quarta-feira, 4 de março de 2015

Ruralistas param venda de grãos em protesto na Argentina

Três das quatro maiores associações de produtores rurais da Argentina vão suspender as exportações de grãos de 11 a 13 de março de 2015 em protesto contra políticas do governo Cristina Kirchner, revelaram hoje os jornais argentinos Clarín e La Nación, destacando a desunião do movimento ruralista. A quarta maior, a Federação Agrária, convocou um protesto diante do Ministério da Agricultura para o próximo dia 19.

A Sociedade Rural, a Confederação Intercooperativa Agropecuária (Coninagro) e as Confederações Rurais acusam as políticas do governo de provocar "uma situação crítica em todos os setores produtivos do país."

"Por causa de uma inflação renitente, de uma pressão fiscal asfixiante e de restrições à comercialização, se degradou por completo a competitividade da produção agropecuária", declararam em nota conjunta. Além de exigir que o governo reverta "de imediato as políticas que provocaram problemas gravíssimos no campo como também para o interior do país e para a economia como um todo, também insistimos na necessidade de que o funcionamento dos mercados seja transparente."

Entre as políticas repudiadas, estão "a implementação de controles e intervenções nos preços, as retenções e os controles do câmbio". Os produtores rurais exigem sua "imediata eliminação".

Enquanto isso, ao receber a Federação Agrária, o ministro da Economia, Axel Kicillof, prometeu ajuda aos pequenos produtores.

Em 2008, no início do primeiro governo Cristina Kirchner, sob o impacto da crise internacional, sem nunca ter voltado plenamento ao mercado internacional para financiar a dívida pública, houve um aumento de impostos sobre as exportações de grãos. Para grandes volumes, a alíquota passava de 35%.

Durante a "greve do campo", uma paralisação de cem dias, os produtores rurais desafiaram o governo argentino, que depende das exportações para conseguir moedas fortes. No fim, a votação do projeto de lei estava empatada no Senado quanto o então vice-presidente Julio Cobos deu o voto de minerva a favor do campo. Jamais será perdoado por Cristina Kirchner.

Naquele conflito, o maior grupo de mídia argentino, liderado pelo jornal Clarín, ficou ao lado dos ruralistas depois de ter apoiado o governo Néstor Kirchner. O grupo virou o maior alvo do governo Cristina Kirchner, que aprovou uma Lei de Meios de Comunicação para desmantelar o grupo.

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