Depois de uma negociação tensa na mais grave crise política entre a China e os Estados Unidos em mais de 20 anos, o dissidente cego Chen Guangcheng e sua família devem ser autorizados a sair do país, informou hoje a porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland. O Ministério do Exterior chinês declarou que ele poderá estudar no exterior, "de acordo com a lei".
"Acredito que isso significa que vou poder sair da China e voltar com liberdade. Se for este o caso, voltarei, mas não tenho certeza de que a promessa será cumprida", disse Chen, que está internado no Hospital de Chaoyang para se tratar dos ferimentos sofridos em 22 de abril, quando fugiu da prisão domiciliar e foi levado por amigos para a Embaixada dos EUA em Beijim.
Quando saiu da embaixada, Chen pretendia continuar na China fazendo seu trabalho contra a esterilização de mulheres e os abortos forçados impostos pela política do filho único para controlar a natalidade. Ao chegar ao hospital e falar com sua família, soube que sua mulher tinha sido ameaçada e teria decidido sair do país.
Ontem, Chen fez um apelo dramático a uma comissão do Congresso dos EUA que discutia sua situação, pedindo para embarcar no avião da secretária de Estado, Hillary Clinton, que participa de uma reunião do diálogo estratégico entre as duas grandes potências. Se tiver de seguir toda a burocracia chinesa, terá de esperar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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