terça-feira, 3 de junho de 2025

Hoje na História do Mundo: 3 de Junho

    Em 1937, o antigo rei Eduardo VIII, do Reino Unido, que abdica por amar uma divorciada e se torna Duque de Windsor, casa com a norte-americana Wallis Warfield no Castelo de Cande, em Monts, na França.

O amor abala a monarquia britânica, mas o casamento é modesto para os padrões da realeza, sem pompa nem festa popular. A lua de mel é no Castelo de Wasserloenburg, na Áustria.

Edward Albert Christian George Andrew Patrick David, filho mais velho do rei George V, nasce em 23 de julho de 1894 em Neilly-sur-Seine, na França, e ascende ao trono em 20 de janeiro de 1936 como Rei do Reino Unido e dos Domínios Britânicos e Imperador da Índia.

Meses depois, provoca uma crise constitucional ao pedir em casamento a socialite norte-americana Wallis Simpson, cujo sobrenome de solteira é Warfield. Ela se torna amante do rei em 1934, quando ele ainda é o príncipe de Gales e ela ainda está casada com o segundo marido, Ernest Aldrich Simpson.

Como rei e chefe da Igreja da Inglaterra, que proibia o casamento de divorciados com o ex-cônjuge ainda vivo, é uma união impossível. Em 11 de dezembro de 1936, Eduardo VIII abdica, abrindo mão do trono para si e seus descendentes e declara: "Descobri ser impossível carregar o pesado fardo de responsabilidade e desempenhar meus deveres como rei e imperador como gostaria de fazer sem a ajuda e o apoio da mulher que amo".

Eduardo VIII é sucedido pelo irmão mais novo, príncipe Albert, que adota o nome real de George VI e é pai da rainha Elizabeth II, que se torna herdeira do trono aos dez anos de idade.

PASSEIO NO ESPAÇO

    Em 1965, Edward White se torna o primeiro astronauta norte-americano a sair da nave e caminhar no espaço, depois do cosmonauta soviético Alexei Leonov. 

No início da corrida espacial, a União Soviética toma a frente. Lança o primeiro satélite artificial, o Sputnik, em 4 de outubro de 1957, envia o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, em 12 de abril de 1961, e o primeiro a passear no espaço, Alexei Leonov, em 18 de março de 1965.

Piloto e engenheiro aeroespecial, é escolhido para ir ao espaço na nave Gemini 4, quando sai da nave. Voltaria ao espaço no primeiro voo do Projeto Apolo, que levou o homem à Lua, mas morre num incêndio na cabine da Apolo 1 com seus colegas Gus Grisson e Roger Chaffee na primeira morte de astronautas da era espacial.

O cosmonauta russo Vladimir Komarov é o primeiro a morrer numa missão espacial, em 24 de abril de 1967, quando o paraquedas não abre e a nave Soyuz 1 se espatifa no solo.

MASSACRE NA PRAÇA DA PAZ

     Em 1989, começa o Massacre na Praça da Paz Celestial, em Beijim, na China, quando o Exército Popular de Libertação (EPL) ataca um acampamento de estudantes e outros chineses que lutam por liberdade e democracia

O movimento começa em 15 de abril, deflagrado pela morte do ex-secretário-geral do Partido Comunista Hu Yaobang, e termina com a queda do secretário-geral Zhao Ziyang, ambos a favor de reformas liberalizantes.

Em 17 de abril, os estudantes começam a se reunir na praça central da capital chinesa. Nos dias seguintes, as manifestações se ampliaram para outras cidades e universidades. Em 22 de abril, mais de 100 mil estudantes se concentram diante do Grande Salão do Povo e pedem para falar com o primeiro-ministro linha-dura Li Peng, que não aparece.

Quando Zhao vai à Coreia do Norte, em 25 de abril, Li convoca uma reunião do Politburo e convence o supremo líder do regime, Deng Xiaoping, de que o objetivo dos estudantes é derrubar o regime comunista. Deng decide que a tolerância acabou.

No dia seguinte, o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, publica o editorial A Necessidade de Adotar uma Posição Clara contra a Agitação: "Esta é uma conspiração bem planejada...para confundir o povo e perturbar a nação...O objetivo real é rejeitar o PC e o sistema socialista".

A reação é mais protesto. Zhao defende a negociação e uma resposta às reclamações legítimas dos estudantes, inclusive uma reforma política. Li alega ser necessário primeiro restabelecer a estabilidade social.

Dezenas de milhares de estudantes se reúnem na praça para festejar os 70 anos do Movimento Quatro de Maio, um protesto contra o Tratado de Versalhes que está na origem do PC chinês. Em encontro com executivos financeiros, Zhao exalta o patriotismo dos estudantes.

Em 13 de maio, dois dias antes de uma visita do secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, Mikhail Gorbachev, cerca de 160 estudantes entram em greve de fome e divulgam um manifesto: "A nação está em crise – assolada por uma inflação galopante, negócios ilegais com enriquecimento ilícito de funcionários, abuso de poder, burocratas corruptos, a fuga de gente boa para outros países e a deterioração da segurança pública. Compatriotas que dão valor à moralidade, ouçam nossas vozes!"

A greve de fome ganha força.

Gorbachev chega em 15 de maio para o primeiro encontro de cúpula sino-soviético desde 1959. Com a praça ocupada pelos estudantes, não pode ser recebido como é de praxe. Os líderes chineses, sabendo do que se passava na URSS com as reformas de Gorbachev, têm medo.

Mais de 3 mil chineses participam da greve de fome. Zhao insiste no diálogo com os estudantes e na necessidade de mais reformas: "A grande maioria dos estudantes é patriótica e e está sinceramente preocupada com o país. Podemos não aprovar todos os seus métodos, mas as exigências de promover a democracia, aprofundar as reformas e erradicar a corrupção são bastante razoáveis."

Li rejeita a proposta: "O objetivo é derrubar o PC chinês e repudiar totalmente a ditadura popular democrática."

Durante uma reunião decisiva na casa do líder supremo do regime, Deng Xiaoping, o arquiteto das reformas que modernizaram a China e a transformaram em superpotência, Zhao diz que tem 1,2 bilhão de pessoas a seu lado, toda a população do país.

