domingo, 4 de junho de 2006

Líder supremo do Irã adverte EUA

O supremo líder espiritual do Irã, aiatolá Ali Khamenei, advertiu hoje que qualquer "mau comportamento" dos Estados Unidos para interromper o fornecimento de petróleo pelo Golfo Pérsico.

"Os EUA devem saber que saber que seu menor deslize pode pôr em perigo a segurança energética da região", alertou Khamenei. "Vocês não são capazes de garantir a segurança energética nesta região."

Khamenei afirmou que "o presidente dos EUA é odiado dentro de seu próprio país, de acordo com as pesquisas. É o governo mais odiado da História dos EUA, enquanto o nosso é o mais popular no Irã em 100 anos. Onde quer que seu presidente vá, há manifestações contra ele, odiado na África, na Ásia e na América Latina. O povo americano não tem segurança nem em suas conversas telefônicas privadas".

Em resposta ao sucessor do aiatolá Khomeini, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou que o "o Irã depende muito mais do petróleo do que os EUA".

Nesta segunda-feira, o enviado especial da União Européia, Javier Solana, começa uma viagem pelo Oriente Médio, devendo chegar a Teerã com uma proposta elaborada pelas maiores potências mundiais que inclui incentivos e ameaças para que o Irã abandone seu programa nuclear e pare de enriquecer urânio em troca de tecnologia atômica para fins pacíficos.

No sábado, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que está aberto a negociações "justas e incondicionais". Mas negou-se a abrir mão do "direito iraniano de desenvolver tecnologia nuclear para fins pacíficos". Em outras palavras, rejeitou a exigência dos EUA de que o Irã suspenda suas atividades nucleares como precondição para negociações diretas entre os dois países.

A decisão americana de acenar com a possibilidade de negociações diretas está sendo encarada por analistas mais como uma mudança de tática do que uma grande barganha. O objetivo não seria realmente negociar com o Irã mas conquistar o apoio da Rússia e da China, potências com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, para impor sanções ao Irã, caso a república dos aiatolás não ceda em suas pretensões nucleares.

Nenhum comentário: