sábado, 4 de abril de 2015

Humala nomeia seu sétimo primeiro-ministro no Peru

O presidente Ollanta Humala deu posse ontem ao sétimo primeiro-ministro desde que chegou ao poder no Peru, em 2011. Pedro Catariano substitui a primeira-ministra Ana Jara, censurada pelo Congresso por causa de um escândalo de espionagem de adversários políticos do governo, empresários e jornalistas, noticia o jornal Latin American Herald Tribune.

Catariano era ministro da Defesa do Peru desde julho de 2012. O presidente aproveitou a crise para promover uma reforma ministerial. Ana María Sánchez é a nova ministra do Exterior. Jakke Valakivi chefia o Ministério da Defesa. Gustavo Adrianzen é o novo ministro da Justiça.

A primeira-ministra Ana Jara caiu na segunda-feira passada.

Humala, um ex-militar nacionalista de esquerda, perdeu a eleição presidencial para Alán García em 2006, quando recebeu o apoio ostensivo do então presidente venezuelano Hugo Chávez e foi acusado de traição à pátria.

Em 2011, com campanha organizada por publicitários brasileiros, inspirado no governo Lula, derrotou no segundo turno Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000), preso e condenado por corrupção e violações dos direitos humanos na luta contra os grupos terroristas de esquerda Sendero Luminoso e Movimento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA).

No poder, o próprio Humala admitiu ter dificuldades para se livrar dos princípios da hierarquia militar e se adaptar às regras do jogo democrático. Entre outros erros, encheu a Direção Nacional de Inteligência (DNI) de militares aliados.

A maior parte das violações de direitos humanos que condenaram Fujimori foi cometida pelo então Serviço Nacional de Inteligência, dirigido por Vladimiro Lenin Montesinos, treinado na Escola das Américas, um centro de treinamento de ditadores e torturadores mantido pelos Estados Unidos na Zona do Canal do Panamá durante a Guerra Fria. Montesinos foi condenado por homicídio, tortura, assassinato e tráfico de drogas.

Keiko Fujimori é a favorita para a eleição presidencial de 2016. Ela recebeu em 2006 a maior votação dada a um candidato à Camara dos Deputados, 602.869 votos. Em 2011, teve 7.289.414 no segundo turno da eleição presidencial (48,5%).

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