segunda-feira, 1 de julho de 2024

Hoje na História do Mundo: 1º de Julho

 DIA DO CANADÁ

    Em 1867, o Império Britânico reconhece oficialmente o Canadá, uma confederação das províncias da Nova Escócia, Nova Brunswick e do Canadá, que seria dividida nas províncias de Ontário e do Quebec.

É o Dia do Canadá, a data nacional do país. A partir da união dessas províncias, o Canadá começa a conquistar autonomia dentro do Império Britânico e a ter seu próprio governo. O Parlamento Britânico e o governo do Reino Unido controlam as relações exteriores, a defesa nacional e as mudanças constitucionais.

O Canadá lutou ao lado das forças britânicas em duas guerras mundiais, assim como australianos, indianos, paquistaneses e neozelandeses

Em 11 de dezembro de 1931, o Estatuto de Westminster, uma emenda do Parlamento Britânico, dá independência às ex-colônias britânicas da Austrália, do Canadá, da Zona Zelândia e da Irlanda. O governo irlandês ignora o estatuto por entender que o tratado da independência da Irlanda, de 1921, acabara com o direito do Parlamento de Westminster de legislar sobre seu país.

A Terra Nova também não adota o Estatuto de Westminster e se une ao Canadá em 1949, depois de um plebiscito realizado no ano anterior.

Com a aprovação da Lei de Constituição, em 1982, o Canadá se torna totalmente independente. 

INÍCIO DA BATALHA DO SOMME

    Em 1916, começa a Batalha do Somme, uma as maiores e mais importantes da Primeira Guerra Mundial (1914-18), travada pela França e o Império Britânico contra a Alemanha, que terminaria em 18 de novembro com a vitória dos aliados.


 É o dia mais sangrento da história militar britânica, com 19.240 mortes.

Mais de 3 milhões de soldados lutam na Batalha do Somme. Entre mortos e feridos, o total de baixas é de mais de 1,1 milhão de homens, o que a torna uma das batalhas mais sangrentas da história.

NÃO PROLIFERAÇÃO NUCLEAR

    Em 1968, os Estados Unidos, a União Soviética, o Reino Unido e outros 59 países assinam o Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT) para conter a disseminação de armas atômicas pelo mundo. Entre em vigor em 5 de março de 1970. Hoje, tem 189 países signatários.

O NPT é controvertido desde o início porque cria duas categorias de países: as potências nucleares, que têm a bomba quando o acordo é fechado; e os países não nucleares, que recebem a promessa de receber ajuda para o uso pacífico da energia atômica. A Índia nunca assinou porque, como uma ex-colônia, não aceita acordos internacionais que a coloquem em inferioridade.

Além das cinco potências nucleares que não por coincidência são os países com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia), tem a bomb atômica hoje Israel, a Índia, o Paquistão e a Coreia do Norte. A África do Sul abriu mão do programa nuclear militar da ditadura da minoria branca. O Brasil e a Argentina assinaram um acordo nuclear e aderiram ao NPT.

Se o tratado tem um vício de origem, o regime de não proliferação nuclear contém até agora a proliferação de armas atômicas. O maior candidato para entrar no clube sem autorização no momento é o Irã, que pode já ter aquirido capacidade nuclear. Se o Irã tiver armas atômicas, isso poderá deflagrar uma corrida armamentista no Oriente Médio. Outros países com ambição a potência regional, a Arábia Saudita, o Egito, a Síria e a Turquia, também vão querer.

MORTE DE PERÓN

    Em 1974, morre em Buenos Aires o político e militar Juan Domingo Perón, figura dominante da política na Argentina, depois de um terceiro e breve governo de menos de 10 meses.

Em 4 de junho de 1943, o Grupo de Oficiais Unidos, uma sociedade secreta nacionalista, derruba o presidente Ramón Castillo a pretexto de acabar com as fraudes eleitorais da “década infame”.

Entre eles, destaca-se o coronel Juan Domingo Perón, que é subsecretário do Ministério da Guerra, vice-presidente e ministro do Trabalho, onde implanta uma legislação trabalhista que lhe dá grande prestígio popular e o apoio dos sindicatos.

