quarta-feira, 1 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 1º de Maio

 DIA DO TRABALHO 

    Em 1886, os trabalhadores iniciam uma greve geral em Chicago, nos Estados Unidos, exigindo uma redução da jornada de trabalho de 13 para oito horas por dia. Em 4 de maio, quando a polícia parte para dispersar a manifestação, alguém joga uma bomba. A polícia atira nos grevistas. Quatro civis e sete policiais morrem, e pelo menos 60 policiais e 115 civis saem feridos. O Massacre no Haymarket é a origem do Dia Internacional do Trabalho ou do Trabalhador.

Centenas de líderes sindicais e ativistas de esquerda são presos. Oito líderes grevistas são processados e sete condenados à forca num julgamento visto como parcial. Dois têm a pena de morte comutada, um se suicida na prisão e quatro são enforcados.

No primeiro congresso da Segunda Internacional, realizado em Paris em 1889, o sindicalista francês Raymond Lavigne convoca uma série de manifestações em 1º de maio 1890 para homenagear os grevistas de 1886 em Chicago. Há protestos nos EUA, na Europa, no Chile e no Peru.

O segundo congresso da Segunda Internacional decide tornar o 1º de Maio um evento anual. Em 1904, a Segunda Internacional, reunida em Amsterdã, na Holanda, convoca "todos os partidos social-democratas e todos os sindicatos de todos os países se manifestar energicamente em 1º de Maio pelo estabelecimento legal da jornada de oito horas de trabalho por dia, pelas demandas de classe do proletariado e a paz universal."

A data se transforma num dia de grandes manifestações que se tornaram oficiais em vários países, especialmente nos regimes comunistas. Os EUA, o Canadá e o Reino Unido festejam o Dia do Trabalho na primeira sexta-feira de setembro. 

BATALHA DA BAÍA DE MANILA

    Em 1898, a Marinha dos Estados Unidos derrota a Frota do Oceano Pacífico da Espanha na Batalha da Baía de Manila ou Batalha de Cavite. O resultado é a queda das Filipinas e a vitória dos EUA na Guerra Hispano-Americana, que também levou à independência de Cuba e ao domínio de Porto Rico por Washington. É o fim do imperialismo espanhol e o início do imperialismo norte-americano.

A origem da guerra é o movimento pela independência de Cuba iniciado em 1895. A guerra começa depois da explosão e naufrágio do encouraçado norte-americano USS Maine, um navio de US$ 6 mil toneladas e US$ 2 milhões no porto de Havana em 15 de fevereiro. 

Pode ter sido um acidente ou um ato de sabotagem da Espanha, de dissidentes espanhóis ou dos rebeldes que lutam pela independência de Cuba. O secretário adjunto da Marinha, Theodore Roosevelt, futuro presidente dos EUA, acusa a Espanha.

Quando o secretário da Marinha, John Long, deixa o governo, em 25 de fevereiro, Roosevelt assume interinamente. Em 25 de março, um relatório enviado ao presidente William McKinley afirma que uma mina afundou o USS Maine.

O inquérito da Marinha dos EUA conclui que uma mina explodiu o encouraçado. Não responsabiliza a Espanha, mas o jornalismo amarelo (sensacionalista) do magnata da imprensa William Randolph Hearst e de James Pulitzer, que há anos fazem campanha contra os últimos resquícios do colonialismo espanhol na América,  convence a opinião pública e parte do Congresso.

A Espanha anuncia uma trégua com os rebeldes em 9 de abril, mas, em 19 de abril, o Congresso dos EUA reconhece o direito à independência de Cuba, exige a retirada das forças espanholas e autoriza o uso da força. McKinley ordena um bloqueio naval a  Cuba. Em 24 de abril, a Espanha declara guerra aos EUA.

Como o Reino Unido é neutro, em 24 de abril, a Esquadra Asiática dos EUA tem de deixar o porto de Hong Kong, parte do Império Britânico desde a Primeira Guerra do Ópio (1839-42). Sai sob aplausos da Marinha Real, com bandas militares embarcadas nos navios britânicos tocado o hino dos EUA.

Seu comandante, comodoro George Dewey, um veterano da Guerra da Secessão (1861-65), estaciona a frota a 50 quilômetros de distância ao largo da costa da China a noroeste de Hong Kong e aguarda instruções. Em 25 de abril, recebe ordens para capturar ou destruir a Frota do Oceano Pacífico da Espanha, baseada nas Filipinas, então uma colônia espanhola.

Dewey tem quatro cruzadores, duas canhoneiras, um navio da guarda costeira alfandegária e dois navios a vapor comprados dos britânicos para carregar suprimentos. Reúne suas forças na Mirs Bay, perto de Dapeng Novo, e zarpa em 27 de abril. Três dias depois, chega a Luzón, nas Filipinas.

