terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Iraque investiga vídeo da execução de Saddam

O governo do Iraque abriu inquérito sobre a origem da gravação que mostrou o ex-ditador Saddam Hussein (1979-2003) sendo insultado por seus carrascos antes do enforcamento. Um assessor do primeiro-ministro Nuri al-Maliki afirmou que o governo também ficou surpreso com a divulgação via Internet dos sons e imagens que provocaram revolta entre os sunitas ao mostrar a execução com uma vingança xiita.

A gravação clandestina alimenta a violência sectária entre sunitas e xiitas, que muitos já consideram uma guerra civil. O governo distribuíra uma gravação oficial sem som e sem a imagem do ditador pendurado na forca.

"Alguns guardas gritaram slogans inapropriados e isto está sendo investigado pelo governo", declarou Sami al-Askari, assessor de Maliki. Eles gritaram "Vá para o inferno!" e deram vivas ao aiatolá Muktada al-Sader, inimigo do ex-ditador.

Como Sader apóia o governo Maliki, o vídeo-pirata reforçou a idéia entre os sunitas de que o novo governo do Iraque representa e defende apenas os xiitas, e não todos os iraquianos. O próprio Maliki atuou decisivamente na desbaathificação do Iraque, o expurgo dos aliados de Saddam após a queda do ditador, em 9 de abril de 2003.

Muitos sunitas sem culpa pelos crimes do ex-ditador teriam sido afastados, criando ressentimentos em relação ao primeiro-ministro e prejudicando seus planos de reconciliação nacional. Ele assinou a ordem de execução horas antes do enforcamento de Saddam.

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