008, às 14h28 pela hora local, um terremoto de 7,9 graus na escala aberta de Richter abalou a região de Wenchuan, na província de Sichuan, no Centro da China, mata cerca de 90 mil pessoas e fere outras 358 mil. 

A causa do terremoto é a colisão das placas tectônicas eurasiana e indiano-australiana, que empurra o Planalto do Tibete para o leste ao longo da Falha de Longmenshan, de 249 quilômetros.

O abalo sísimico é sentido de Beijim a Xangai, no Paquistão, na Tailândia e no Vietnã. A maior cidade próxima do epicentro, Chengdu, capital de Sichuã, fica a 80 quilômetros de distância. 

O regime comunista chinês mobiliza 150 mil soldados do Exército Popular de Libertação para a operação de resgate e socorro às vítimas. 

Um dos problemas é a má qualidade da construção de escolas; 7.444 entram em colapso. Num país onde os casais só podem ter um filho por força de uma política de controle da natalidade, a morte do filho único é uma tragédia familiar. Os pais que tentam responsabilizar as autoridades são perseguidos pelo regime.

sábado, 11 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 11 de Maio

NOVA ROMA

    Em 330, o imperador romano Constantino I, o Grande, proclama Bizâncio, depois Constantinopla e hoje Istambul, como a Nova Roma, capital do Império Romano do Oriente, o que a transforma numa das cidades mais importantes do mundo, uma ponte entre a Europa e a Ásia.

Como Constantino fez do cristianismo a religião oficial do Império Romano, a cidade tem a religião cristã, a organização romana e o grego como língua. O conceito do direito divino dos reis como guardiães da fé nasce lá.

Com a queda do Império Romano do Ocidente em 476, Constantinopla vira a principal cidade do império e um centro de preservação da cultura greco-romana durante a Idade Média. O auge é sob o imperador Justiniano I (527-565).

Até a ascensão das cidades-estado italianas durante o Renascimento, Constantinopla é o principal centro comercial do Mar Mediterrâneo. 

Em abril de 1204, a cidade é saqueada durante a Quarta Cruzada, o que aprofunda o Cisma do Oriente entre a Igreja Católica e a Igreja Cristã Ortodoxa. Os cavalos de bronze que ornamentam o hipódromo vão parar na Basílica de São Marcos, em Veneza, onde estão hoje.

Quando os turcos invadem a Europa no século 14, o destino da cidade está selado. A tomada de Constantinopla pelos turcos do Império Otomano sob a liderança do imperador Mehmet II, em 29 de maio de 1453, marca o fim da Idade Média. Em 1547, a cidade de torna capital do Império Otomano. A Basílica de Santa Sofia e outras igrejas bizantinas são convertidas em mesquitas.

O Império Otomano se expande pela Europa e cerca Viena, a capital do Sacro Império Romano-Germânico, duas vezes, em 1529 e 1683, quando começa o recuo otomano.

A primeira ponte ligando a Ásia à Europa é construída em 1838. A presença em Constantinopla de forças britânicas e francesas, aliadas dos otomanos durante a Guerra da Crimeia (1853-56) contra a Rússia, acelera a ocidentalização da cidade. Nos anos 1870, a ferrovia europeia do Expresso do Oriente chega até lá.

O início do século 20 é o fim do Império Otomano. Em 1908, os Jovens Turcos ocupam a cidade e depõe o odiado sultão Abdulhamid II. Nas Guerras dos Bálcãs (1912-13), os búlgaros quase tomam a cidade.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), o Império Otomano se alia aos Poderes Centrais, os impérios Alemão e Austro-Húngaro. A cidade é cercada e, no fim da guerra, ocupada por britânicos, franceses e italianos até 1923, quando os nacionalistas liderados por Mustafá Kemal abolem o Califado do Império Otomano e proclamam a República da Turquia.

O nome muda oficialmente de Constantinopla para Istambul em 1930.

GUERRA MEXICANO-AMERICANA

    Em 1846, o presidente James Polk, que elege prometendo ampliar o território dos Estados Unidos, pede autorização ao Congresso para declarar guerra ao México.

O México corta relações com os EUA em março de 1845, depois da anexação do Texas. Há uma disputa sobre onde o Texas termina, no Rio das Nozes, como quer o México, ou no Rio Grande, como entendem os EUA.

Em setembro de 1845, o presidente Polk envia John Slidell ao México para negociar a fronteira e outras questões pendentes, e propor a compra do Novo México e da Califórnia por US$ 30 milhões (US$ 750 milhões pela cotação atual). O presidente mexicano, José Joaquín Herrera, sabendo das intenções norte-americanas, nem o recebe.

Irritado, em janeiro de 1846, Polk manda o general Zachary Taylor ocupar a área em litígio, entre o Rio Grande e o Rio das Nozes. 

Quando está preparando a mensagem ao Congresso, em 9 de maio, o presidente dos EUA recebe a informação de que os mexicanos atravessaram o Rio Grande em 25 de abril, no início da guerra, atacaram as tropas do general Taylor e feriram ou mataram 16 soldados norte-americanos. Polk muda a mensagem e acusa o México de "invadir nosso território e derramar sangue americano em solo americano."

O Congresso aprova a declaração de guerra em 13 de maio, mas os EUA entram no conflito divididos. Os democratas do Sul são a favor da guerra. Os whigs veem uma tentativa indevida e inescrupulosa de apropriação de terras e fazem oposição durante toda a guerra.

Em dezembro de 1846, Polk acusa os whigs de traição. Como eles são maioria na Câmara dos Representantes, censuram Polk por 85 a 81 votos por iniciar uma guerra com o México "desnecessária e inconstitucionalmente".