Deng, cujo único cargo na época é presidente do Comitê Militar Central, responde: "Não tem, não, e eu tenho 3,2 milhões", o contingente do EPL. Com medo da dissolução do regime, Deng apoia Li Peng, que decreta lei marcial e manda o Exército atacar a manifestação.

Em 18 de maio, Zhao visita estudantes em greve de fome hospitalizados. Li se encontra com estudantes, mas o diálogo fracassa. Durante reunião de que Zhao não participa, a velha guarda e o Politburo aprovam a decretação de lei marcial.

Ao ficar sabendo, no dia seguinte, em vez de acabar com a greve de fome, os estudantes reúnem 1,2 milhão de pessoas na Praça da Paz Celestial. Zhao vai à praça falar com os estudantes. À noite, Li Peng anuncia a lei marcial na televisão.

Pela primeira vez em 40 anos de regime comunista, em 20 de maio, o EPL tenta ocupar Beijim, mas civis barram a passagem. Durante três dias, os soldados não conseguem nem chegar à praça nem sair da capital chinesa.

Em 2 de junho, a cúpula do partido decide mandar o EPL dispersar os estudantes. Na noite do dia seguinte, os primeiros tiros são disparados. O massacre vai até o dia 4.

Hoje, a China proíbe as manifestações em Hong Kong, que todos os anos fazia uma procissão luminosa em homenagem aos mortos. O número total de mortos é desconhecido, estimado entre centenas e 10 mil.

TERROR EM LONDRES

    Em 2017, terroristas muçulmanos matam oito pessoas e ferem outras 48 na Ponte de Londres. 

Depois de jogar uma caminhonete sobre pedestres na ponte e numa área de pedestres, três terroristas saem armados de facas, atacam pessoas que estão na área e são mortos pela Polícia Metropolitana. O grupo terrorista Estado Islâmico reivindica a responsabilidade pelo ataque.

Como as armas do fogo estão proibidas no Reino Unido por causa do massacre de 16 crianças e um professor numa escola primária de Dunblane, na Escócia, em 13 de março de 1996, os terroristas não conseguem armas de fogo, que tornariam a ação terrorista ainda mais trágica.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Ucrânia humilha Rússia com grande ataque a bases aéreas

Foi o maior golpe à Rússia desde o início da guerra. Grandes ondas de drones da Ucrânia atacaram no domingo bases aéreas em cinco regiões russas, inclusive na Sibéria, a uma distância de até 4,6 mil quilômetros da fronteira entre dois países. 

Na versão ucraniana, eles destruíram 41 aviões de combate, 34% dos bombardeiros estratégicos russos capazes de disparar mísseis de cruzeiro, inclusive nucleares, diminuindo o poderio nuclear russo. Foi uma demonstração de força antes de uma nova rodada de negociações de paz realizada hoje em Istambul, na Turquia.

A Operação Teia de Aranha foi planejada durante um ano e meio, e o presidente Volodymyr Zelenski não avisou os Estados Unidos porque entende que o presidente Donald Trump é aliado do ditador Vladimir Putin. A Ucrânia conseguiu infiltrar contêineres e contratou caminhões russos para transportar os drones, que têm sido fundamentais para a resistência ucraniana à invasão russa.

Além do ataque de drones, uma organização clandestina pró-Ucrânia atacou Mariupol, uma cidade ucraniana ocupada pela Rússia desde maio de 2022, e duas pontes ferroviárias foram derrubadas na região russa de Briansk, que fica junto à fronteira com a Ucrânia. Em contrapartida, um míssil russo atingiu um centro de treinamento militar da Ucrânia e matou 12 soldados.

A reação dentro da Rússia foi exigir uma retaliação à altura. Putin sabe que tem de reagir. A Rússia tem se limitado a uma guerra de atrito contra cidades e populações civis com os maiores ataques de drones e mísseis até agora, enquanto faz avanços mínimos nas verdadeiras frentes de combate. Mas esse ataque abala a capacidade nuclear da Rússia. Putin, que desde o início da guerra faz uma chantagem nuclear, vai usar armas nucleares táticas contra a Ucrânia? Provavelmente, não, porque sua maior aliada, a China, é contra, mas o risco aumentou.

Extrema direita vence eleição presidencial na Polônia

 Numa dura derrota para as reformas do primeiro-ministro Donald Tusk, o candidato de ultradireita Karol Nawrocki, um historiador de 42 anos do partido Lei e Justiça (PiS), venceu o segundo turno da eleição presidencial na Polônia com 50,89% dos votos, derrotando o prefeito liberal de Varsóvia, Rafal Trzaskowski.

Ex-boxeador, ex-hooligan, brigão, blefador, admirador de Donald Trump, que o recebeu na Casa Branca, Nawrocki conseguiu se livrar dos aspectos negativos de sua personalidade revelados pela campanha eleitoral. Sua vitória é uma revanche contra a coalizão liderada por Tusk, que tirou a extrema direita do poder nas eleições parlamentares de outubro de 2023 depois de 8 anos de governos do PiS.

O governo polonês é formado por quem tem maioria no Parlamento, mas o presidente pode vetar legislação. Se Donald Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu (2014-19), que reúne os chefes de governo da União Europeia e o presidente da França, tinha problemas com o atual presidente, Andrezj Duda, a situação agora deve ficar muito pior.

Nawrocki é doutrinário e já avisou que fará tudo para bloquear o governo Tusk, que tenta reconstrui a democracia na Polônia depois dos governos do PiS, que atacaram a liberdade de imprensa e a independência do Poder Judiciário, uma fórmula comum aos neofascistas como Trump, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, os ditadores da Rússia e da Turquia, e inclusive fascistas de esquerda como o venezuelano Hugo Chávez.

O novo chefe de Estado nasceu em Gdansk, cidade bombardeada pela Alemanha Nazista no início da Segunda Guerra Mundial (1939-45). Foi diretor do museu da cidade sobre a guerra e presidente do Instituto da Memória Nacional, onde se dedicou a reescrever a história com base na visão do PiS. Seu trabalho sobre a atuação da União Soviética na Polônia depois da guerra e a obsessão em derrubar os monumento soviéticos o colocou na lista da inimigos da Rússia.

