terça-feira, 14 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 14 de Maio

COLÔNIA DE JAMESTOWN

    Em 1607, os ingleses fundam seu primeiro assentamento permanente na América, a colônia de Jamestown, na Virgínia, hoje parte dos Estados Unidos.

Até então, a Espanha e Portugal dominam o Novo Mundo. A colônia é um empreendimento privado da Companhia da Virgínia, com sede em Londres. O rei Jaime I da Inglaterra dá uma carta real aos investidores em 10 de abril de 1606.

Na época os ingleses chamam de Virgínia toda a costa leste da América do Norte ao norte da Flórida. É uma homenagem à rainha Elizabeth I (1558-1603), conhecida como a Rainha Virgem porque não teve filhos. Os colonos podem se estabelecer  na região que hoje vai da Carolina do Norte a Nova York.

O plano da companhia é remunerar os investidores com a descoberta de ouro e prata e de um rio que chegue à Ásia para fazer comércio com o Oriente.

Cerca de 105 colonos saem da Inglaterra em três navios no fim do dezembro de 1606 e chegam à Baía de Chesapeake em 27 de abril de 1607.

A maioria das tribos da região faz parte do Império Powhatan, com o cacique Powhatan como líder. As relações com os nativos inicialmente variam entre amizade e hostilidade. Os colonos fazem negócios com os índios, por exemplo, trocando ferramentas de metal por comida, mas há encontros violentos e às vezes os índios matam os colonos que saem do forte.

No outono de 1609, o cacique inicia uma campanha para matar os colonos de fome e acabar com a colônia, negando-se a fornecer comida. É o início da Primeira Guerra Powhatan (1609-14). Entre 1609 e 1611, a colônia quase é abandonada. Os colonos sobreviventes embarcam em quatro navios.

Com a introdução da cultura do tabaco, a partir de 1613, a colônia começa a prosperar. John Rolfe, o pioneiro da produção de tabaco, casa com a princesa Pocahontas, filha do cacique.

No verão de 1619, a colônia cria o primeiro governo representativo na América, com a eleição de uma Assembleia Geral de 22 burgueses e seis indicados pela companhia. Só os homens com propriedades têm direito de voto.

É em Jamestown que chegam os primeiros escravos africanos ao que hoje é os EUA. Em 20 de agosto de 1619, 20 dos 50 angolanos de um navio negreiro português atacado por dois navios piratas ingleses são vendidos em Jamestown. É o marco do início da escravidão no país.

Em 1620, a expansão da área agrícola para produzir tabaco e a infiltração dos colonos em regiões de caça dos indígenas provocam atritos na região da Baía de Chesapeke que explodem em 1622.

Os powhatans chegam desarmados a Jamestown, com veados, perus, frutas, peixes e outros mantimentos como se fossem para vender. Pegam todas as ferramentas e armas disponíveis e matam todos os colonos europeus, homens, mulheres e crianças de todas as idades. É o início da Segunda Guerra Powhatan (1622-32).

Na Terceira Guerra Powhatan (1644-46), Opechancanough é capturado e morto. Uma linha divisória, uma fronteira, é traçada entre a colônia e as terras indígenas. Exige autorização para ser cruzada.

EUA EXPLORAM NOROESTE

    Em 1804, um ano depois que os Estados Unidos dobraram seu território comprando a Louisiana da França de Napoleão Bonaparte, a expedição de Lewis e Clark deixa São Luís, no Missouri, para explorar o Nordeste do país, entre o Rio Mississípi e o Oceano Pacífico.

Antes de concluir a negociação, o presidente Thomas Jefferson convoca seu secretário particular, Meriwether Lewis, e o capitão do Exército William Clark para liderar a missão, que parte com 45 homens.

A expedição sobe o Rio Missouri num barco de 17 metros e dois menores. Um comerciante de peles franco-canadense e sua esposa indígena se juntam ao grupo como intérpretes. Eles passam o inverno no que hoje é o estado de Dakota do Norte. Quando entram no que hoje é Montana, avistam pela primeira vez as Montanhas Rochosas.

Do outro lado da cordilheira, encontram os índios Shoshones, que vendem cavalos à expedição, e seguem até o Rio Colúmbia, que os leva até o mar. Em 5 de novembro de 1805, a missão chega ao Pacífico. Depois do inverno, os exploradores iniciam a viagem de volta a São Luís.

