quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Hollande é contra entrada da Ucrânia na OTAN

Antes da embarcar para Kiev com uma proposta de paz da União Europeia para o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, o presidente François Hollande declarou hoje que a França é contra a entrada da ex-república soviética da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

Ao lado da chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, Hollande apresenta ainda hoje a proposta europeia ao presidente da Ucrânia, Petro Porochenko, e amanhã fazem o mesmo em Moscou com o presidente Vladimir Putin, no momento em que o governo ucraniano pede armas ao Ocidente para resistir. A França é contra.

O recado do presidente francês tenta apaziguar a Rússia. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), criada em 1949, no início da Guerra Fria, tem como regra básica que um ataque contra qualquer um de seus países-membros é considerado um ataque contra todos. Como a visão de Putin considera a Ucrânia uma "região desgarrada da mãe-pátria", seria uma nova fronteira capaz de levar a uma guerra nuclear.

Para enviar um sinal claro, a OTAN anunciou hoje que vai reforçar suas fronteiras na Europa Oriental com mais 5 mil soldados. Ali, ficam as três antigas repúblicas soviéticas da região báltica (Estônia, Letônia e Lituânia) e vários países do extinto Bloco Soviético que entraram para a aliança atlântica: Hungria, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Romênia e Bulgária.

A guerra na Ucrânia começa com uma revolta popular contra o então presidente, Viktor Yanukovich, depois que ele rejeitou, sob pressão do Kremlin, em novembro de 2013, um acordo de associação à União Europeia.

Putin considera as ex-repúblicas soviéticas uma área de influência da Rússia. Gostaria de restaurar sua total submissão a Moscou através da União Eurasiana. Mas os ucranianos, que tinham feito a Revolução Laranja, em 2004, quando a eleição fraudulenta do mesmo Yankovich, foram para as ruas, tomaram a praça central da capital e forçaram a renúncia do presidente em 22 de fevereiro de 2014.

Depois de denunciar a revolução como um golpe de Estado de inspiração nazista fomentado pelo Ocidente, Putin ocupou e anexou em março a península da Crimeia, violando a Carta da ONU e os princípios da paz na Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Insatisfeito, no mês seguinte, iniciou uma revolta das populações étnica e linguisticamente russas do Leste da Ucrânia, provocando uma guerra civil com forte intervenção russa.

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