Durante a campanha, Nawrocki afirmou ter apenas um apartamento, "como a maioria dos poloneses", mas foi revelado que comprou um segundo de uma pessoa de idade e debilitada. Também foi acusado pelo site Onet de participar de uma gangue de tráfico de prostitutas para um hotel onde trabalhou em Sopot, um balneário no Mar Báltico. Ele negou tudo e ameaçou processar os responsáveis, que mantiveram as alegações.

Suas relações com o crime organizado também são notórias. Em 2018, Nawrocki publicou sob o pseudônimo de Tadeusz Batyr a biografia de Nikodem Skotarczak, um gângster da era comunista. Ele escreveu em redes sociais que Batyr havia lhe pedido conselhos. Na verdade, é uma pessoa só.

Outro escândalo foi a participação em 2009 de uma briga de cerca de 140 arruaceiros (hooligantes) de torcidas de futebol rivais. Vários foram condenados por crimes como agressão violenta, tráfico de armas e drogas, e inclusive de um assassinato. Nawrocki não negou sua participação no que descreveu como "um combate nobre e viril".

Praticamente desconhecido dos poloneses até o lançamento de sua candidatura, em 25 de novembro do ano passado, Nawrocki buscou o apoio de Trump, com quem tirou fotos na Casa Branca em 30 de abril. A extrema direita trumpista reforçou o apoio com a participação da secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, numa reunião da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) providencialmente organizada pelo trumpismo em 27 de maio em Rzeszow, no Sul da Polônia.

Crítico da União Europeia (UE), ele teve apoio no segundo turno de um extremista ainda mais à direita, Slawomir Mentzen, que fez oito exigências, entre elas vetar a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), não aumentar impostos e não restringir o acesso dos poloneses a armas de fogo.

"Com Nawrocki, o governo será paralisado e isto pode levar com o tempo à queda da coalizão no poder", prevê a cientista política Anna Materska Sosnowska. Seria uma chance para a volta do PiS ao poder nas próximas eleições parlamentares. Assim, é uma derrota para as forças que tentam conter o avanço das forças antidemocráticas na Europa e no mundo.

Há dois aspectos importantes neste resultado.

1. O governo tem uma pequena maioria no Parlamento, então não conseguiu derrubar os vetos do presidente e fazer as reformas prometidas para restaurar a democracia.

2. A Polônia, historicamente invadida e dominada por Alemanha e Rússia, faz da relação com os EUA um dos eixos centrais de sua política externa desde a queda do comunismo, em 1989. Como a extrema direita é anti-UE, o trumpismo pesou. Trump é inimigo da UE e o atual primeiro-ministro presidiu o Conselho Europeu. É a primeira eleição com vitória de aliado de Trump desde que ele voltou à Casa Branca em janeiro.

Hoje na História do Mundo: 2 de Junho

 ÚLTIMO EXÉRCITO SULISTA

     Em 1865, depois da rendição do general Edmund Kirby Smith, comandante das forças dos Estados Confederados do Sul a oeste do Rio Mississípi, em 26 de maio, mais de um mês depois do fim da Guerra da Secessão ou Guerra Civil Norte-Americana, em 19 de abril, o último exército sulista abandona a luta. É o fim definitivo da guerra mais mortal da história dos EUA, com um total de mortos estimado em 620 mil.

A Guerra da Secessão começa em 12 de abril de 1861, quando as forças do Sul, que era contra a abolição da escravatura e queria se separar da União, sob o comando do general Pierre Beauregard, bombardeiam o Forte Sumter no porto de Charleston, na Carolina do Sul. Durante 34 horas, 50 canhões e morteiros do Sul disparam mais de 4 mil vezes contra o forte. No dia seguinte, o comandante nortista, major Robert Anderson, se rende.

Dois dias depois, o presidente Abraham Lincoln convoca 75 mil voluntários para deter a insurreição sulista. Depois de quatro anos de guerra, o comandante militar do Sul, general Robert Lee, se rende ao comandante militar do Norte, general Ulysses Grant, em 19 de abril, mas alguns focos de resistência subsistem.

CIDADANIA INDÍGENA

   Em 1924, o Congresso aprova a Lei de Cidadania Indígena, dando cidadania a todos os índios nascidos em território americano.

Antes da Guerra da Secessão (1861-65), a cidadania é limitada a mestiços. Com a emancipação, os negros ganham este direito, que só seria completado um século depois com a Lei de Direitos Civis.

REPÚBLICA ITALIANA

    Em 1946, depois da queda do Fascismo e da derrota na Segunda Guerra Mundial (1939-45), os italianos votam em plebiscito para tornar o país, que era uma monarquia desde a unificação, numa república.

Ao todo, 12.718.641 (54,3%) votam na república e 10.718.502 (45,7%) na monarquia. Com este resultado, o rei Umberto II, que ascende ao trono um mês antes, vai para o exílio em 13 de junho.

A Itália torna-se oficialmente uma república em 18 de junho e a data do plebiscito (2 de junho) é declarada Dia da República.

COROAÇÃO DE ELIZABETH II

    Em 1953, Elizabeth II é coroada rainha da Inglaterra e do Reino Unido. 

Mais de mil dignatários e convidados assistem à cerimônia de coroação na Abadia de Westminster, em Londres. Ao nascer, em 1926, Elizabeth é a primeira filha do príncipe Albert Frederick Arthur George, segundo filho do rei George V. Quando o rei morre, em 1936, ascende ao trono o rei Eduardo VIII, que abdica para se casar com Wallis Simpson, uma norte-americana divorciada.

O pai de Elizabeth é coroado como George VI, que reinou durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), quando o Reino Unido é bombardeado impiedosamente. Elizabeth torna-se a herdeira do trono. Seu reinado é o mais longo da história, superando os de Luís XIV, na França (1643-1715), e da rainha Vitória, na Inglaterra (1837-1901).