Perón melhora as condições de trabalho, consegue um aumento real de 4% nos salários de 1943 e 1946, cria a indenização para acidentes de trabalho, a Justiça do Trabalho, a Previdência Social, o salário mínimo, pagamento de feriados e férias, o 13º salário (conhecido na Argentina como aguinaldo), garante férias e o direito de sindicalização de trabalhadores rurais, limita a jornada de trabalho e congela os preços dos arrendamentos de terras.

DIA DA LEALDADE
Sob pressão da oligarquia e da ala conservadora do Exército, Perón é demitido em 9 de outubro de 1945 e preso quatro dias depois. Uma onda de protestos populares organizados pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) força a sua libertação em 17 de outubro, festejado até hoje pelos peronistas como Dia da Lealdade.

Naquele dia, Perón fez seu primeiro discurso triunfante na janela da Casa Rosada diante de uma multidão reunida na Praça de Maio, ao lado de sua segunda mulher, a atriz Maria Eva Duarte de Perón, a Evita, com quem se casaria quatro dias depois, formando o casal que até hoje, muito depois de suas mortes, ainda domina a política argentina.

Com os votos de mais de 1,5 milhão de argentinos, 53% do eleitorado, Perón é eleito presidente da Argentina em 24 de fevereiro de 1946.

PERONISMO
Exemplo típico do populismo latino-americano, o peronismo, na definição do cientista político argentino Torcuato di Tella, é “uma aliança de parte da elite, como militares e industriais nacionalistas, com os trabalhadores para enfrentar outro segmento da elite, o mais conservador”, no caso argentino a oligarquia latifundiária exportadora.

Para os militares argentinos, que alimentam o sonho de hegemonia na América do Sul, argumenta Di Tella, os Estados Unidos, a potência realmente hegemônica no continente, não armariam a Argentina para atacar o Brasil, que tinha uma política de alinhamento automático com Washington. A Argentina precisa de um desenvolvimento industrial autônomo.

 PRIMEIRO GOVERNO PERÓN
Ao tomar posse em 4 de junho de 1946, Perón promete justiça social e independência nacional. Entre 1946 e 1949, os salários dos operários da indústria argentina sobem em média 53%. A participação da massa salarial no produto interno bruto passa de 40,1% para 49%.

De 1930-35 a 1945-49, a produção industrial dobra. O número de fábricas passa de 38 mil em 1935 para 86 mil. Nesse período, o operariado cresce de 436 mil para mais de um milhão. O total de sindicalizados pula de 500 mil em 1946 para 2 milhões em 1950, quando a força de trabalho tem 5 milhões.

As greves crescem na mesma medida, de 500 mil dias de trabalho perdidos em 1945 para 2 milhões em 1946 e mais de 3 milhões em 1947.

Nos seus dois primeiros anos de governo, Perón nacionaliza o Banco Central, paga uma dívida bilionária com o Banco da Inglaterra, estatiza as ferrovias, a marinha mercante, as universidades, os serviços e transportes públicos. Em 1949, lança a ideia de uma terceira via entre o capitalismo e o comunismo para manter distância da Guerra Fria.

EVITA
Filha ilegítima de uma cozinheira, a cantora, modelo e atriz de teatro e radioteatro María Eva Duarte era amante do coronel Perón. Eles se conhecem num evento beneficente em 22 de janeiro de 1944 no Luna Park, em Buenos Aires, e se casam quatro dias depois da volta triunfal de Perón ao poder, em 17 de outubro de 1945, formando um casal sem paralelo na história política da América Latina.

Evita cuida das obras sociais do governo. É ministra do Trabalho e do Bem-Estar Social e preside a Fundação Eva Perón, criada em 1948, com orçamento anual de US$ 50 milhões, que distribui generosamente dinheiro, empregos e moradia para os descamisados, os migrantes vindos do interior.

Em entrevista ao escritor Tomás Eloy Martínez, em 1970, Perón declara que “Evita foi uma criação minha”, negando que a imagem de sua segunda mulher tenha se tornado maior do que a dele. Essa posição é defendida hoje por peronistas que acusam a oligarquia argentina de inflar o mito de Evita para torná-la maior do que o caudilho.

