Num gesto sem precedentes nos últimos 60 anos, o presidente Donald Trump mandou a Guarda Nacional para a Califórnia e ordenou a mobilização de fuzileiros navais de uma base militar próxima por causa dos protestos em Los Angeles contra a ação da polícia de imigração.
A última vez em que isto tinha acontecido sem o consentimento do governador estadual foi em 1965, quando o presidente Lyndon Johnson enviou a Guarda Nacional ao Alabama para proteger ativistas do movimento pelos direitos civis dos negros.
Tanto o governador Gavin Newsom quanto a prefeita de Los Angeles consideraram a intervenção desnecessária e acusaram Trump de semear o caos numa cidade e num estado governados pelo Partido Democrata, de oposição ao governo federal. Ambos afirmam que a polícia poderia controlar o problema.
Os protestos começaram na sexta-feira, quando a Polícia de Imigração e Alfândega (ICE) fez uma batida numa fábrica têxtil na área central de Los Angeles, a segunda maior cidade dos Estados Unidos, em busca de imigrantes ilegais para deportação.
A situação se agravou no sábado, que a ICE fez uma operação na empresa Home Depot, que vende produtos para a casa e a construção civil em Paramount, uma cidade da Grande Los Angeles com grande número de estrangeiros ilegais. Houve os primeiros protestos violentos.
No domingo, Trump autorizou o envio de 2 mil soldados da Guarda Nacional para "restaurar a lei e a ordem", e proteger prédios e agentes federais. Poderia ter ligado para o governador, um possível candidato democrata à Casa Branca em 2028. Preferiu o confronto. Sugeriu que o czar das fronteiras, Tom Homan, deve prender Newson e enviou mais dois mil guardas nacionais para escalar a crise.Hoje, a situação parecia mais tranquila, mas Trump mobilizou os fuzileiros navais, numa declaração de guerra à Califórnia. A situação é tensa. A polícia tenta dispersar os manifestantes, que gritam que "é um protesto pacífico". Até agora, pelo menos três pessoas foram feridas e mais de 200 presas.
Nesta terça-feira, estão previstas manifestações contra o governo Trump em pelo menos 21 cidades de 16 estados e no Distrito de Colúmbia. No próximo sábado, o Dia Sem Rei, estão programados protestos em 1.800 cidades.
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