FUNDAÇÃO DE ISRAEL

    Em 1948, David Ben Gurion proclama a fundação de Israel, criando o primeiro Estado do povo judeu em quase 2 mil anos, e se torna primeiro-ministro, mas os países árabes não aceitam e iniciam a guerra que não acabou até hoje. 

É o fim do mandato concedido pela Liga das Nações ao Império Britânico em 1922 para administrar a Palestina depois da dissolução do Império Otomano no fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

O Egito faz um bombardeio aéreo à noite. Mesmo com blecaute na capital, Telavive, os israelenses festejam o nascimento do país, reconhecido pelos Estados Unidos.

O movimento sionista, a favor da criação de uma pátria para o povo judeu, tem origem nos massacres registrados na Europa Oriental no fim do século 19 e do Caso Dreyfus, na França, onde um oficial judeu é condenado por espionagem e enviado para prisão da Ilha do Diabo, na Guiana Francesa.

Em 1896, o jornalista judeu austríaco Theodor Herzl, lança o panfleto O Estado Judaico e vira líder do movimento sionista, que decide voltar ao território histórico de Israel.

Na Declaração de Balfour, em 2 de novembro de 1917, o secretário do Exterior britânico, Arthur James Balfour, promete ao Barão de Rothschild, líder da comunidade judaica no Reino Unido, refundar Israel na Palestina, onde vive uma população árabe. O conflito entre árabes e judeus começa em 1929.

Por causa do Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), muitos judeus migram para a Palestina. Grupos terroristas judaicos atacam os britânicos por achar que renegaram a promessa.

Com o fim da guerra, os EUA abraçam a causa sionista. Em novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo ex-chanceler brasileiro Oswaldo Aranha, aprova a divisão do território histórico da Palestina entre um Estado judaico e outro árabe.

Na Guerra da Independência, que termina em 10 de março de 1949, Israel amplia seu território e cria a diáspora palestina. Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel toma a Faixa de Gaza e a Península do Sinai do Egito; a Cisjordânia, inclusive o setor oriental (árabe) de Jerusalém da Jordânia; e as Colinas do Golã da Síria.

Depois de uma tentativa fracassada de reconquistar o Sinai na Guerra do Yom Kippur, em 1973, o Egito abandona a aliança com a União Soviética, se aproxima dos EUA e faz o Acordo de Paz de Camp David com Israel, em troca do Sinai, na fórmula terra por paz, que seria o modelo para acabar com o conflito árabe-israelense.

O processo da paz no Oriente Médio é retomado na Conferência de Madri, em 30 e 31 de outubro de 1991, depois da Guerra do Golfo de 1991, quando Israel se conteve diante dos ataques do ditador do Iraque, Saddam Hussein.

Negociações secretas realizadas em Oslo, na Noruega, levam ao histórico aperto de mãos nos jardins da Casa Branca, em 13 de setembro de 1993, do primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, e do presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat. Nasce a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que inicialmente controla a Faixa de Gaza e Jericó.

O assassinato de Rabin por um extremista israelense, em 4 de novembro de 1995, e a volta da direita ao poder com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que superou Ben Gurion como governante que ficou mais tempo no poder em Israel, desgastam o processo de paz. O resultado é esta guerra sem fim, que adquiriu nova dimensão com o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023.

ESTAÇÃO ESPACIAL

    Em 1973, os Estados Unidos lançam sua primeira estação espacial, o Skylab, a 435 quilômetros de altitude, para fazer novas observações e examinar a adaptação do organismo ao espaço.

O laboratório espacial Skylab é fruto de um programa da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA) para adaptar as naves e os sistemas desenvolvidos para levar o homem à Lua para outras missões científicas.

A estação espacial tem 30,2 metros de comprimento e 6,7m de diâmetro. Pesa 75 toneladas. Apesar dos recursos e espaço limitados, é mais espaçosa do que a primeira estação espacial, a Salyut, lançada pela União Soviética em 19 de abril de 1971.

Em 11 de julho de 1979, a plataforma reentrou na atmosfera acidentalmente, se partiu e caiu prematuramente no Oceano Índico e no Oeste da Austrália.

MORTE DE FRANK SINATRA

    Em 1998, morre aos 82 anos em Los Angeles, na Califórnia, o músico e ator Frank Sinatra, uma das mais belas vozes da música popular.

Francis Albert Sinatra nasce em 12 de dezembro de 1915 em Hoboken, no estado de Nova Jérsei. Na adolescência, depois de ouvir discos de Bing Crosby, decide se tornar cantor. Entra para o grupo Hoboken Four, que ganha um concurso de calouros em 1935.