A primeira-dama é fundamental na campanha para a introdução do voto feminino, em 1947. Chega a ser cotada como candidata a vice-presidente, mas enfrenta forte resistência dos conservadores e militares. Um grande comício realizado pela CGT em 22 de agosto de 1951 é insuficiente para virar o jogo. Depois de uma tentativa de golpe em 28 de setembro, a candidatura Evita foi abandonada.

SANTA EVITA
Uma espécie de Cinderela vingadora, Eva Perón morre de câncer no útero menos de um ano depois, em 26 de julho de 1952, no auge de sua popularidade. Vira uma santa.

Seu funeral dura quatro dias para que todos possam dar adeus à mãe dos pobres. De maio de 1952 a julho de 1954, dois anos depois de sua morte, o Vaticano recebe mais de 40 mil cartas pedindo a canonização de Evita.

Mais da metade das meninas nascidas em algumas províncias argentinas naquela época são batizadas Eva ou María Eva. As adolescentes pintam o cabelo de louro. Evita dita a moda.

DISPUTA PELO CADÁVER
Quando Evita morre, o plano era construir um memorial em sua homenagem. Ela seria enterrada na base de um monumento aos descamisados. Como o líder da revolução comunista na Rússia, Vladimir Lenin, seu corpo embalsamado ficaria em exposição ao público.

Antes da conclusão da obra, Perón é derrubado pelo golpe militar de 1955 e foge sem se preocupar com a múmia de Evita, que desaparece da sede da CGT, em Buenos Aires, onde ficara. De 1955 a 1971, o peronismo é proscrito na Argentina. É proibido ter fotos de Eva e Juan Perón em casa e até mesmo citar seus nomes.

Em 1957, com a ajuda do Vaticano, o cadáver de Evita foi retirado da Argentina e enterrado com nome falso na Itália.

Só em 1971 os militares revelam que a ex-primeira-dama está enterrada numa cripta em Milão, na Itália, com o nome de María Maggi. Naquele ano, o corpo é exumado e entregue ao general Perón no exílio na Espanha.

Depois da morte de Perón, em 1974, a terceira mulher do caudilho, María Estela Martínez de Perón, a Isabelita, assume o governo e repatriou o cadáver de Evita, que fica um tempo ao lado dos restos de Perón na Quinta de Olivos, residência oficial dos presidentes da Argentina.

Com o golpe militar de março de 1976, mais uma vez os peronistas temem pelo destino dos restos mortais da grande líder de massas. Em outubro daquele ano, sob a supervisão da ditadura, o cadáver de Evita é levado de Olivos para o Cemitério da Recoleta, onde estão enterrados os grandes líderes da oligarquia argentina, e sepultado no mausoléu da família Duarte.

QUEDA DE PERÓN
As políticas econômicas de Perón dão certo até 1949 por causa do sucesso das exportações durante e logo após a Segunda Guerra Mundial. Mas o preço dos produtos primários exportados pela Argentina cai e o aumento das importações para suprir a indústria deixam a balança comercial negativa. Há queda nos salários reais.

Reeleito com 62,5% dos votos em 11 de novembro de 1951, Perón tem um segundo governo muito mais difícil. Com a crise econômica e sem a carismática e angelical Evita a seu lado, o caudilho enfrenta oposição crescente dos estudantes e da Igreja Católica. Isso levou ao golpe liderado pelo general Eduardo Lonardi, chamado de Revolução Libertadora, em 16 de setembro de 1955.

Lonardi, reconhecendo a força do peronismo, tenta fazer um acordo. É afastado e substituído pelo general linha-dura Pedro Aramburu por adiar a desperonização. O Partido Justicialista (peronista) é dissolvido e há intervenção nos sindicatos.

SUCESSÃO DE GOLPES
Os peronistas continuaram sendo a maior força política argentina. Em 1958, apoiam a candidatura do radical Arturo Frondizi, que promete trazê-los de volta à legalidade. Frondizi é derrubado em março de 1962.

Até outubro de 1963, a Argentina é governada interinamente pelo Presidente do Senado, José María Guido, enquanto duas facções militares disputam o poder: os vermelhos, favoráveis a adotar mais dureza contra o peronismo, e os azuis, mais moderados, que acabam prevalecendo.