CAÇA ÀS BRUXAS

    Em 1954, o senador republicano Joseph McCarthy denuncia a infiltração comunista na Agência Central de Inteligência (CIA) e na indústria nuclear dos Estados Unidos. As acusações são logo desconsideradas como sensacionalismo barato.

McCarthy fica conhecido em 1950, quando lança sua cruzada contra a Ameaça Vermelha, a suposta infiltração esquerdista nos EUA alegando há mais de 200 "notórios comunistas" no Departamento de Estado. Nos anos seguintes, amplia sua campanha a todos os órgãos do governo dos EUA e a outros setores, como o cultural. Até Charles Chaplin, considerado o melhor ator da história do cinema, entra nas suas listas negras.

Mesmo sem descobrir nenhum comunista enrustido, o macartismo provoca uma histeria anticomunista e a perseguição política de supostos esquerdistas. Em 1954, McCarthy está marginalizado. Quando faz acusações durante o governo democrata de Harry Truman (1945-53), os republicanos o usam como arma política. Depois da vitória e posse de Dwight Eisenhower (1953-61), vira um estorvo para o Partido Republicano.

Com o seu poder desvanecendo, em 1954, McCarthy inicia investigações sobre infiltração comunista no Exército dos EUA. Como as audiências são televisionadas, pela primeira vez o povo americano vê o senador McCarthy em ação. Seu estilo agressivo e histérico desagrada.

Em uma última e desesperada tentativa de se reabilitar, McCarthy denuncia a infiltração na CIA, mas ninguém o leva a sério. O presidente Eisenhower, o secretário de Estado, John Foster Dulles, e o diretor-geral da CIA, Allen Dulles, irmão do secretário, rejeitam as acusações como temerárias e sem fundamento.

TERRORISMO DOMÉSTICO

    Em 1997, o terrorista de extrema direita Timothy McVeigh, ex-soldado do Exército dos EUA, é condenado por 15 acusações de assassinato e conspiração por causa do atentado com caminhão-bomba contra um prédio do governo federal na Cidade de Oklahoma em 19 de abril de 1995.

A operação de resgate dura duas semanas. O total de mortos é 168, inclusive 19 crianças pequenas que estavam na creche do edifício.

O ataque acontece dois anos depois de uma operação do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA, contra a seita davidiana, em que morrem cerca de 80 pessoas. McVeigh é condenado à morte e executado em junho de 2001. 

sábado, 31 de maio de 2025

Hoje na História do Mundo: 1º de Junho

PRIMEIRA NOTÍCIA DO HOLOCAUSTO

     Em 1942, o jornal clandestino polonês The Liberty Brigade publica os primeiros relatos sobre o Holocausto, o genocídio cometido pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial (1939-45). Milhares de judeus morrem por inalar gás dentro de caminhonetes no campo de concentração nazista de Chelmno, na Polônia.

Mais de 360 mil judeus de 200 comunidades na Polônia são mortos nessas vans. Um mês antes da Conferência de Wannsee, que aprovou a "solução final" para exterminar os judeus da Europa em 20 de janeiro de 1942, as vans e o gás começaram a matar mil judeus por dia em Chelmno.

Cerca de 6 milhões de judeus morrem no Holocausto, 60% da população judaica da Europa, além de 1,5 milhão de ciganos, socialistas, comunistas, anarquistas, resistentes e dissidentes do regime nazista, num total estimado em 11 milhões de pessoas.

TELEJORNALISMO SEM PARAR

    Em 1980, entra no ar nos Estados Unidos a CNN (Cable News Network), o primeiro canal de televisão especializado em jornalismo, uma iniciativa do empresário Ted Turner.

A transmissão é da sede, em Atlanta, na Geórgia. A principal notícia, a tentativa de assassinato do ativista dos direitos civis Vernan Jordan.

É uma revolução. Até então, o noticiário na TV é dominado pelas três grandes redes nacionais, ABC (American Broadcasting Company), CBS (Columbia Broadcasting System) e NBC (National Broadcasting Company), que apresentam um telejornal de meia hora no início da noite.

A CNN chega inicialmente a menos de 2 milhões de casas. Hoje está em 90 milhões de lares americanos e em 370 milhões no mundo, inclusive hotéis. Ganha prestígio com a cobertura ao vivo da Guerra do Golfo de 1991 e se torna obrigatória para jornalistas.

Em 4 de outubro de 1993, assisti ao vivo o bombardeio do presidente Boris Yeltsin contra o Parlamento da Rússia.

GM EM CONCORDATA

    Em 2009, com dívidas de US$ 173 bilhões, a companhia automobilística General Motors (GM), que durante 79 anos foi a maior fabricante de automóveis do mundo, anuncia que está quebrada e pede proteção contra seus credores.

Depois de saneada com o apoio do governo Barack Obama (2009-17), a GM volta ao mercado em 2010 numa das maiores ofertas iniciais de ações da história dos EUA.

A GM é fundada por William Durant em 1908 e se consolida ao produzir carros de várias marcas, Buick, Oldsmobile, Cadillac e caminhões Rapid. 

É pioneira da ignição elétrica, instalada pela primeira vez no Cadillac 1912. Este avanço tecnológico acaba com a manivela, que era usada para dar a partida. 

A empresa expande suas atividades no exterior com a Vaxhall no Reino Unido em 1925 e a Opel na Alemanha em 1929, quando a a GM supera a Ford e se torna a maior fabricante de automóveis nos EUA.

Em 1941, a GM fabrica 44% dos carros vendidos nos EUA. No fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), é uma das maiores empresas do mundo e se beneficia do extraordinário crescimento da economia dos EUA no pós-guerra. Nos anos 1950 e 60, mantém uma fatia de de 40% a 45% do mercado norte-americano.

Com a concorrência dos carros japoneses nos anos 1970 e 80, a GM perde mercado e tem grandes perdas. Nos anos 1990, fecha muitas fábricas e demite dezenas de milhares de trabalhadores.

Em 2008, a companhia japonesa Toyota ultrapassa a GM como maior fabricante de automóveis do mundo. Com a reestruturação, a GM é reduzida a quatro divisões: Buick, Cadillac, Chevrolet e GMC. 

