Mais de 90% dos islandeses votaram em plebiscito realizado hoje contra um acordo feito pelo governo do país com a Holanda e o Reino Unido para indenizar investidores que aplicaram seu dinheiro em bancos da Islândia via Internet.
Eram operações muito alavancadas. Os bancos islandeses faziam operações muito acima de seu capital.
Quando a crise financeira internacional se agravou, em 15 de setembro de 2008, com o colapso do banco Lehman Brothers, esses bancos ficaram insolventes. A Islândia foi o primeiro país a falir com a crise.
No mundo globalizado, 37 departamentos de polícia do Reino Unido tinham aplicado seus fundos de pensão na Islândia. O governo britânico recorreu à legislação antiterrorismo para confiscar propriedades e congelar depósitos islandeses na Grã-Bretanha, pressionando o governo de Reikjavik a indenizar depositantes e poupadores.
A Islândia também pediu associação à União Europeia. Não será aceita se não honrar os depósitos. Mas como a conta está estimada em US$ 5 bilhões, o presidente da Islândia decidiu convocar um plebiscito.
Com a rejeição maciça de passar a conta para a população inteira, o governo da Islândia tem um poderoso argumento para tentar renegociar a questão em bases mais favoráveis.
A população cassou o direito do governo de usar o dinheiro público para indenizar investidores estrangeiros.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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