Um novo acordo para tentar reinstitucionalizar o país depois do golpe contra Perón leva à eleição de 7 de julho de 1963, vencida por Arturo Illia, derrubado em junho de 1966 pelo comandante do Exército, general Juan Carlos Onganía, que desfilara com a faixa presidencial no dia da posse de Illia.

Os governos militares de 1966 a 1973 são marcados por uma explosão social, o Cordobazo, em maio de 1969, na segunda maior cidade argentina, e pelas atividades de grupos guerrilheiros como o Exército Revolucionário do Povo (ERP), trotskista, e os Montoneros, peronistas, que capturam a matam o ex-ditador Aramburu.

Onganía é derrubado em junho de 1970 pelo general Roberto Levingston, substituído em 1971 pelo general Alejandro Lanusse, que promete restabelecer a democracia.

Com a volta do peronismo à legalidade, Héctor Cámpora é eleito presidente em março de 1973. Ao assumir, em maio, deixa claro que está apenas preparando a volta de Perón.

BATALHA DE EZEIZA
Depois de 18 anos no exílio, Perón é recebido com a Batalha de Ezeiza, travada perto do aeroporto internacional de Buenos Aires entre a direita peronista, que incluía a temida Aliança Anticomunista Argentina (AAA), e a extrema esquerda, representada pelos Montoneros.

Da plataforma de onde Perón discursaria, franco-atiradores dispararam contra a Juventude Peronista e os Montoneros. Pelo menos 13 pessoas morrerm e outras 365 saem feridas do Massacre de Ezeiza. O jornal Clarín disse que na época que os números reais deveriam ser muito maiores. Não há uma investigação oficial sobre essa suspeita.

Em 23 de setembro de 1973, o velho caudilho é eleito presidente da Argentina pela terceira vez, com 62% dos votos, desta vez tendo a mulher como vice. Só que não era mais Evita. Era María Estela Martínez de Perón, uma bailarina de cabaré que ele conhecera no exílio no Panamá.

GUERRA SUJA
Com a morte do general, em 1º de julho de 1974, Isabelita tomou posse, tornando-se a primeira mulher presidente no mundo inteiro. Mas a crise do peronismo se aprofunda, o terrorismo de direita e de esquerda piora.

O golpe de 24 de março de 1976, liderado pelo general Jorge Rafael Videla e o almirante Emilio Massera, marca o início do “processo de reorganização nacional”, a guerra suja contra a esquerda argentina. O total de mortos e desaparecidos é estimado entre 12 e 30 mil, o que a torna a pior ditadura da América do Sul durante a Guerra Fria.

A sina macabra da história política argentina volta a se manifestar em 29 de junho de 1987, quando o túmulo de Perón é profanado e suas mãos serradas e roubadas.

DEMOCRATIZAÇÃO
    A democratização vem em 1983 depois da derrota na Guerra das Malvinas (1982). Os peronistas perdem sua primeira eleição para o radical Raúl Alfonsín, em 1983. Voltam ao poder com Carlos Menem (1989-99), Eduardo Duhalde (2002-3), Néstor Kirchner (2003-7), Cristina Kirchner (2007-15) e Alberto Fernández (2019-23).

A corrupção e o fracasso total dos últimos governos do peronismo kirchnerista e a ascensão do anarcocapitalismo do presidente Javier Milei são o maior abalo ao movimento político do general.

PRIMEIRO WALKMAN

    Em 1979, a empresa eletroeletrônica japonesa Sony, a mesma que havia popularizado o rádio de pilha nos anos 1950, lança o primeiro Walkman. 

Os radinhos não tinham a qualidade do som estereofônico que as pessoas ouviam em casa. O Walkman, com uma fita cassete, melhora a qualidade de som e cria a primeira geração de pessoas que andam pelas ruas de fones de ouvido, imersas no seu próprio mundo.

No primeiro mês, a Sony só vende 3 mil aparelhos. Em agosto, a estratégia de marketing muda radicalmente. Agentes da Sony abordam transeuntes nas ruas de Tóquio para que experimentem o novo invento. Antes do fim de agosto, os estoques se esgotam.

