sexta-feira, 11 de julho de 2025

Hoje na História do Mundo: 11 de Julho

 QUAKERS CHEGAM A BOSTON

     Em 1656, as inglesas Ann Austin e Mary Fischer, as primeiras quakers a emigrar para as colônias norte-americanas, chegam a Boston, na Baía de MassachusettsElas vêm de Barbados, onde criaram um centro missionário.

A Sociedade dos Amigos, uma entidade religiosa, é fundada na Inglaterra por George Fox. O nome deriva do tremor causado pelo fervor religioso de seus membros, que são contra a violência e a guerra, e se dedicam à educação e à caridade. São contra a escravidão e a favor da igualdade entre os sexos.

Sua pregação liberal contraria o puritanismo de Massachusetts. Elas são presas e deportadas para Barbados cinco anos depois. Em 1658, o grupo é banido da colônia sob ameaça de pena de morte. Mais tarde, estas leis são revogadas.

No século 18, o quaker John Woolman viaja pelas colônias americanas pregando a religião e o abolicionismo. Ele promove boicotes aos produtos fabricados por escravos e tenta convencer as comunidades quakers a aderir à campanha abolicionista. 

quaker Lucretia Mott é uma abolicionista importante no século 19. Trabalha na Estrada de Ferro Subterrânea, um movimento clandestino para ajudar na fuga de escravos para a liberdade. Também é pioneira da luta pelos direitos das mulheres.

HAMILTON MORRE EM DUELO

    Em 1804, o vice-presidente Aaron Burr, acerta seu inimigo político Alexander Hamilton, que foi o primeiro secretário do Tesouro dos Estados Unidos, num dos duelos mais famosos da história do país. O líder do Partido Federalista e o principal arquiteto da ordem da econômica dos EUA morre no dia seguinte.

Hamilton nasce na ilha caribenha de Névis e emigra para os EUA em 1773. Durante a Guerra da Independência dos EUA (1775-83), entra para o Exército Continental e chama a atenção do comandante, general George Washington, que o nomeia assessor.

Dez anos depois, é delegado na Convenção Constitucional que redige a Constituição dos EUA e luta por sua ratificação por criar um um governo central forte como ele queria.

Quando Washington é eleito primeiro presidente dos EUA, em 1788, convida Hamilton para o governo. Em 1789, ele se torna o primeiro secretário do Tesouro.

Burr nasce numa família de elite da colônia de Nova Jérsei em 1756. Adere ao Exército Continental 1775. É deputado estadual e procurador-geral de Nova York. Em 1796, disputa a eleição presidencial na chapa de Thomas Jefferson, quando é atacado por Hamilton. John Adams vence. 

Na época, cada eleitor votava em dois candidatos e o Colégio Eleitoral num só. O segundo mais votado era eleito vice-presidente.

Em 1800, de novo, a chapa Jefferson-Burr concorre pelo Partido Democrata-Republicano, o futuro Partido Democrata. Burr divulga um documento em que Hamilton critica Adams, o que divide os federalistas. Jefferson e Burr vencem.

No Colégio Eleitoral, há  empate em 73 votos. A eleição vai para a Câmara dos Representantes e os federalistas apoiam Burr. Depois de 35 empates, parte dos federalistas muda da lado sob a influência de Hamilton e Jefferson ganha, uma das razões do duelo.

Em 1804, Jefferson não indica Burr para vice. Este tenta entrar no Partido Federalista. É barrado numa campanha inflamada de Hamilton, que continua quando ele se lança como candidato independente. No mesmo ano, o Congresso aprova a 12ª Emenda à Constituição dos EUA, estabelecendo votações distintas para presidente e vice.

ATAQUE À TOCA DO LOBO

Em 1944, o Conde Claus von Stauffenberg, coronel do Exército da Alemanha, vai com uma bomba até o quartel-general de Adolf Hitler em Berchtesgaden, na Baviera, com a intenção de assassinar o Führer.

O atentado seria em 15 de julho, mas Hitler é chamado ao quartel-general de Rastenburg, na Prússia Oriental, hoje parte da Polônia, conhecido como Toca do Lobo.

Desde o início da Segunda Guerra Mundial (1939-45), as atrocidades do nazismo provocam a indignação de alemães e, com o tempo, de conspirações para derrubar Hitler. A maior reúne cerca de 500 oficiais alemães.

Stauffenberg serve o Exército alemão desde 1926. Durante a guerra, participa da invasão à União Soviética, onde judeus e prisioneiros soviéticos são sumariamente eliminados. Transferido para o Norte da África, perde um olho, a mão direita e dois dedos da mão esquerda. Como comandante das Forças da Reserva, tem acesso direto a Hitler.

