segunda-feira, 8 de março de 2010

China pode abandonar paridade fixa com dólar

O Banco Popular da China deu os primeiros sinais de que pode abandonar a política de câmbio fixo em relação ao dólar, adotada em maio de 2008 para enfrentar a crise financeira internacional, revela hoje o jornal inglês Financial Times.

Em 2005, a China tinha adotado uma política de flutuação da moeda chinesa, o iuã, com base numa cesta de moedas que incluía o euro e o iene japonês. O objetivo era fazer o câmbio refletir melhor os saldos positivos do comércio exterior chinês.

Com a crise, as autoridades chinesas viram uma ameaça ao modelo exportador. A China foi o primeiro país a sair da crise, graças a um programa de estímulo de US$ 585 bilhões, mas o primeiro-ministro Wen Jiabao acaba de admitir perante o Congresso Nacional do Povo que as exportações caíram 16% em 2009.

Para o presidente do BC chinês, Zhao Xiaochuan, a paridade fixa fez "parte de um pacote de medidas especiais para enfrentar a crise financeira internacional. Mais cedo ou mais tarde, será abandonada".

Zhao não mencionou qualquer prazo. Em dezembro, o primeiro-ministro Wen rejeitou as pressões dos Estados Unidos, da Europa e de outros parceiros comerciais para que a China valorize sua moeda para equilibrar um pouco seu comércio exterior.

O regime comunista chinês temia não conseguir equilibrar a economia sem as exportações. Agora, também está preocupado com a inflação, a especulação financeira e a especulação imobiliária. Uma pequena valorização do iuã ajudaria a conter o crescimento de preços.

Por outro lado, o ministro do Comércio, Chen Deming, calcula que serão necessário dois a três anos para que as exportações chineses retomem o vigor anterior à crise.

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