Diante da crise mundial de alimentos, a China está estimulando suas empresas a comprar fazendas no exterior para garantir a segurança alimentar.
Uma proposta do Ministério da Agricultura vai tornar a aquisição de terras no exterior uma peça central da política agrícola chinesa. Até agora, os investimentos agrícolas da China no estrangeiro eram poucos e pequenos.
Se o plano for aprovado, pode enfrentar grande resistência internacional por questões de soberania nacional, por causa da crise de alimentos e do risco de mais desmatamento quando o mundo enfrenta a ameaça do aquecimento global.
"Não há nenhuma dificuldade em aprovar esta proposta", comentou um alto funcionário chinês. "O problema virá quando governos estrangeiros não quiserem se desfazer de sua própria terra".
Cheios de dinheiro com a alta nos preços do petróleo, os países ricos do Oriente Médio estão investindo mais e mais no exterior. A Líbia tem um projeto para produção de trigo na ex-república soviética da Ucrânia. A Arábia Saudita pretende investir em agricultura e pecuária por uma questão de segurança alimentar.
No caso da China, com 40% dos agricultores do mundo mas apenas 9% das terras aráveis, os conselheiros do governo recomendam o investimento externo como maior garantia de suprimento alimentar de longo prazo, inclusive na propriedade de terras.
A inflação nos preços dos alimentos na China foi de 25% nos primeiros três meses do ano em comparação com igual período em 2007. É a maior no setor desde o início dos anos 90.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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