quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Grupo de Estudos dos EUA admite agravamento da situação e pressiona governo do Iraque

A situação no Iraque está piorando e a atual estratégia dos Estados Unidos não está funcionando, concluiu o Grupo de Estudos sobre o Iraque, um grupo criado pelo governo George W. Bush para sugerir alternativas, co-presidido pelo ex-deputado democrata Lee Hamilton e o ex-secretário de Estado James Baker.

O relatório apresentado hoje faz 79 recomendações, pressiona o governo iraquiano a ser mais efetivo no combate à violência, o diálogo com os países inimigos dos EUA no Oriente Médio, Irã e Síria, e maior empenho do governo americano na solução do conflito árabe-israelense em todas as frentes. Isto permitiria uma retirada gradual dos soldados americanos. Em 2008, não haveria mais tropas de combate dos EUA no Iraque, apenas soldados para treinar as forças iraquianas.

"Uma solução militar não é suficiente", reconheceu Hamilton ao apresentar o relatório aos jornalistas. "Os EUA devem deixar claro que apoiarão o governo do Iraque se ele tomar medidas para promover a reconciliação nacional, garantir a segurança pública e melhorar a vida cotidiana da população".

Caso o governo iraquiano não seja capaz de cumprir estas exigências, o apoio americano seria reduzido.

Já Baker, secretário de Estado do pai de Bush, defendeu uma conferência internacional que inclua os países do Oriente Médio, inclusive a Síria e o Irã, e também Egito, Arábia Saudita e outros aliados americanos, as cinco potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a ONU e a União Européia.

"Durante 40 anos, conversamos com a União Soviética, que tinha o compromisso de nos eliminar da face da Terra", afirmou Baker.

Ele defendeu um papel mais ativo dos EUA na solução dos conflitos entre árabes e israelenses, medidas para melhorar o Poder Judiciário, o setor de petróleo e a reconstrução do Iraque.

"Manter o curso atual não é solução", declarou Baker. Uma retirada apressada e imediata, como exigem alguns deputados e senadores da nova maioria democrata no Congresso, seria um sinal de fraqueza capaz de estimular ações terroristas contra os EUA.

Bush recebeu o relatório pela manhã, considerou-o "duro" e prometeu estudá-lo com cuidado. A expectativa é que o presidente leve semanas para anunciar alguma mudança de rumo na condução da guerra.

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