quarta-feira, 1 de abril de 2015

Hamas acusa Israel de "matar o processo de paz"

O dirigente máximo do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Khaled Mechal, acusou Israel de "matar o processo de paz" no Oriente Médio, que seu grupo sempre rejeitou.

Em entrevista à televisão pública britânica BBC em seu exílio no Catar, o líder do Hamas negou que seu grupo seja terrorista. Ele exortou os Estados Unidos a aplicarem sobre o governo israelense a mesma pressão usada contra os palestinos para pressionar pela retomada das negociações diretas.

Mechal rejeitou qualquer paralelo entre o Hamas milícias jihadistas como Al Caeda e o Estado Islâmico, alegando que estes grupos têm presença marginal em Gaza e não são movidos pelo nacionalismo e o sonho de independência.

Sem reconhecer que os métodos do Hamas podem ser enquadrados como terroristas ao atacar civis inocentes, Mechal comparou o movimento nacional palestino à guerra da independência dos Estados Unidos, à resistência da França ao nazismo na Segunda Guerra Mundial e dos vietnamitas à intervenção militar americana e à luta da maioria negra contra o regime segragacionista do apartheid na África do Sul: "É uma causa justa. Não é terrorismo. Somos vítimas do terrorismo de Israel há décadas."

Mas não basta uma causa justa. Os métodos de luta precisam respeitar as leis da guerra, a começar pela proteção de civis inocentes. O terrorismo é endêmico no Oriente Médio. Todos os países e grupos armados podem ser acusados.

A questão do terrorismo está não apenas na causa. Os alvos precisam ser legítimos. Um exército de ocupação pode ser considerado um alvo legítimo, mas atacar escolas, restaurantes, pontos de ônibus e locais de concentração de civis inocentes é crime.

Nenhum comentário: