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domingo, 3 de maio de 2015

Milhares fecham ruas de Telavive em protesto antirracista em Israel

Depois de uma manifestação antirracista que terminou em violência na quinta-feira em Jerusalém, milhares de israelenses de origem etíope e seus simpatizantes fecharam hoje ruas do centro de Telavive em protesto contra o racismo institucionalizado e a brutalidade policial em Israel. Pelo menos 46 pessoas saíram feridas, sendo 23 policiais, e 15 foram presas, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz.

A onda de protestos com o racismo da polícia chegou a Israel depois da divulgação na semana passada de um vídeo em que um soldado etíope do Exército de Israel foi agredido e ameaçado por dois policiais. Veja no jornal conservador The Times of Israel.

Neste domingo, a violência explodiu na Praça Yitzhak Rabin, em Telavive. A polícia usou bombas de efeito moral e gás lacrimogênio para dispersar a multidão.

O chefe de polícia, Yohanan Danino, declarou que "a maioria das reclamações dos etíopes israelenses não tem a ver com a polícia. Há um problema mais profundo de assimilação. Assumo a responsabilidade pelos casos onde houve abusos, que serão investigados e punidos."

No início da noite, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pediu calma e prometeu investigar as denúncias da comunidade etíope-israelense, mas declarou que "não há lugar para a violência e atos fora da lei".

Amanhã, o primeiro-ministro participa de uma reunião entre líderes da comunidade etíope-israelense e representantes dos ministérios da Segurança Pública, do Interior e da Previdência Social. O soldado agredido pela polícia, Demas Fekadeh, também estará presente.

Baltimore suspende o toque de recolher noturno

O governo municipal de Baltimore, nos Estados Unidos, suspendeu o toque de recolher noturno de 22h às 5h imposto a partir de terça-feira para conter manifestações de protesto violentas contra a morte do jovem negro Freddie Gray, anunciou hoje a prefeita Stephanie Rawlings-Blake.

Gray foi preso ilegamente pela polícia em 12 de abril de 2015 e morreu uma semana depois de lesões na medula sofridas enquanto estava detido. Seis policiais foram denunciados pelo crime. Todos foram presos, mas pagaram fiança e vão responder ao processo em liberdade.

Desde o início dos protestos, depois do enterro de Gray, em 23 de abril, 113 policiais foram feridos e 486 pessoas detidas.

A morte de Gray foi mais uma de uma série de assassinatos de negros que revela um racismo institucionalizados nas polícias dos EUA. A cada 28 horas, um negro é morto pela polícia.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Promotoria denuncia policiais por homicídio de Freddie Gray nos EUA

A morte do jovem negro Freddie Gray, em 19 de abril de 2015, na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos, foi declarada um homicídio. Seis policiais foram denunciados pelo crime, anunciou hoje promotora do estado de Maryland Marilyn Mosby ao fazer hoje um balanço das investigações, noticiou o jornal digital The Huffington Post. Cinco estão presos.

Gray, de 25 anos, filho de uma viciada em heroína, nunca trabalhou. Já havia sido detido 22 vezes por posse de drogas e pequenos furtos. Em 12 de abril, ele foi preso ilegalmente numa esquina da Zona Oeste de Baltimore. Tinha uma faca de um tipo que não é proibido pela lei.

Ele morreu uma semana depois de múltiplas lesões na coluna. Antes de ser levado para a delegacia, a caminhonete da polícia parou em vários lugares, adiando o atendimento médico que o preso precisava.

Quatro policiais foram acusados de homicídio culposo, sem a intenção de matar, por imperícia, imprudência ou negligência, com pena máxima de 10 anos de prisão. Só o motorista Caesar Goodson Jr. foi denunciado por homicídio em segundo grau porque poderia ter parado a viatura num hospital ou posto de saúde para dar assistência ao preso. Todos foram acusados por agressão e dois por prisão ilegal.

O homicídio em segundo grau pode ser caracterizado por morte intencional não planejada nem premeditada ou por conduta perigosa ou desprezo pela vida humana que levem à morte.

A morte de Gray faz parte de uma longa lista de negros inocentes mortos pela polícia nos EUA que provocou uma onda de protestos em várias cidades e um debate sobre o racismo institucionalizado das polícias muncipais e estaduais.