Entre as vozes mais agressivas contra a guerra de Polk, está o jovem deputado e futuro presidente Abraham Lincoln (1861-65). Os abolicionistas também são contra a guerra, entre eles, o escritor e naturalista Henry David Thoreau, preso em julho de 1846 por se negar a pagar impostos sob o argumento de que financiariam a guerra.

Thoreau passa só uma noite na cadeia porque uma tia paga os impostos. Em 1849, ele publica o livro Desobediência Civil, em que defende a resistência pacífica quando a injustiça do governo "é de tal natureza" que exige que "se descumpra a lei" para criar um atrito que pare a máquina estatal.

Suas ideias influenciam o escritor e pacifista russo Leon Tolstoy, o líder da independência da Índia, Mohandas Gandhi, e o grande herói da luta contra o regime segregacionista do apartheid na África do Sul, Nelson Mandela.

Quando a guerra começa, Polk envia um navio para resgatar o ex-presidente mexicano Antonio López de Santa Ana, o vencedor da Batalha do Álamo (1836), no início da Guerra da Independência do Texas, que está no exílio em Cuba. Polk espera negociar a paz. Mas Santa Ana assume o comando do Exército do México.

Polk manda o general Taylor, que está no Rio Grande, invadir a região central do México, enquanto forças do coronel Stephen Kearny ocupam o Novo México e a Califórnia sem encontrar grande resistência. Taylor trava várias batalhas no Rio Grande e toma Monterrey, mas não invade a região central do México.

O presidente manda então o general Winfield Scott levar um exército de navio até o porto de Veracruz. Depois de três semanas de cerco, ele toma a cidade e avança rumo à Cidade do México. Scott entra na capital mexicana em 14 de setembro de 1847. É o fim da fase militar do conflito.

Ao todo, 1.733 soldados norte-americanos morrem em combate e pelo menos 10 mil de doenças, principalmente da febre amarela, de varíola, cachumba e sarampo. Cerca de 5 mil mexicanos morrem em ação.

A guerra termina em 2 de fevereiro de 1848 com o Tratado de Guadalupe Hidalgo. O México cede o Texas, a Califórnia, Nevada e Utah, e parte do Arizona, Colorado, Novo México e Wyoming, num total de 1,36 milhões de quilômetros quadrados, cerca de 41% de seu território. Os EUA pagam US$ 15 milhões como indenização pelos danos causados pela guerra e assumem uma dívida de US$ 3,25 milhões de mexicanos com cidadãos norte-americanos.

A Guerra Mexicano-Americana é uma precursora da Guerra da Secessão (1861-65), a pior guerra da história dos EUA, com 620 mil mortes, não só porque estimulou o debate sobre a escravidão, que não deveria existir nos territórios conquistados. Vários militares com experiência no campo de batalha foram líderes nos dois lados do conflito.

BOB MARLEY MORRE

    Em 1981, o músico, compositor e cantor jamaicano Bob Marley, o rei do reggae, morre num hospital em Miami, na Flórida, aos 36 anos. Dias depois de shows espetaculares em Nova York no ano anterior, Marley sofre um colapso durante uma corrida no Central Park. Um câncer surgido num dedão do pé machucado num jogo de futebol leva a metástase no cérebro, fígado e pulmões. O primeiro astro pop global do Terceiro Mundo morre menos de oito meses depois.

Robert Nesta Marley nasce em 6 de fevereiro de 1945 em Nine Miles, na Jamaica, filho de Norval Sinclair Marley e Cedella Booker. A mãe vai com o padrasto Toddy Livingston para Trenchtown, uma favela de Kingston, a capital jamaicana, e leva Bob quando ele tem 10 anos.

Sua paixão pela música é embalada por ritmos como o afro-jamaicano ska, o mento e o calipso caribenhos, o jazz e o rhythm and blues norte-americanos, tocados nas ruas em sistemas de som improvisados.

No início dos anos 1960, Marley forma com o meio-irmão Bunny Livingston e Peter Tosh the Wailing Wailers. Eles cantam o sofrimento do gueto, num estilo chamado de rude boy.

Sob influência do percussionista rastafariano Alvin Patterson, Marley adota esta religião e a incorpora à produção musical. Os rastafarianos fumam maconha e reverenciam o imperador Hailé Salassié, um líder africano que sai pelo mundo pedindo ajuda depois que a Itália de Benito Mussolini ocupa a Etiópia, em 1935. Pregam a volta para a África como uma Terra Prometida.

O reggae nasce da fusão de ska, rocksteady, ragga, calipso e ritmos africanos. Está no disco Catch a Fire, de 1973, o primeiro dos Wailers lançado internacionalmente. Ele casa com Rita Marley, com quem tem três de seus 11 filhos.

Em 3 de novembro de 1976, durante uma campanha eleitoral acirrada, a casa de Marley é invadida por homens armados que atiram controle. Num concerto pela paz, faz os dois líderes políticos rivais, Michael Manley e Edward Seaga, se darem as mãos.

Com a ameaça da violência política na Jamaica, em 1977, Marley se muda para Londres, onde lança o álbum Exodus. Ele decide conhecer a África. Vai ao Quênia e à Etiópia, origem do movimento rasfatariano. É convidado para a festa da independência do Zimbábue.

Na volta, lança o disco Survival, com músicas sobre os problemas políticos e sociais da África: as guerras, a fome e a desigualdade. Em 1980, Bob Marley & The Wailers dão um show para 100 mil pessoas em Milão. Depois de apresentações em Nova York, surgem os sintomas do câncer.

Consciente de que a própria morte se aproxima, ele diz a um filho: "Não importa quanto dinheiro alguém tenha, o dinheiro não compra a vida."