sexta-feira, 1 de abril de 2016

Moçambique expulsa espanhola que defendia minissaia nas escolas

Em nome dos "bons costumes", o Serviço Nacional de Migração de Moçambique deportou há dois dias a espanhola Eva Anadon Moreno por ter participado de uma manifestação de protesto na capital, Maputo, contra a proibição do uso de minissaias nas escolas.

A manifestação foi convocada por organizações da sociedade civil em protesto contra a exigência de uso de saias abaixo do joelho em escolas primárias e secundárias.

Pela nota oficial do governo, "a cidadã dirigia um grupo de crianças vestidas de uniforme escolar e empunhando dísticos com dizeres ofensivos aos bons costumes da República de Moçambique, violando de forma clara e manifesta a Lei 5/93, que estabelece o regime jurídico do cidadão estrangeiros e fixa as respectivas normas de entrada, permanência e saída do país."

Numa contradição com sua própria narrativa, o governo afirma que a manifestação convocada para 28 de março "não chegou a ocorrer pelo fato de ter sido inviabilizada pela polícia da República de Moçambique por se tratar de uma marcha ilegal."

Desde a independência de Portugal, em 1975, o mesmo partido, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) governa o país do Sul da África. Isso levou a uma guerra civil com a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) que acabou oficialmente em 1992, mas de tempo em tempo ainda há escaramuças no interior do país.

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