Por causa do pedido de adesão da Autoridade Nacional Palestina ao Tribunal Penal Internacional, o governo de Israel decidiu suspender a transferência do dinheiro arrecadado em impostos cobrados nos territórios ocupados. Só no mês de dezembro, foram 1 bilhão de shekels ou US$ 127 milhões, que ficarão retidos nos cofres israelenses.
"Os fundos relativos a dezembro deveriam ter sido passados à ANP na sexta-feira, mas decidimos suspender a transferência como parte da resposta aos palestinos", declarou ao jornal liberal israelense Haaretz um alto funcionário do governo direitista do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Israel teme ser acusado por crimes de guerra. "Somos um país que respeita a lei e investiga ativamente sua própria conduta", acrescentou a fonte não identificada. "Então, na arena internacional, nós não vamos apenas nos defender dos palestinos, vamos partir para a ofensiva. Quando se trata de crimes de guerra, temos vasta munição."
A decisão de congelar os impostos palestinos foi tomada numa reunião de duas horas do Conselho de Segurança Nacional de Israel, com a presença do ministro da Defesa, Moshe Yaalon, de oficiais das Forças de Defesa e do chefe do serviço secreto Shin Bet.
Netanyahu chamou de "hipócrita" o pedido de adesão palestino ao TPI, alegando que "a Autoridade Palestina não é um Estado", e declarou que espera sua rejeição.
Diante do colapso das negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos e pela rejeição de uma resolução para exigir a retirada de Israel no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a ANP decidiu pedir adesão a 22 tratados internacionais como via para o reconhecimento político como país independente. Entre eles, está o Estatuto de Roma, que criou o TPI, onde o pedido será examinado nos próximos 90 dias.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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