domingo, 9 de junho de 2019

Multidão protesta contra lei de extradição e enfrenta polícia em Hong Kong

Cerca de um milhão de pessoas marcharam hoje pelas ruas de Hong Kong para protestar contra um projeto de lei para autorizar a extradição de pessoas do território para responder a processos na China, contrariando a promessa de manter o sistema da ex-colônia britânica por 500 anos, até 2047. A polícia disse que eram 240 mil.

Se os manifestantes estiverem corretos, foi o maior protesto desde a devolução de Hong Kong à China, uma clara rejeição da proposta que a governadora Carrie Lam espera ver aprovada ainda neste mês.

Os manifestantes, alguns usando máscaras cirúrgicas como disfarce, tentaram invadir a sede do Conselho Legislativo, onde o projeto está tramitando. Eles enfrentaram a polícia e jogaram as barreiras metálicas contra os policiais.

A maior preocupação é que os extraditados sejam submetidos a uma Justiça dominada pelo Partido Comunista, que não oferece as garantias processuais comuns nas democracias liberais.

"Este é o fim do jogo para Hong Kong. É uma questão de vida ou morte. Por isso, vim", declarou o professor Rocky Chang, de 59 anos, ouvido pela agência Reuters.

Para o último governador colonial britânico, Chris Patten, a lei de extradição "viola claramente o compromisso assumido de manter o Estado de Direito" em Hong Kong com a fórmula "um país, dois sistemas", que Beijim também gostaria de aplicar à reunificação com Taiwan.

É mais um sinal de que o regime comunista chinês quer submeter a ex-colônia britânica, minando a autonomia do território e a independência do Poder Judiciário. E mais um alerta para Taiwan de que a China não vai respeitar a democracia na ilha que considera uma província rebelde.

Nenhum comentário: