O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, acaba de apresentar sua renúncia à rainha Elizabeth II, acabando com uma série de 13 anos de governos do neotrabalhismo, inicialmente liderado por Tony Blair.
Cabe agora ao líder conservador, David Cameron, a iniciativa de formar um novo governo no Reino Unido.
Desde a manhã, estava claro que a negociação entre trabalhistas e liberais-democratas não evoluíra. O Partido Trabalhista deve ter entendido que perdeu as eleições de 6 de maio de 2010. Não teria condições de formar um governo estável.
Uma aliança entre os 255 deputados trabalhistas e os 57 do Partido Liberal-Democrata somaria 212. Dependeria de partidos nanicos para atingir a maioria absoluta, de 323 deputados.
A Câmara dos Comuns tem hoje 650 cadeiras. Como o Sinn Féin, o partido católico, republicano e nacionalista ligado ao Exército Republicano Irlandês (IRA) não jura lealdade à rainha e assim não assume, a maioria absoluta cai de 326 para 323 deputados.
Sem condições de governar, os trabalhistas jogaram a crise econômica com déficit orçamentário de 11,5% para a aliança liberal-conservadora, talvez na esperança de que o novo governo seja fraco e tenha de convocar eleições antecipadas dentro de meses.
Brown renunciou também a liderança do partido, abrindo a disputa pela sucessão.
O favorito é o jovem ministro do Exterior, David Miliband, líder da ala blairista do partido. A turma de Brown deve apoiar o ex-ministro da Educação Ed Balls. Também deve ser candidato o ex-ministro das Finanças Alistair Darling.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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