Pelas projeções dos primeiros resultados, a candidata do partido populista criado pelo humorista Beppe Grillo venceu com 67% dos votos. Houve segundo turno em 126 cidades da Itália, com um comparecimento às urnas de pouco mais da metade dos eleitores.É mais uma derrota dos partidos tradicionais num grande país da Europa. Roma foi governada várias vezes pela direita e pela esquerda. O balanço é um desastre. Com a vitória, o Movimento 5 Estrelas torna-se o principal partido de oposição ao governo Matteo Renzi, de centro-esquerda.
A Prefeitura Municipal acumula uma dívida de 13,5 bilhões de euros. Cerca de 40% das ruas precisam de nova pavimentação. A Linha 3 do metrô, prevista para entrar em funcionamento no ano 2000, ainda está em obras. Em 2014, estourou um escândalo conhecido como Máfia da Capital, envolvendo políticos de vários partidos, empresários e mafiosos.
O Movimento 5 Estrelas, nascido como uma onda de protesto nas redes sociais, governa as cidades de Parma e Livorno, sem grandes mudanças revolucionárias. Roma será um desafio bem maior.
Virginia Raggi baseou sua campanha em três pontos: transporte, lixo e transparência. Ela é contra a candidatura de Roma a sede da Olimpíada de 2024. Seu partido alega que o povo italiano tem outras prioridades. Mas o ex-jogador de rúgbi Andrea Lo Cicero, dado como certo como secretário de Esportes, é a favor.
Ela promete renegociar a dívida da Cidade Eterna e cobrar impostos sobre os imóveis comerciais pertencentes ao Vaticano. Se antes de entrar para o Movimento 5 Estrelas dizia votar na esquerda, Virginia fez seu estágio como advogada no escritório de um dos defensores do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, principal símbolo da corrupção na política italiana depois da Operação Mãos Limpas (1992-94). Esse detalhe ela costuma omitir.
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