Ao cair da tarde de 30 de abril, Dewey passa por Boca Grande, um canal de acesso à Baía de Manila menos usado do que a Boca Chica. Em 1º de maio, os EUA entram na Baía de Manila. Às 5h40, estão a 5 quilômetros da frota espanhola, comandada pelo almirante Patricio Montojo. Dewey diz ao capitão Chalres Gridley, do cruzador USS Olympia, que vai na frente: "Pode atirar quando estiver pronto Gridley." 

Os norte-americanos passam várias vezes no sentido leste-oeste bombardeando a frota espanhola e chegam a menos de 2 quilômetros de distância. Os espanhóis tentam sair para o combate em mar aberto, mas são repelidos pela artilharia dos EUA.

Às 7h35, Dewey recua, serve o café da manhã a seus marinheiros e reúne os comandantes para traçar o plano final. Dois navios espanhóis, Castilla e Reina Cristina, pegam fogo antes que os EUA reentrem em combate às 11h16 da manhã. Resta subjugar as baterias terrestres de Cavite e destruir o resto da frota espanhola, reduzida a pequenos navios, de que se encarregou o cruzador USS Petrel.

Os EUA têm total superioridade em homens e armas. Sofrem 11 baixas. Derrotado, Montojo preserva dois cruzadores. A Batalha da Baía de Manila é uma das mais importantes da história naval dos EUA.

EDIFÍCIO MAIS ALTO DO MUNDO

    Em 1931, Nova York inaugura o Empire State Building, que durante quatro décadas é o edifício mais alto do mundo.

O arranha-céu de 102 andares é o edifício mais alto do mundo de 1931 a 1971. Fica em Midtown, na ilha de Manhattan, na esquina da 5ª Avenida com a Rua 34. É um dos prédios mais famosos dos EUA e um dos melhores exemplos da arquitetura moderna Art Deco

CIDADÃO KANE

    Em 1941, pré-estreia em Nova York Cidadão Kane, de Orson Welles, considerado por muitos críticos o melhor filme da história do cinema.

O filme produzido e dirigido por Welles aos 25 anos usa técnicas revolução de câmera e iluminação, com uma edição dramática de Robert Wise. História, cultural e esteticamente importante, é um dos primeiros a entrar para o acervo da Biblioteca do Congresso dos EUA.

O personagem principal é Charles Foster Kane, um magnata parecido com William Randolph Hearst, que tenta várias vezes proibir o filme. 

URSS ABATE U-2

    Em 1960, a União Soviética derruba um avião-espião norte-americano U-2 perto de Sverdlovsk, hoje Ecaterimburgo, e prende o piloto Francis Gary Powers. Incidente do U-2 é um dos fatos marcantes da Guerra Fria.

Francis Gary Powers nasce em 17 de agosto de 1929 em Jenkins, no Kentucky. Entra para a Força Aérea. É alvejado quando pilota o mesmo avião que descobriria os mísseis soviéticos em Cuba em 14 de outubro de 1962. Ele sai de Peshawar, no Paquistão, e é o U-2 é abatido em Sverdlovsk.

O ditador soviético Nikita Kruschev está no palanque na Praça Vermelha assistindo o desfile do Dia Trabalho quando o ministro da Defesa dá a notícia ao pé do ouvido e Kruschev sorri. Em 5 de maio, ele comunica oficialmente ao povo soviético o "grave incidente". 

Condenado a 10 anos de prisão por espionagem, Powers sai em 1962 numa troca de prisioneiros, no caso, pelo espião britânico Rudolf Abel, condenado em 1957 nos EUA para passar informações à URSS.

Livre, Powers volta para os EUA, onde escreve sua própria versão do voo abatido no livro Operation Overflight (Operação Sobrevoo). Ele morre em acidente de helicóptero em 1º de agosto de 1977, quando fazia reportagem para um canal de televisão de Los Angeles.

SEQUESTRO AÉREO

    Em 1961, acontece o primeiro grande sequestro aéreo nos Estados Unidos, quando o voo 337, da companhia aérea National Airlines, que iria de Key West, no extremo sul da Flórida, para Miami, é desviado para Cuba.

Antulio Ramírez Ortiz, um cidadão norte-americano de 35 anos nascido em Porto Rico, se tranca num banheiro de um Convair 440 e passa uma nota à tripulação por baixo da porta. Ameaça explodir uma bomba se o voo não for desviado para Havana.

A tripulação cede. Ramírez Ortiz desembarca na capital cubana e imediatamente recebe asilo político, mas é processado quando tenta sair de Cuba em 1962, sob a alegação de que a Crise dos Mísseis Soviéticos acabara com sua simpatia pela ditadura de Fidel Castro. Condenado duas vezes, fica 6 anos na prisão em Cuba antes de voltar para os EUA, onde também é julgado.

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