O grupo faz turnês durante um ano, mas só Sinatra se torna músico profissional. Durante três anos, ele canta com bandas menores. Em 1939, canta e trabalha como garçon na Rustic Cabin, em Englewood Cliffs, em Nova Jérsei, quando o trumpetista Harry James o contrata ao formar uma nova banda depois de deixar a Orquestra de Benny Goodman.

A banda grava 10 discos em seis meses. A voz barítono de Sinatra se destaca em músicas como From the Bottom of My Heart. Em dezembro de 1939, recebe uma porposta melhor e vai para a banda de Tommy Dorsey, com quem grava 83 discos de 1940 a 1942.

No fim de 1942, ele deixa a banda e se arrisca numa carreira solo. Em semanas, vira um fenômeno cultural. Suas apresentações no Teatro Paramount, em Nova York, em janeiro de 1943, provocam um frenesi entre as fãs como não se via desde Rodolfo Valentino.

Em novembro de 1944, Sinatra começa a trabalhar para a gravadora Columbia Records com grande sucesso até 1948, quando é criticado por manter sempre o mesmo estilo e por relações com mafiosos como Lucky Luciano e Joe Fischetti.

Sinatra entre num período de cinco anos de depressão e declínio. Chega a ficar sem voz por meses em 1950 por causa de uma hemorragia nas cordas vocais. O divórcio de sua primeira mulher, Nancy, em 1951, e um casamento tempestuoso com a atriz Ava Gardner abala ainda mais sua reputação. Em 1952, a Columbia Records não renova o contrato.

Nos anos 1940, Sinatra começa a trabalhar como ator cinematográfico. Ganha um Oscar de melhor ator coadjuvante em A Um Passo da Eternidade (1953).

Em 1953, ele assina um contrato com a Capitol Records, onde durante nove anos grava alguns de seus melhores discos. É um dos pioneiros dos "álbuns conceituais", LPs com um único tema. Mas as relações com a máfia continuam pesando.

Na campanha presidencial de 1960, a pedido do patriarca Joseph Kennedy, faz contato com o mafioso Sam Giancana para conseguir apoio à candidatura de John Kennedy.

Em 1960, quando ainda tem contrato com a Capitol, funda sua própria gravadora, a Reprise Records, em que grava em 1967 um de seus melhores discos em parceria com o grande compositor brasileiro Antônio Carlos Jobim. É uma década de grandes sucessos como Strangers in the Night (1966) e My Way (1969).

Com a ascensão do rock e da Geração de Woodstock, o grande festival de 1969, Sinatra fica em segundo plano. Queixa-se de que "ninguém mais escreve músicas para mim." Ele anuncia a aposentadoria em 1971, mas volta a gravar em 1973. O abuso do cigarro e do álcool tornam sua voz rouca.

Nas últimas duas décadas, Sinatra grava apenas sete álbuns com novas músicas. Faz várias apresentações ao vivo, a última em 1995. Com mais de 1.400 gravações em 50 anos de carreiras, é um dos cantores populares mais importantes da história e um ícone da cultura dos EUA.

MORTE DE B. B. KING

    Em 2015, morre em Las Vegas aos 89 anos o guitarrista e cantor norte-americano B. B. King, o Rei do Blues, um gênero musical que ajuda a desenvolver.

Riley King nasce perto de Itta Ben, no estado do Mississípi, no Sul dos Estados Unidos, em 16 de setembro de 1925. É criado na região do Delta do Mississípi. Sua primeira influência é a música gospel das igrejas da comunidade afro-americana no Sul do país, onde a segregação racial dura até os anos 1960.

Quando trabalha como disc-jockey em Memphis, no Tennessee, ganha o apelido de Blues Boy e vira B. B. King. Seu primeiro sucesso é o disco Three O'Clock Blues, de 1951. A partir daí, ele começa a viajar pelo país com uma banda de até 13 músicos.

Nos anos 1960, guitarristas de rock influenciados por ele o apresentam a plateias brancas. B. B. King se torna uma figura comum nas paradas de sucesso. É um dos primeiros a entrar, em 1980 para o Blues Hall of Fame. Em 1987, ganha um Prêmio Grammy pelo conjunto da obra e entra para o Rock and Roll Hall of Fame. Em Deuces Wild (1997), ele convida músicos como Eric Clapton e Van Morrison para uma fusão de blues, rock, pop e country.

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