segunda-feira, 6 de abril de 2015

EUA aperfeiçoam bomba para destruir fortalezas subterrâneas

Enquanto negociam o desarmamento do programa nuclear iraniano, os Estados Unidos aperfeiçoam e testam a maior bomba do arsenal convencional americano para atacar fortalezas subterrâneas, uma arma capaz de destruir as instalações atômicas mais protegidas do Irã, revela o jornal americano The Wall St. Journal.

Ao mesmo tempo em que o governo Barack Obama busca uma saída diplomática para a ameaça de uma bomba atômica iraniana, o Departamento da Defesa prepara suas armas para uma possível solução militar: "O Pentágono está focado em ser capaz de oferecer opções militares, se for necessário", admitiu um alto funcionário americano.

O aperfeiçoamento da "munição penetrante maciça", capaz de penetrar na rocha e atingir alvos a centenas de metros no subsolo começou antes das negociações entre o Irã, as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha. O último teste foi realizado em janeiro, quando um bombardeiro B-2 a jogou em local não revelado.

Na semana passada, os EUA, a Europa e o Irã anunciaram ter chegado a um acordo preliminar para congelar por dez anos os aspectos militares do programa nuclear iraniano. Um acordo definitivo deve ser concluído até 30 de junho de 2015.

Durante os últimos 12 anos, os EUA e seus aliados europeus acusaram o regime fundamentalista iraniano de desenvolver armas nucleares. O Irã sempre negou, alegando usar a energia atômica exclusivamente para fins pacíficos. Um rigoroso regime de inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vai fiscalizar o cumprimento de um acordo.

Ao defender as negociações, Obama alegou que as alternativas são mais sanções, que até agora não impediram o Irã de desenvolver o programa nuclear, ou uma nova guerra no Oriente Médio, que parece ser a opção preferida pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e de aliados árabes dos EUA. Apesar de sua primeira opção ser a diplomacia, o presidente não descartou o uso da força.

Em 2012, o Pentágono concluiu que a bomba de 13,6 toneladas existente no arsenal americano não seria suficiente para penetrar e explodir instalações nucleares subterrâneas do Irã. O aperfeiçoamento começou no ano seguinte.

Para bombardear uma fortaleza subterrânea como a central nuclear de Fordo, no Irã, construída dentro de uma montanha, o Pentágono planeja alvejar o mesmo ponto com duas ou três munições penetrantes maciças.

No governo George W. Bush, os EUA teriam negado autorização a Israel para usar bombas de fabricação americana contra o Irã. Agora, o porta-voz do Departamento da Defesa, coronel Steve Warren, se negou a dar mais detalhes: "Os militares dos EUA preparam-se para uma ampla variedade de ameaças, inclusive o desenvolvimento de munições para atingir instalações profundas e fortificadas."

Como comentou outro oficial do Pentágono, sem se identificar, "se você diz que todas as opções estão na mesa, precisa ter algo sobre a mesa com credibilidade", para amedrontar o inimigo em potencial.

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