segunda-feira, 6 de abril de 2015

Estado Islâmico divulga vídeo sobre destruição de Hatra

Com machados, picaretas e fuzis de assalto, milicianos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante destruíram no mês passado a cidade romana de Hatra, tombada pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco) como patrimônio histórico e cultural da humanidade. Agora, os jihadistas divulgaram um vídeo de sete minutos do ataque, informa o jornal inglês The Guardian.

Hatra era uma cidade fortificada erguida pelo Império Selêucida no século 3 antes de Cristo. Capturada pelo Império Parta, foi capital do primeiro reino da Arábia. No século 2 depois de Cristo, suas muralhas resistiram a duas ofensivas do Império Romano. Conseguiu derrotar os persas em 238, mas caiu diante do Império Sassânida, em 241, e foi arrasada.

É mais uma da série de crimes contra a cultura e a civilização cometidos pelo Estado Islâmico. A pretexto de destruir ídolos para combater a idolatria, os terroristas atacaram as ruínas de Nínive e de Nimrod, as antigas capitais do Império Assírio, Hatra, o Mosteiro dos Mártires São Behnam e Sua Irmã Sara e o Museu de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque.

A gravação do "escritório de mídia do Rio Tigre" do Estado Islâmico, começa com uma imagem aérea de drone identificando os locais onde havia "ídolos" na fortaleza histórica. "O Estado Islâmico nos mandou até estes ídolos para destruí-los", diz um jovem terrorista em ação.

"Alguns organizações dos infiéis dizem que a destruição destes artefatos é um crime de guerra. Vamos destruir seus ídolos e artefatos em todos os lugares." E ameaça: "O Estado Islâmico vai mandar sua terra."

Os extremistas muçulmanos citam como exemplo o profeta Abraão, que destruiu os ídolos porque só Deus deveria ser adorado. Maomé fez o mesmo em Meca ao fundar o islamismo para combater a idolatria.

Com o ataque a Nínive, acabaram com uma convivência harmônia entre caldeus e cristãos siríacos num país majoritariamente árabe e muçulmano. Na ofensiva inicial contra Mossul, o Estado Islâmico massacrou o povo yazidi e escravizou suas mulheres, o que já foi denunciado como genocídio.

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