quinta-feira, 8 de maio de 2025

Cardeal dos EUA é eleito papa e será Leão XIV

 O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost acaba de ser eleito novo papa. Primeiro papa nascido nos Estados Unidos, é agostiniano e vai adotar o nome de Leão XIV. Então, presume-se que deva dar continuidade ao trabalho do papa Francisco e à opção preferencial pelos pobres. 

O papa Leão XIII é conhecido por lançar a doutrina social da Igreja Católica com a encíclica Rerum Novarum, publicada em 15 de maio de 1891, sobre as condições sociais dos trabalhadores e em defesa dos sindicatos. O chamado socialismo cristão foi uma reação à difusão do socialismo e do comunismo na Europa.

Este conclave foi o maior e o mais diverso da história, com 133 cardeais eleitores, dos quais mais de 40 de países que nunca haviam participado como o Haiti, Bangladesh, Mianmar e a Malásia. Como nas eleições dos papas Francisco e Bento XVI, a escolha saiu no segundo dia de votação, com a fumaça branca saindo da chaminé instalada na Capela Sistina.

A votação foi mais longa durou mais de mil dias, de 1268 até 1271, quando foi eleito o papa Gregório X. A longa vacância do trono de São Pedro levou à criação do Conclave, em que os cardeais ficam isolados para afastar influências externas.

Prevost, de 69 anos, nasceu em Chicago em 14 de setembro de 1955 numa família de origem francesa, italiana e espanhola. De 1985 a 1999, foi missionário no Peru e se naturalizou peruano. Assim, tem dupla nacionalidade e uma forte ligação com a América Latina. 

Aos 27 anos, foi para Roma estudar Direito Canônico. É um cardeal da Cúria Romana, visto como uma alternativa "equilibrada" entre os setores conservador e progressista da Igreja. Era prefeito do Dicastério para os Bispos, a órgão que supervisiona a indicação dos bispos, e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina. Também foi líder de sua ordem.

Pode ser também mais uma reação às políticas do presidente Donald Trump. O novo papa criticou os ataques de Trump e do vice-presidente James David Vance aos imigrantes.

No seu primeiro pronunciamento, Leão XIV elogiou o trabalho de Francisco. Em 2023, Prevost foi acusado por três religiosas peruanas de acobertar dois agostinianos denunciados por elas de abusos sexuais. A Diocese de Chiclayo o defendeu alegando que Prevost levou o caso para Roma e aconselhou as mulheres a recorrer às autoridades civis. O fim do processo canônico seria resultado do arquivamento do processo na Justiça do Peru por prescrição do prazo de punibilidade, já que os abusos teriam acontecido nas décadas de 1980 e 1990.

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