terça-feira, 3 de outubro de 2006

Coréia do Norte ameaça testar bomba atômica

A Coréia do Norte anunciou hoje, através da televisão estatal, a intenção de realizar em breve uma explosão experimental de uma bomba nuclear, atribuindo a decisão à "crescente hostilidade dos Estados Unidos".

O governo George Walker Bush considerou um possível teste nuclear "uma ameaça inaceitável à paz" e ameaçou retaliar impondo sanções contra o governo comunista de Pionguiangue, que talvez seja o último regime stalinista linha-dura sobrevivente da Guerra Fria.

No Japão, único país que sofreu um ataque nuclear até hoje, o novo primeiro-ministro Shinzo Abe, reagiu imediatamente, declarando o teste nuclear norte-coreano inaceitável. Abe é a favor da revogação do Art. 9 da Constituição japonesa, imposta pelos EUA depois da Segunda Guerra Mundial, que torna o Japão um país pacífico, que não pode ter armas atômicas nem realizar operações militares ofensivas.

Se a Coréia do Norte desenvolver armas atômicas, há risco de uma corrida nuclear na região. O Japão, que possui a tecnologia, pode criar seu próprio dispostivo nuclear para não depender exclusivamente das armas atômicas americanas para sua defesa. Não interessa à China nem aos EUA, as outras duas grandes potências no Leste da Ásia, que o Japão tenha armas atômicas.

Observadores internacionais sugeriram que o futuro secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ministro do Exterior da Coréia do Sul, vá a Pionguiangue para evitar uma nova crise internacional. Afinal, a Coréia do Sul é o país que mais tem a perder numa guerra contra a Coréia do Norte. Ainda corre os riscos de suportar uma reunificação forçada da Coréia, caso haja um colapso na ditadura stalinista de Pionguiangue, um resquício da Guerra Fria.

Na Coréia, a Guerra Fria ainda não terminou. E o grande risco na Guerra Fria era um conflito nuclear.

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