É a primeira vez que uma grande agência de avaliação de risco não dá nota máxima ao país mais rico do mundo. Mesmo durante a Guerra Civil (1861-65) e a Grande Depressão (1929-39), o Tesouro dos EUA honrou todas suas dívidas.
Desde 1941, quando a S&P começou a fazer sua avaliação, os EUA tinham nota máxima. A Moody's iniciou antes, em 1917, e mantém até hoje a cotação AAA para o governo federal americano.
As duas outras grandes agências do ramo, Moody's e Fitch, disseram não ter planos de revisar o crédito soberano dos EUA no momento. Vão acompanhar a implementação do acordo aprovado nessa semana pelo Congresso.
Ao explicar a decisão, a S&P declarou que o maior risco é político. Seus economistas não acreditam que os dois grandes partidos políticos americanos consigam chegar a um acordo para reduzir o deficit orcamentário em US$ 4 trilhões na próxima década.
O acordo anunciado em 1º de agosto, com um corte de US$ 2,1 trilhões nos gastos públicos federais nos próximos dez anos, foi considerado "insuficiente" para "estabilizar a dinâmica da dívida a médio prazo".
A agência havia ameacado rebaixar o crédito dos EUA, se o Congresso não aprovasse cortes de US$ 4 trilhões. Chegou à conclusão de que o sistema político do país está falido.
Em consequencia, governos estaduais, bancos e empresas privadas americanas também podem ter seu crédito rebaixado.
Como não tem qualquer legitimidade democrática - são empresas privadas - e não previram, em 2008, a maior crise econômica mundial desde a Grande Depressão, as agências de classificação de risco foram muito questionadas. Agora, serão muito mais.
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