domingo, 30 de junho de 2024

Eleição presidencial vai ao segundo turno no Irã

 O deputado reformista Massoud Pezeshkian vai disputar o segundo turno da eleição presidencial do Irã com o linha-dura Said Jalili em 5 de julho. Nenhum dos candidatos conseguiu a maioria absoluta dos votos válidos no primeiro turno, em 28 de junho, na eleição antecipada por causa da morte do presidente Ebrahim Raïssi numa queda de helicóptero em 19 de maio.

Pezeshkian, ex-ministro da Saúde e Educação Médica (2001-5) no governo Mohamed Khatami (1997-2005) e ex-vice-presidente do Parlamento do Irã (2016-21), conquistou 42,5% dos votos contra 38,6% de Jalili, ex-negociador da questão nuclear, ex-secretário do Supremo Conselho de Segurança Nacional (2007-13), ex-candidato a presidente (2013) e atual membro do Conselho de Discernimento. É um órgão de assessoria do Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, o ditador do país.

A abstenção de 40% foi a maior desde a fundação da República Islâmica do Irã, em 1979.

Se Pezeshkian for eleito, deve priorizar a recuperação da economia e tentar melhorar as relações com o Ocidente, mas o poder do presidente tem limites. Quem manda de fato, dá a orientação política para o regime e já advertiu que é ilusão se aproximar dos Estados Unidos é Khamenei.

Jalili deve manter a política de confrontação com os EUA e com Israel e possivelmente acelerar o desenvolvimento da bomba atômica iraniana. Ao que tudo indica, o país deve estar perto de adquirir a capacidade nuclear, o que mudaria o equilíbrio de forças no Oriente Médio, podendo deflagrar uma corrida armamentista nuclear na região. Se o Irã tiver a bomba, Israel já tem, outros países como a Arábia Saudita e a Turquia também vão querer.

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