A fuga em massa da guerra civil entre o regime do coronel Muamar Kadafi e os rebeldes da Líbia já levou 185 mil pessoas a saírem do país, estimam as Nações Unidas.
Depois do caos de ontem, a fila do lado líbio da fronteira com a Tunísia estava mais organizada hoje. Durante o dia, mais de mil pessoas escapam por hora e revelam suas tragédias pessoas.
O nigeriano Ike Emanuel perdeu a filha de seis meses: "Passamos três dias no deserto", contou ele. "A pequenina não resistiu ao frio da noite". A seu lado, a mulher acrescenta: "O bebê ficou no deserto".
Marido e mulher sobreviveram com a ajuda de turcos e chineses que também lutavam para fugir da Líbia.
Cerca de 85 mil egípcios que fugiram para a Tunísia porque era a fronteira mais próxima precisam de ajuda para voltar para casa, assim como milhares de refugiados de outras nacionalidades, especialmente de países pobres sem recursos para repatriá-los. Eles estão abrigados em acampamentos organizados pelo Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos.
Hoje, centenas de egípcios foram levados de ônibus até o porto de Zarzis, onde um navio de guerra do Egito foi resgatá-los.
Uma embarcação fretada pela Rússia chegou hoje a Malta com cerca de 400 refugiados. Quem está se beneficiando da guerra civil líbia é a Grécia, que tem a maior frota no Leste do Mar Mediterrâneo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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