quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Temperatura média deve subir 3,5ºC

Enquanto os países das Nações Unidas não se entendem, a temperatura média do planeta marcha numa "trajetória de alto aquecimento, altos custos e alto risco". Deve subir 3,5ºC neste século em relação à média da era pré-industrial, advertiu hoje um estudo divulgado na 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que se realiza em Durban, na África do Sul, até 9 de dezembro de 2011.

O cálculo foi feito por duas empresas de consultoria ambiental, Climate Analytics e Ecofys, levando em conta que as atuais promessas de redução de emissões de gases que agravam o efeito estufa são insuficientes para atingir a meta de um aumento máximo de 2ºC nas temperaturas médias até o fim do século, fixada na Conferência de Copenhague, há dois anos.

No atual ritmo de emissões, alerta o relatório, os governos terão apenas quatro anos para reverter a tendência. Caso contrário, serão forçados a fazer gastos muito maiores para cumprir a meta.

Desde o início da Revolução Industrial, por volta de 1750, na Inglaterra, a temperatura média da Terra subiu 0,8% por causa do aumento da concentração de gases carbônicos na atmosfera.

A nova pesquisa estima que as emissões globais de gases de efeito estufa cheguem a 55 bilhões de toneladas em 2020, 11 bilhões a mais do que as 44 bilhões que seriam o limite para manter o aquecimento global numa alta de no máximo 2ºC, informa o jornal francês Le Monde.

O objetivo central da Conferência de Durban é negociar um acordo que substitua o Protocolo de Quioto, de 1997, que expira no fim de 2012. Esse protocolo obriga os países desenvolvidos a reduzir suas emissões de gases carbônico a 5% abaixo dos níveis de 1990.

Maior poluidor na época, os Estados Unidos, hoje superados pela China, nunca ratificaram o acordo de Quioto. Agora, negam-se a fazer qualquer acordo que exclua os países em desenvolvimento. A única notícia positiva em Durban é que um delegado chinês disse que o país aceitaria um acordo aplicável a todos.

Até agora, os grandes emergentes só concordam em fazer restrições voluntárias, alegando não serem responsáveis pelas emissões do passado que levaram à atual situação.

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