Hoje na História do Mundo: 31 de Maio

  NASCE WALT WHITMAN 

    Em 1819, nasce Walt Whitman, um dos maiores poetas da literatura americana, autor de Folhas das Folhas da Relva.

FIM DA GUERRA DOS BÔERES

    Em 1902, com a assinatura do Tratado de Vereeniging, termina a Segunda Guerra dos Bôeres, na África do Sul, com a vitória do Império Britânico.

A maior e mais custosa guerra do Reino Unido desde as guerras napoleônicas começa em 11 de novembro de 1899 e é travada por exércitos desiguais. Os britânicos tem 500 mil homens contra 88 mil mil bôeres, os camponeses que origem holandesa e francesa que formam o povo africâner.

A principal causa da guerra é a ambição imperial de assumir o controle sobre as minas de ouro de Witwatersrand, que ficam na República Sul-Africana, na região do Transvaal, aliada do Estado Livre de Orange. Os britânicos alegam estar exercendo sua suserania estabelecida nas convenções de Pretória (1881) e de Londres (1885).

Apesar da vantagem no número de homens, os britânicos lutam num país hostil com terreno acidentado. Em posição defensiva, os bôeres usam rifles modernos para conter o avanço inimigo. É uma prévia da guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Mais de 22 mil britânicos morrem e 934 desaparecem, e 6.189 boêres são mortos. Os britânicos chamam os boêres de "tribo branca da África" e os internam em campos de concentração, que haviam sido usados pela Espanha contra a luta contra a independência de Cuba.

BATALHA DE JUTLÂNDIA

    Em 1916, começa a maior batalha naval da Primeira Guerra Mundial, a Batalha da Jutlândia, travada no Mar do Norte, perto da Dinamarca, pela Grande Frota da Marinha Real Britânica, sob o comando do almirante John Jellicoe, e a Frota de Alto Mar do Império Alemão, sob a liderança do vice-almirante Reinhard Scheer.

As duas armadas evitam o confronto no início da guerra. O Reino Unido tem a maior marinha de guerra do mundo e quer manter o inimigo longe das Ilhas Britânicas e das rotas de navegação do Oceano Atlântico, mas a Alemanha tem submarinos, que usa para tentar reduzir o tamanho da frota britânica até ter condições de vencê-las.

Na tarde de 31 de maio, as esquadras de cruzadores do vice-almirante britânico David Beatty encontram os cinco cruzadores do grupo de reconhecimento rápido do vice-almirante Franz Hipper muito antes do que os alemães esperam. Mas os alemães conseguem atrair os britânicos para a rota da Frota de Alto Mar.

Ao avistar a esquadra alemã, que os britânicos não sabem que está em mar aberto, Beatty recua e as forças da Alemanha saem em perseguição. À noite, as duas frotas, com um total de 250 navios, se enfrentam duas vezes; 14 navios britânicos e 11 alemães vão a pique.

Durante a noite, Jellicoe tenta afastar os alemães de suas bases, mas Scheer rompe o cerco e volta para o porto. Os dois lados cantam vitória, mas o resultado é inconclusivo. Os britânicos perdem 6.094 soldados, 28 couraçados, 9 cruzadores de batalha, 8 cruzadores blindados, 26 cruzadores rápidos, 78 contratorpedeiros, 1 navio lança-minas e 1 porta-aviões. Os alemães, 22 couraçados, 5 cruzadores de batalha, 11 cruzadores rápidos e 61 contratorpedeiros. 

MASSACRE DE TULSA 

    Em 1921, começa o Massacre de Tulsa, em Oklahoma, o maior ataque isolado contra negros da história dos Estados Unidos.

Uma malta de supremacistas brancos ataca uma delegacia onde está preso Dick Rowland, acusado de agressão contra uma jovem ascensorista branca. Os negros ajudam a polícia a defender a delegacia. 

A malta branca segue então para Greenwood, o bairro negro da cidade, na época chamada de "capital mundial do petróleo", onde fica a Wall Street Negra, referência ao centro financeiro de Nova York. Durante 18 horas, os terroristas brancos arrasam o bairro negro, destruindo casas, lojas, hotéis e hospitais. Cerca de 300 negros são mortos.

EICHMANN ENFORCADO

    Em 1962, o carrasco nazista Adolf Eichmann, um dos criminosos de guerra do Holocausto, é enforcado em Telavive, depois de fugir em 1946 de um campo de prisioneiros da Segunda Guerra Mundial (1939-45) e viver clandestinamente por 14 anos até ser preso na Argentina em 11 de maio de 1960 e levado secretamente para julgamento em Israel.

Eichmann nasce em Solingen em 19 de março de 1906. Durante a Primeira Guerra Mundial, a família se muda para Linz, na Áustria. Antes de entrar para o Partido Nazista, ele leva uma vida desinteressante. Trabalha como vendedor em uma companhia de petróleo e perde o emprego na Grande Depressão (1929-39).

Ele entra para o Partido Nazista em abril de 1932 em Linz e sobe rapidamente na hierarquia. Em novembro, se torna membro da SS, a força paramilitar do partido, sob o comando de Heinrich Himmler. Em 1933, Eichmann sai de Linz para a escola de terrorismo da Legião Austríaca em Lechfeld, na Alemanha.

De janeiro a outubro de 1934, ele serve na unidade da SS no campo de concentração de Dachau. De lá vai para o escritório central da SS em Berlim, onde trabalha para o serviço secreto na seção de assuntos judaicos.

Depois da anexação da Áustria pela Alemanha Nazista, em março de 1938, Eichmann é enviado para Viena para "livrar" a cidade de judeus. Um ano depois, vai para Praga cumprir a mesma missão na Tcheco-Eslováquia. Ao criar o Escritório Central de Segurança do Reich, Himmler nomeia Eichmann para a seção sobre judeus em Berlim.

Quando os nazistas aprovam a "solução final da questão judaica", o extermínio dos judeus da Europa, na Conferência de Wannsee, in Berlim, em 20 de janeiro de 1942, Eichmann é o grande executor. Coordena a prisão e a deportação de judeus para campos de concentração e centros de extermínio.

No fim da guerra, Eichmann é capturado, mas consegue fugir de um campo de prisioneiros em 1946 e vai para a Áustria e a Espanha até se fixar na Argentina em 1958. Ele é localizado e preso perto de Buenos Aires em 11 de maio de 1960 e retirada secretamente do país e levado para Israel nove dias depois.

Seu julgamento pelo Estado de Israel, fundado em 1948, três anos depois do fim da guerra, recebe crítica de ser Justiça pós-fato, porque as leis e a Justiça de Israel não existem quando os crimes são cometidos. Há apelos para que o julgamento seja na Alemanha ou num tribunal internacional. Mas Israel insiste em julgar Eichmann. Vê uma oportunidade de educar as novas gerações sobre o Holocausto.

Eichmann alega não ser antissemita, mas apenas um burocrata que cumpriu rigorosamente as ordens. Diz que leu O Estado Judeu, de Theodor Herzl, livro que lança o moderno sionismo, o movimento nacional do povo judeu, e não Minha Luta, de Adolf Hitler. Nega até mesmo que seu escritório tivesse responsabilidade pelo extermínio dos judeus.

Seis milhões de judeus morrem no Holocausto, 60% da população de judeus da Europa, no que é considerado o pior genocídio da história, além de 1,5 milhão e meio de ciganos, e ainda socialistas, comunistas, anarquistas, negros e oposicionistas do regime nazista.

O julgamento vai de 11 de abril a 15 de dezembro de 1961, quando Eichmann é condenado à morte na forca.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Hoje na História do Mundo: 30 de Maio

 JOANA D'ARC EXECUTADA 

    Em 1431, os ingleses queimam na fogueira Joana d'Arc, heroína e santa da França.

A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) entra numa nova fase em 1415, quando o rei Henrique V, da Inglaterra, invade a França e conquista uma série de vitórias contra Carlos VI. Quando Henrique V morre, em 1422, os ingleses e seus aliados da Borgonha controlam a Aquitânia e o Norte da França, inclusive Paris. 

Carlos VI morre um mês depois e seu filho Carlos, regente desde 1418, prepara-se para reivindicar a coroa francesa, mas o local da coroação, a cidade de Reims, está sob o controle do inimigo. Enquanto isso, Henrique VI, filho de Henrique V e Catarina de Valois e neto de Carlos VI, é proclamado rei da França pelos ingleses.

Aos 16 anos, Joana d'Arc "ouve vozes" de três santos católicos - Santa Catarina, Santa Margarida e São Miguel - exortando-a a apoiar o Delfim na reconquista de Reims e do trono da França. Em abril e maio de 1429, o Exército da França, sob o comando de Joana d'Arc, conquista Orleans. Depois de uma série de vitórias francesas, Carlos VII é coroado em Reims.

Joana d'Arc é presa pela forças de Borgonha em 23 de maio de 1430 e entregue aos ingleses, que a julgam por heresia em março de 1431. Aos 19 anos, ele é queimada na fogueira na Praça do Velho Mercado, em Rouen. O primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, que também foi historiador, considera a execução sumária um erro que a transforma em mártir.

Sob a inspiração da jovem camponesa, a Guerra dos Cem Anos vira a favor da França. Em 1453, Carlos VII havia reconquistado todo o território francês menos o porto de Calais, que os ingleses entregam em 1558. Em 1920, Joana d'Arc é canonizada pela Igreja Católica.

DUELO FRAUDADO 

   Em 1806, o futuro presidente Andrew Jackson (1829-37) mata Charles Dickinson num duelo.

Dickinson havia acusado Jackson de trapacear numa aposta em corridas de cavalos e ofendido a mulher dele. Ambos eram fazendeiros e criadores de cavalos. 

Jackson é baleado e erra o primeiro tiro, mas dá um segundo, quebrando as regras, e mata o oponente. Ele não é processado e vence as eleições presidenciais em 1828 e 1832.

500 MILHAS DE INDIANÁPOLIS

    Em 1911, é realizada a primeira prova das 500 Milhas de Indianápolis, uma das provas mais famosas do automobilismo.

A ideia de construir uma pista para testar carros de alta velocidade é proposta em 1906 por Carl Fisher, um vendedor de automóveis, diante da precariedade das estradas da época. O objetivo é promover competições entre as principais marcas para que os consumidores tirem suas conclusões. Em 1911, Fischer e seus sócios decidem fazer apenas uma corrida longa por ano.

Há 110 anos, 40 carros iniciam as 500 Milhas. Um acidente na volta número 13 provoca grande confusão. No fim, Ralph Mulford se declara vencedor, mas o prêmio de US$ 14.250 vai para Ray Harroun, que completa a corrida em 6h42min a uma velocidade média de 119 quilômetros por hora. Seu carro, Marmon Wasp, é o primeiro a usar um espelho retrovisor.

GUERRAS DOS BÁLCÃS

    Em 1913, termina a Primeira Guerra dos Bálcãs com a vitória da Liga Balcânica (Bulgária, Grégia, Montenegro e Sérvia) sobre o Império Otomano, expulso da Macedônia. 

Depois de uma revolta nacionalista na Macedônia em 1908, o Império Austro-Húngaro anexa a Bósnia-Herzegovina e incentiva a Bulgária, então dominada pelo Império Otomano, a declarar a independência. A Sérvia rejeita a anexação da Bósnia-Herzegovina, que considera parte de seu território. A Rússia, aliada da Sérvia, também é contra.

Na primavera de 1912, a Bulgária, a Grécia, Montenegro e a Sérvia formaram a Liga Balcânica. Em 8 de outubro, Montenegro declara guerra à Turquia. Em 17 de outubro, os outros países da liga entram na guerra. O Império Otomano é derrotado rapidamente. Em um mês, perde quase todos os seus territórios no Sudeste da Europa.

Um mês depois do acordo de paz, sentindo que seu país é prejudicado, na noite de 29 para 30 de junho de 1913, o rei Ferdinando I, da Bulgária, ordena um ataque contra as ex-aliadas Grécia e Sérvia. Começa a Segunda Guerra dos Bálcãs. 

A Grécia, a Romênia, a Sérvia e a Turquia vencem rapidamente a Bulgária. No Tratado de Bucareste, em agosto de 1913, a Bulgária perde parte de seu território para a Sérvia e a Grécia assume o controle sobre quase toda a Macedônia.

O Império Austro-Húngaro não intervém e é surpreendido pelo resultado das guerras nos Bálcãs, que fortalecem sua inimiga Sérvia. 

Em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, pelo estudante radical sérvio Gavrilo Princip em Sarajevo, a capital bósnia, é o estopim da Primeira Guerra Mundial (1914-18), que começa um mês depois, quando a Áustria-Hungria declara guerra e bombardeia a Sérvia. 

A Sérvia é aliada da França, do Reino Unido e da Rússia, que formam a Tríplice Entente e entram na guerra contra a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália). Como a Tríplice Aliança é meramente defensiva, a Itália fica neutra inicialmente e, em abril de 1915, entra na guerra ao lado da Tríplice Entente. O Império Otomano se alia às potências centrais. 

No fim da Primeira Guerra Mundial, desaparecem os impérios alemão, austro-húngaro, otomano e russo.

REUNIFICAÇÃO DA ALEMANHA

    Em 1990, o líder soviético Mikhail Gorbachev chega a Washington para uma reunião de cúpula com o presidente George Bush sobre a reunificação da Alemanha.

Em meio a revoluções democráticas na Europa Oriental, o Muro de Berlim é aberto em 9 de novembro de 1989. O encontro de três dias acaba sem acordo, mas a União Soviética pede ajuda econômica ao Ocidente em julho de 1990 e Gorbachev acaba aceitando a reunificação alemã. 

Em 3 de outubro de 1990, a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental se unem, acabando com uma das últimas consequências da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Hoje na História do Mundo: 29 de Maio

TOMADA DE CONSTANTINOPLA

    Em 1453, os turcos do Império Otomano, sob a liderança do imperador Mehmet II, conquistam Constantinopla, marco do fim da Idade Média e do início da Idade Moderna, que acaba em 14 de julho de 1789, com a Revolução Francesa. 

É o fim do Império Romano do Oriente, que sobrevive 977 anos depois da queda do Império Romano do Ocidente, em 4 de setembro de 476, quando Flávio Odoacro vence Rômulo Augusto, marco do fim da Idade Antiga. O Império Romano é fundado por Otávio César Augusto em 27 antes de Cristo e dividido pelo imperador Teodósio em 395.

No Domingo de Pentecostes, depois de um cerco de 53 dias, as forças do sultão conhecido como o Conquistador vencem o exército do imperador Constantino XI, o Paleólogo.

O Império Otomano se expande pela Europa. Chega a cercar Viena, capital do Sacro Império Romano-Germânico, duas vezes, em 1529 e em 1683. É extinto com a derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-18).

NASCE JOHN KENNEDY

    Em 1917, nasce em Brookline, no estado de Massachusetts, John Fitzgerald Kennedy, um dos presidentes mais importantes da história dos Estados Unidos, tragicamente assassinado em Dallas, no Texas, em 22 de novembro de 1963.

Seu pai, Joseph Patrick Kennedy, faz fortuna com uma série de negócios, bancos, construção naval, cinema e bebidas alcoólicas durante a Lei Seca. A mãe é filha de um ex-prefeito de Boston. 

Depois de presidir a Security & Exchange Commission, a comissão de valores mobiliários dos EUA, o pai é nomeado embaixador norte-americano em Londres por seis meses, em 1938. John é seu secretário e aproveita os ensinamentos para escrever sua monografia de conclusão do curso na Universidade de Harvard, em 1940.

No outono de 1941, JFK entra para a Marinha dos EUA. Dois anos depois, é enviado para a Guerra do Pacífico contra o Japão, parte da Segunda Guerra Mundial (1939-45). Ele é ferido e sobrevive com dores pela vida inteira. A história vira o filme O Herói da PT-109. Mas Joe, o irmão mais velho, que o pai espera ser o primeiro a entrar na política, morre na guerra.

Em 1946, Kennedy se elege deputado sem o apoio do Partido Democrata. Cumpre três mandatos de dois anos e se elege senador por Massachusetts em 1952. Em 12 de setembro de 1953, JFK se casa com Jacqueline Lee Bouvier, uma linda mulher 12 anos mais moça do que ele.

No Senado, Kennedy luta contra a abolição do Colégio Eleitoral, defende uma reforma trabalhista e a ampliação dos direitos civis. Como membro da Comissão de Relações Exteriores, é a favor de aumentar a ajuda a países da África e da Ásia, e conclama a França a dar independência à Argélia.

JFK se reelege em 1958 com 73,6% dos votos, a maior vantagem em todas as eleições para o Senado naquele ano, e começa a preparar a candidatura a presidente, lançada em 2 de janeiro de 1960, com o irmão Robert Kennedy como coordenador. Ele chega à Convenção Nacional do Partido Democrata, em Los Angeles, com 600 dos 761 necessários e, em 15 de julho de 1960, aceita a indicação do partido.

Mais detalhes dos mil dias de Governo Kennedy (1961-63) no link acima.

CONQUISTA DO EVEREST

    Em 1953, o alpinista neozelandês Edmund Hillary e seu guia nepalês Tenzing Norgay se tornam os primeiros homens a chegar ao cume do Monte Everest, a montanha mais alta da Terra, com 8.848,86 metros de altitude.

O Everest é identificado como o pico mais alto do planeta em 1850. Muitas tentativas de escalar a montanha são feitas pela face norte, que fica no Tibete, anexado pela China depois da vitória da revolução comunista em 1949. Com esta rota fechada, a maior parte das tentativas passa a ser feita pelo lado sul, no Nepal.

No início dos anos 1920, o montanhista britânico George Mallory tenta três vezes, até desaparecer em 1924. Em 1952, uma expedição suíça chega a 8.595 metros de altitude.

A expedição bem-sucedida parte de Katmandu, a capital nepalesa, em 10 de março de 1953 com 150 carregadores, seguida de outra no dia seguinte com mais 200. Eles chegam a Tengboche, a 3.867 metros de altitude, em 26 e 27 de março.

De 26 de março a 17 de abril, o grupo faz uma aclimatação. Aí, começa a escalada montando vários acampamentos de apoio no caminho. Hillary e Tenzing saem do Campo 9 às 6h30 e chegam ao pico às 11h30 em 29 de maio.

Nas últimas décadas, há um grande aumento do número de alpinistas subindo o Everest. Na temporada passada, o governo do Nepal concede 421 permissões para estrangeiros, com renda de US$ 5 milhões aos cofres públicos. Em setembro deste ano, o valor da permissão vai subir de US$ 11 mil para US$ 15 mil.

Nove pessoas morrem no Everest em 2024, a metade do ano anterior, e 340 ao todo até hoje. É a montanha que mais mata, mas não a que tem o maior índice de mortalidade porque outras são mais perigosas. O Everest é a mais procurada por ser a maior. 

O pior ano é 2015, com 22 mortes, quando um terremoto provoca uma avalanche que atinge um dos acampamentos ao longo do caminho. O segundo pior é 2023, com 18 mortes.

PROTESTO ANTIRRACISTA EXPLODE EM LOS ANGELES 

    Em 1992, a Justiça absolve quatro policiais que espancaram o motorista negro Rodney King e uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial irrompe no Centro-Sul de  Los Angeles, a segunda maior cidade dos Estados Unidos, com saques, depredações, ataques a motoristas e mais de 100 incêndios.

King está em liberdade condicional, em 3 de março de 1991, quando é perseguido pela polícia em alta velocidade até se render, bêbado. Como não se mostra disposto a colaborar com a polícia, é brutalmente espancado pelos policiais Laurence Powell, Theodore Briseno e Timothy Wind.

De um edifício próximo, um cidadão grava as cenas de violência num vídeo de um minuto e 29 segundos. Entregue a jornalistas, a gravação deflagra um debate sobre racismo institucional e violência policial.

Rodney King é liberado sem qualquer acusação. Os três agentes e o sargento Stacey Koon, que comandava a ação, são levados a júri popular.

Diante da comoção social, o caso é levado para Simi Valley, no Condado de Ventura. Em 29 de abril de 1992, o júri absolve os réus de todas as acusações, menos uma acusação de agressão física contra Powell, em que os jurados se dividem.

A absolvição causa os distúrbios mais violentos dos EUA no século 20. Em 1º de maio, o presidente George W. Bush manda o Exército intervir e, no dia seguinte, a situação é controlada.

Em três dias de distúrbios, mais de 60 pessoas morrem, quase 2 mil saem feridas e 7 mil são presas. O prejuízo total é estimado em US$ 1 bilhão.

NAVE SE ACOPLA A ESTAÇÃO ESPACIAL

    Em 1999, a nave norte-americana Discovery é o primeiro ônibus espacial a se acoplar à Estação Espacial Internacional.


Estação Espacial Internacional é fruto da cooperação entre os Estados Unidos, a Europa, o Canadá, o Japão e a Rússia.

Estes países decidem se associar em 1998. As primeiras partes da estação espacial entram em órbita no fim daquele ano. Cinco viagens de ônibus espaciais norte-americanos e duas de naves soviéticas levam os componentes.

Até hoje 238 astronautas de 18 países estiveram na estação espacial, inclusive o ex-ministro da Ciência e da Tecnologia Marcos Pontes, eleito senador por São Paulo.

Antes da Discovery, a nave norte-americana Atlantis se acopla à estação espacial russa Mir, em 29 de junho de 1995, num momento de cooperação entre os antigos inimigos da Guerra Fria, hoje inimigos de novo.

GENERAL NORIEGA MORRE

    Em 2007, morre na Cidade do Panamá aos 83 o general Manuel Noriega, ex-ditador do Panamá preso por tráfico de drogas numa intervenção militar dos Estados Unidos em 1999.

Agente da Agência Central de Inteligência (CIA) desde os anos 1950s e contratado oficialmente em 1967, Noriega chegou a ser acusado pelo acidente aéreo que matou o ditador Omar Torrijos, a quem apoiara, em 1981. Torrijos negociou em 1977 com o então presidente americano Jimmy Carter a devolução do Canal do Panamá, em 1999. Os americanos não querem deixar o canal nas mãos de Noriega.

Em 1984, Noriega frauda uma eleição presidencial. No ano seguinte, é acusado pela morte do líder oposicionista Hugo Spadafora. Por ligações com as máfias colombianas do tráfico de cocaína, é denunciado em 1988 em tribunais dos EUA.

A mando do presidente George Herbert Walker Bush, o pai, 27,7 mil soldados dos EUA invadem o Panamá em 20 de dezembro de 1989 a pretexto de defender a democracia e vidas de norte-americanos que estariam em perigo, e combater o tráfico de drogas.

Noriega refugia-se na Embaixada do Vaticano no quinto dia da invasão, a véspera do Natal. O prédio é cercado pelos norte-americanos, que o rodeiam com enormes alto-falantes que tocam rock'n'roll a todo o volume 24 horas por dia até o general se render, em 3 de janeiro.

A invasão acaba em 31 de janeiro de 1990. Pelo menos 236 soldados e 500 civis panamenhos e 26 soldados americanos morrem. Preso e levado para os EUA, Noriega é condenado em 16 de setembro de 1992 a 40 anos de cadeia.

Sua pena nos EUA é reduzida. Quando termina, em setembro de 2007, há pedidos de extradição da França e do Panamá. Ele chega a Paris em abril de 2010, onde é condenado a sete anos de prisão por assassinato e lavagem de dinheiro. Em 11 de dezembro de 2011, é enviado ao Panamá para cumprir mais 20 anos de pena.

O general Cara de abacaxi, como era chamado por causa das espinhas, morre no Hospital São Tomás, na Cidade do Panamá, de uma hemorragia cerebral resultante de uma cirurgia para retirada de um tumor cerebral benigno, sob custódia policial.