segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Candidato de centro-direita vence na Bolívia

 O senador Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata-Cristão (PDC), de centro-direita, foi eleito presidente da Bolívia no domingo no segundo turno acabando com 20 anos de supremacia do Movimento ao Socialismo (MAS), liderada pelo ex-presidente Evo Morales e pelo atual presidente, Luis Arce, que estão rompidos.

Rodrigo Paz, de 58 anos, filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-93) e neto do ex-presidente Victor Paz Estenssoro, foi a grande surpresa no primeiro e no segundo turnos. Não era o favorito nas pesquisas. Conquistou 54.5% dos 7,9 milhões de votos ontem contra 45.5% do ex-presidente Jorge Tuto Quiroga, que cumprimentou o adversário por telefone. Paz ganhou em seis dos nove departamentos bolivianos, mas perdeu em Tarija, que representa no Senado.

No discurso da vitória, o presidente eleito fez um apelo à governabilidade, já que não terá maioria absoluta no Congresso. Seu partido elegeu 47 dos 130 deputados da Assembleia Nacional e 16 dos 36 senadores: "O povo boliviano elegeu outros grupos políticos e não se pode trair as decisões do povo. A Bolívia pode ter a certeza de que este será um governo para todos os homens e mulheres que quiserem reconstruir a pátria."

Ele nasceu em Santiago de Compostela, na Espanha, em 22 de setembro de 1967, quando seu pai estava no exílio. Paz Zamora foi fundador e líder do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR). A familía voltou ao país quando a democracia foi restaurada, em 1982.

O novo presidente foi vereador, presidente da Câmara Municipal e prefeito de Tarija, deputado, senador e vice-presidente do Senado. Rodrigo Paz agradeceu aos presidente do Equador, dos EUA, do Panamá, do Paraguai, do Peru e do Uruguai, que o cumprimentaram pela vitória. 

Seu maior desafio é promover a reconciliação nacional depois de uma radicalização nas últimas décadas e unir o país em torno de um programa para enfrentar a crise econômica. Depois de um crescimento vigoroso nos governos de Morales, a Bolívia está em recessão pela primeira vez em 39 anos. A economia encolheu 2,4% no primeiro semestre. A inflação passa de 20% ao ano. 

O novo governo toma posse em 8 de novembro. Será a primeira vez em 28 anos na Bolívia em que um governo eleito democraticamente passará o poder normalmente a um governo também eleito de oposição.

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