Líder da conspiração, chamada de Operação Valquíria, ele recebe a bomba do major Helmuth Stieff em 3 de julho. Com a viagem de Hitler e o adiamento do ataque, ele sabe em 16 de julho, num encontro com o coronel Cæsar von Hofacker, que a Muralha do Atlântico entrara em colapso na Normandia e que a guerra havia mudado na frente ocidental. É chegado o momento de se livrar de Hitler e negociar a paz.

O atentado fica para 20 de julho. Como Hitler vai receber Mussolini, a reunião é antecipada em uma hora. Stauffenberg tem pouco tempo para armar as duas bombas escondidas numa pasta. Ele só consegue preparar uma, a aciona e deixa a reunião. 

O coronel Heinz Brandt chuta acidentalmente a pasta de Stauffenberg, que fica do outro lado do grosso pé da mesa de carvalho. No momento da explosão, Hitler está do outro lado da mesa e não morre.

Do lado de fora da cabana, Stauffenberg e outros conspiradores saem convencidos da morte do Führer. Horas depois, o coronel anuncia que está tomando o poder na Alemanha. 

A proposta da conspiração é assinar um cessar-fogo com os aliados ocidentais, numa rendição incondicional, e concentrar esforços na guerra contra a URSS na frente oriental para impedir o Exército Vermelho de tomar a Europa Oriental e chegar a Berlim.

Com o fracasso do atentado, 5 mil pessoas são presas e 200 executadas, inclusive Stauffenberg.

FIM DO SKYLAB

    Em 1979, a estação espacial norte-americana Skylab cai na Terra, na Austrália e no Oceano Índico, cinco anos do fim da última missão tripulada nela realizada.

A Skylab, lançada em 1973, é a primeira estação espacial bem-sucedida, depois do fracasso da soviética Salyut. Com 36 metros de altura, é cilíndrica e pesa 77 toneladas. É capaz de abrigar até três tripulações de três astronautas.

Os tripulantes a Skylab passam mais de 700 horas observando o Sol e tiram mais de 175 mil fotos da nossa estrela. Realizam estudos para examinar os efeitos biológicos da longa permanência no espaço. Com o desgate prematuro causado por radiação solar acima do esperado, a estação especial é desativada e cai na Terra.

EUA REATAM COM VIETNÃ

    Em 1995, duas décadas depois da queda de Saigon, hoje Cidade de Ho Chi Minh, e do fim da guerra entre os dois países, os Estados Unidos estabelecem relações diplomáticas com o Vietnã, citando a cooperação do regime comunista vietnamita na busca pelos restos mortais de 2.238 desaparecidos em ação durante a intervenção militar norte-americana (1964-73) na Guerra do Vietnã (1955-75).

A normalização das relações com o inimigo que derrota a superpotência começam em 1994, quando o presidente democrata Bill Clinton suspende o embargo comercial. O senador republicano John McCain, um ex-piloto da Força Aérea que fica cinco anos e meio como prisioneiro de guerra no Vietnã, é importante no reatamento.

O envolvimento dos EUA na guerra aumenta de mil assessores militares em 1959 para pelo menos 2,8 mil na época do assassinato do presidente John Kennedy (1961-63). Depois do Incidente do Golfo de Tonkin, forjado para justificar a entrada direta dos EUA no conflito, em agosto de 1964, o presidente Lyndon Johnson declara guerra ao Vietnã do Norte.

Em abril de 1969, os EUA chegam a um máximo de 543 mil soldados no Vietnã, mas a erosão do apoio político interno por causa das 58.281 mortes minam o esforço de guerra. Cerca de 2 milhões de vietnamitas morrem na Guerra do Vietnã, que deflagra guerras civis no Laos e no Camboja. Em 1975, os três países da antiga Indochina Francesa se tornam comunistas.

MASSACRE DE SREBRENICA

    Em 1995, o exército da autointitulada a não reconhecida República Sérvia da Bósnia-Herzegovina toma a cidade de Srebrenica e mata em duas semanas 8.373 muçulmanos bósnios, praticamente toda a população adulta masculina da cidade.

É o maior massacre nas guerras que destroem a Iugoslávia. Uma força de paz das Nações Unidas formada por militares holandeses não reage. Centenas de homens buscam refúgio no quartel da ONU quando as forças sérvias ocupam Srebrenica, que tinha sido declarada "zona de segurança". As Mães de Srebrenica afirmam que "a Holanda é responsável por todas as mortes".

Os dois principais acusados, o líder sérvio na Bósnia, Radovan Karadzic, e o comandante militar sérvio-bósnio, general Ratko Mladic, são condenados anos mais tarde pelo Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia. Karadzic é sentenciado a 40 anos de prisão e Mladic, o Carniceiro da Bósnia, à prisão perpétua. Em 2004, antes dos dois serem presos, o tribunal considera o massacre um genocídio.

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