domingo, 5 de abril de 2015

Comandante militar do Irã elogia acordo, negociadores e aiatolás

O comandante-em-chefe das Forças Armadas do Irã, general Hassan Firouzabadi, cumprimentou os negociadores iranianos, o presidente Hassan Rouhani e o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, pelo acordo nuclear preliminar acertado em 2 de abril de 2015 com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha, noticiou hoje a Agência France Presse (AFP).

Depois de 35 anos de desconfiança mútua entre os Estados Unidos e o regime fundamentalista iraniano, o acordo é visto com suspeita pela linha-dura da república dos aiatolás, assim como por Israel, pelos países árabes e pela oposição republicana nos EUA.

O apoio do maior chefe militar iraniano reflete o sentimento do alto comando das Forças Armadas, mas não da Guarda Revolucionária do Irã, o verdadeiro instrumento de defesa do regime teocrático e a maior interessada em armas atômicas.

A proposta aprovada em princípio prevê o congelamento parcial do programa nuclear iraniano durante dez anos, com rigorosa fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU, para impedir o país de fazer a bomba atômica. Em troca, serão suspensas progressivamente as sanções internacionais impostas ao Irã pela ONU, os EUA e a União Europeia.

Só uma central nuclear, em Natanz, vai poder continuar enriquecendo urânio, num teor máximo de 3,67%, que só serve para produção de energia em centrais atômicas. O número de centrífugas será reduzido de 19 mil para 6 mil, e o estoque de urânio enriquecido armazenado no Irã será reduzido de 10 mil para 300 quilos.

Um acordo definitivo precisa ser negociado até 30 de junho de 2015. Enquanto tudo não estiver acertado, nada estará valendo. O Irã se comprometeu a paralisar as atividades nucleares temporariamente durante as negociações. O país estaria a um ano de obter a capacidade para fazer armas atômicas.

Ao defender a negociação, o presidente Barack Obama alegou que a alternativa seria uma nova guerra no Oriente Médio, que mataria muita gente sem atingir o objetivo de colocar o programa nuclear iraniano sob supervisão internacional. Mesmo que todas as instalações nucleares do Irã fossem destruídas, o conhecimento científico necessário para fazer bombas atômicas seria preservado e o país teria redobradas razões para se armar.

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