A Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, prometeu agora há pouco manter as taxas básicas de juros da maior economia do mundo em nível muito baixo até meados de 2013, mas não anunciou medidas de estímulo. Os investidores esperavam mais: imediatamente, o índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, caiu mais de 200 pontos para terreno negativo.
Para combater a recessão de 2008-9, o Fed baixou sua taxa básica para uma faixa de 0-0,25%. Agora, fixou um prazo para manter os juros muito baixos. Não foi uma decisão unânime. Houve sete votos a favor e três contra, de diretores regionais do Fed que preferiam a expressão por tempo indeterminado.
Den novembro do ano passado até junho de 2011, o banco central dos EUA comprou títulos da dívida pública do país no valor total de US$ 600 bilhões para jogar mais dinheiro em circulação e assim estimular o crescimento.
A medida foi duramente atacada pelo Brasil e pela China. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerou uma "guerra cambial", uma tentativa de desvalorizar a moeda americana para aumentar a competitividade das exportações do país.
Como a economia dos EUA está fragilizada, parte do dinheiro foi investido nos países emergentes, que têm perspectiva de crescimento muito maior. Isso valoriza suas moedas e traz o risco de superaquecimento da economia e inflação.
Agora, o mercado esperava que o Fed lançasse um novo programa de compra de títulos. Seria a única maneira de incentivar o crescimento dos EUA, já que a Casa Branca e o Congresso não se entendem para chegar a uma proposta conjunta de combate à crise.
Na Europa, a Bolsa de Paris subiu 1,63% depois de nove sessões de queda. Londres teve valorização de 1,89%, mas Frankfurt baixou 0,1%.
A onça do ouro subiu para US$ 1.779,64, novo recorde, em parte porque países da Ásia estariam comprando ouro como reserva de valor, uma indicação de que não estão satisfeitos com a desvalorização de suas reservas em títulos do Tesouro dos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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