Para lembrar alguns casos, Michael Brown foi morto em agosto de 2014 com um tiro em Ferguson, no estado do Missouri. Em Nova York, Eric Garner, que vendia cigarros avulsos na rua ilegalmente, foi sufocado e morto pelo golpe imobilizante conhecido como gravata. Em Charleston do Norte, na Carolina do Norte, no início do mês passado, um policial deu oito tiros pelas costas em Walter Scott.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Baltimore está em chamas

O governo do estado de Maryland, Larry Hogan, decretou estado de emergência e a prefeita da cidade de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake, impôs um toque de recolher noturno de 22h às 5h por uma semana a partir desta terça-feira.

O objetivo é conter uma onda de violentos protestos, saques e incêndios deflagrada pelo enterro de mais um negro assassinado por um policial branco nos Estados Unidos. Pelo menos 15 policiais saíram feridos. Mais de 300 pessoas foram presas.

Ao declarar emergência, o governador convocou a Guarda Nacional. Em entrevista transmitida ao vivo pela televisão americana CNN, ambos disseram ter feito tudo o que estava a seu alcance e afirmaram que a situação estava sob controle. Os incêndios em maisde 100 carros e lojas da cidade os desmentiam no ar.

A prefeita, do Partido Democrata, alegou não ter acionado as autoridades estaduais antes dos protestos violentos e dos saques para não dar a impressão de estar reagindo exageradamente diante da insatisfação popular. As manifestações eram pacíficas, mas, no sábado passado e hoje os protestos degeneraram para ações violentas de jovens negros revoltados.

Filho de uma viciada, Freddie Gray é uma encarnação do pesadelo americano. Nunca teve um emprego nem chamou muito a atenção nos 25 anos de vida na pobre Zona Oeste de Baltimore. Ele morreu em 19 de abril de 2015, uma semana depois de ser jogado ao chão numa esquina, preso e arrastado até uma camionete da polícia, reportou o jornal The Washington Post.

De acordo com a autópsia, Gray sofreu várias lesões na coluna. Seis policiais envolvidos no caso foram afastados do serviço sem remuneração. Várias investigações estão em andamento.

Baltimore, de 660 mil habitantes, é uma cidade histórica onde 25% da população vivem na miséria e na desesperança, a um passo do crime e da violência. O problema lá é a miséria, não é o racismo, alega o repórter Michael Fletcher, do Washington Post, que morou 31 anos na cidade.

"A prefeita é negra, assim como o presidente da Câmara Municipal, o chefe de polícia, o promotor público e muitos outros líderes da cidade são negros

É mais um de muitos casos de negros mortos por policiais brancos. Em agosto de 2014, Michael Brown foi morto em Ferguson, no estado do Missouri. Quando a Justiça decidiu não processar o policial responsável, Darren Wilson, houve uma onda de violência na cidade.

Em dezembro do ano passado, Eric Garner, um vendedor de cigarros avulsos foi sufocado até a morte pela polícia de Nova York, apesar de reclamar que não estava conseguindo respirar. Em 4 de abril de 2015, Walter Scott foi perseguido por causa de um farolete queimado em Charleston do Norte, na Carolina do Norte.

O racismo institucionalizado das polícias municipais e estaduais dos EUA é um desafio para a nova ministra da Justiça, Loretta Lynch, de origem africana como o presidente Barack Obama e as vítimas desta história.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Senado confirma Loretta Lynch como ministra da Justiça dos EUA

Depois de mais de cinco meses, por 56-43 votos, o Senado dos Estados Unidos aprovou hoje a nomeação pelo presidente Barack Obama de Loretta Lynch para ministra da Justiça, num momento de grande debate sobre o racismo institucionalizado da polícia e como combater o terrorismo, noticiaram os jornais The Washington Post e The Wall Street Journal.

Todos os senadores democratas e dez republicanos, inclusive o líder da maioria, Mitch McConnell, votaram a favor.

Durante o debate no Senado, Loretta Lynch foi elogiada por seu trabalho como procuradora federal no bairro do Brooklyn, em Nova York, mas criticada pela oposição conservadora por supostamente retardar e evitar a deportação de milhares de imigrantes ilegais.

Loretta Lynch substitui Eric Holder, o primeiro negro a ocupar o cargo de ministro da Justiça, que nos EUA acumula as funções de procurador-geral da República. A festa de despedida de Holder está marcada para sexta-feira. Lynch toma posse na segunda-feira, 27 de abril de 2015. Será a primeira mulher negra a ocupar o cargo.