quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Oposição do Egito apresenta exigências

A comissão de notáveis formada por empresários, embaixadores e intelectuais para negociar com o governo do Egito e cinco movimentos jovens que iniciaram as manifestações de massa no país em 25 de janeiro fizeram uma lista de exigências de cumprimento imediato, revelou ontem o jornal egípcio Al-Ahram.

Esses grupos de oposição gostariam que o governo oferecesse um pacote amplo com medidas como: a dissolução do parlamento, uma reforma constitucional para viabilizar eleições democráticas, a redução permanente dos poderes do presidente e a delegação dos poderes de Mubarak, que prometeu sair em setembro, para o vice-presidente Omar Suleiman.

Para apressar o diálogo e a transição para a democracia, o comitê de negociações propôs uma série de medidas que "poderia ser aplicadas numa tarde", como comentou um de seus membros:

1. O fim imediato do estado de emergência em vigor desde 1981.

2. A libertação imediata de todos os prisioneiros políticos e presos de consciência.

3. A prisão imediata e o julgamento de altos funcionários do partido e do governo, policiais e agentes envolvidos nos ataques criminosos contra os manifestantes.

4. Parar imediatamente com todas as formas de intimidação aos manifestantes por agentes públicos e pelos meios de comunicação do governo.

5. Demitir o ministro da Informação, Anas el-Fiki, e colocar a TV estatal sob controle de um conselho independente.

A comissão de notáveis reúne 30 egípcios sem filiação partidária, entre eles Nabil al-Araby, ex-juiz do Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas e membro do conselho do Instituto de Pesquisas sobre a Paz Internacional de Estocolmo (SIPRI); Kamal Abul Magd, ex-presidente do Conselho de Direitos Humanos do Egito; o professor de direito Yehia al-Gamal; o ex-embaixador nos EUA Nabil Fahmy, atual diretor da Faculdade de Administração Pública da Universidade Americana do Cairo; Naguib Sawiris, um grande empresário da minoria cristã copta do dono de duas TVs por assinatura; e Ibrahim el-Moalem, um dos barões da imprensa egípcia.

Cinco grupos de jovens autorizaram a comissão a negociar em nome dos manifestantes: o Movimento 6 de Abril, a Campanha em Apoio a Baradei e à Democracia, a Campanha Batenso na Porta, a Juventude da Irmandade Muçulmana e o Movimento do Partido Frente Democrática.

Em nome do movimento, Gamal e Sawiris estiveram negociando com o vice-presidente Omar Suleiman.

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