A criação do iPod, lançado pela Apple em 23 de outubro de 2001, acaba com a era do Walkman. Permite armazenar mil canções com uma bateria de 10 horas de duração. Hoje a música está integrada aos telefones inteligentes.

DEVOLUÇÃO DE HONG KONG

    Em 1997, mais de um século e meio depois da Primeira Guerra do Ópio (1839-42), o Reino Unido devolve Hong Kong à China, que promete manter o regime político liberal durante pelo menos 50 anos dentro da fórmula "um país, dois sistemas", que o então líder Deng Xiaoping cria pensando também na reunificação com Taiwan.

Com a Lei de Segurança Nacional imposta em 2020 a Hong Kong, o regime comunista chinês acaba, na prática, com as liberdades democráticas no território, quebrando o compromisso de mantê-las durante pelo menos 50 anos.

Ao festejar o aniversário da devolução, o ditador Xi Jinping costuma citar várias vezes "um país, dois sistemas", a fórmula que enterrou para submeter a ex-colônia britânica a seu poder absoluto.

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

    Em 2002, começa a funcionar em Haia, na Holanda, o Tribunal Penal Internacional (TPI), criado pelo Estatuto de Roma (1998) para investigar e processar indivíduos envolvidos em casos de genocídio, crimes de guerra, crimes de agressão e crimes contra a humanidade quando há omissão da Justiça dos países-membros e assim combater a impunidade. Para instalar o tribunal, pelo menos 60 países precisam ratificar o Estatuto de Roma, o que acontece em 11 de abril de 2002.

Como não tem competência retroativa, o tribunal julga os casos acontecidos a partir desta data. Os Estados Unidos e a Rússia assinaram o tratado, mas nunca ratificaram. Os EUA queriam submeter o procurador-geral ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. A China e a Índia nem assinaram. Em princípio, estes países estão imunes em seus territórios nacionais, mas não seus agentes no exterior ou mesmo seus governantes por crimes cometidos no exterior.

A ideia de criar um tribunal internacional para crimes de guerra surge na Conferência de Paz de Versalhes (1919) depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18). A Liga das Nações realiza uma conferência em Genebra em 1937 para criar um tribunal internacional permanente para julgar atos de terrorismo internacional. Treze países assinam a convenção, mas nenhum a ratifica. Ela não entra em vigor.

Depois da Segunda Guerra Mundial, há a criação do Tribunal Militar Internacional de Nurembergue, na Alemanha, para julgar os criminosos nazistas, e o Tribunal Militar Internacional de Tóquio para julgar os japoneses, ambos temporários.

Durante a Guerra Fria entre EUA e União Soviética, a ideia de um tribunal penal internacional é inviável.

Nos anos 1990, há dois tribunais internacionais temporários para os crimes de guerra e contra a humanidade cometidos na Iugoslávia e em Ruanda. Em 1994, a Comissão de Direito Internacional apresenta o projeto do Tribunal Penal Internacional à Assembleia Geral da ONU e recomenda a realização de uma conferência internacional para aprová-lo.

Após várias reuniões preparatórias, a conferência é convocada para Roma. Em 17 de julho de 1998, 120 países aprovam o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Sete votam contra (Catar, China, EUA, Iêmen, Iraque, Israel e Líbia) e 21 se abstêm. Hoje cerca de 140 países são membros do tribunal.

Em 2009, o TPI decretou a prisão do ditador do Sudão, Omar Bachir, pelo genocídio da Darfur. Mesmo que a Rússia não seja parte do tribunal, em março de 2022, o tribunal emite uma ordem de prisão contra o ditador da Rússia, Vladimir Putin, por sequestro e deportação de menores ucranianos levados para russificação, o que configura crime de genocídio.

O TPI também investiga possíveis crimes de guerra cometidos por Israel e pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Guerra de Gaza mesmo Israel não sendo parte porque a Palestina é e os crimes de que Israel é acusado aconteceram principalmente na Faixa de Gaza. 

Em maio, o procurador-geral pediu a prisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e de três dirigentes do Hamas, o líder máximo, Ismail Haniya; o comandante do braço armado do grupo, Mohamed Deif; e do líder em Gaza, Yahya Sinwar, considerado o mentor do ataque terrorista de 7 de outubro de 2023.

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