sábado, 5 de novembro de 2011

Colômbia anuncia morte do comandante das FARC

O governo colombiano acaba de anunciar que o comandante supremo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Alfonso Cano, foi morto numa operação do Exército nas montanhas da Cordilheira Central no Departamento de Cauca, no Sul do país. Seu corpo foi levado para a cidade de Popayán.

Cano tinha 66 anos e era sociólogo. Durante duas décadas, foi o ideólogo da guerrilha colombiana, antes de suceder, em 2008, ao líder histórico das FARC, Manuel Marulanda, o Tiro Certeiro, que morreu do coração.

"O terrorismo não tem como sobreviver", declarou o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, em entrevista coletiva. "A morte de Cano é o golpe mais importante de sua História".

Foi uma grande vitória para o presidente Juan Manuel Santos, que foi ministro da Defesa do governo anterior, de Álvaro Uribe: "Desmobilizem-se", advertiu Santos depois da morte de Cano, "ou terminarão na prisão ou no cemitério".

Confira no jornal colombiano El Tiempo.

As FARC nasceram em 1964 como braço armado do Partido Comunista durante um período conhecido como La Vioência, iniciado em 9 de abril de 1948 com o assassinato do candidato liberal à Presidência da Colômbia, Jorge Eliecer Gaitán.

Cerca de 300 mil pessoas foram mortas nas duas décadas seguintes, levando muitos liberais e os esquerdistas a entrar para a clandestinidade e formar grupos guerrilheiros. Com o fim da Guerra Fria, sem recursos, a guerrilha abandonou o purismo revolucionário e passou a ganhar dinheiro com o tráfico de drogas.

Por força de seu poder econômico, as negociações tentadas pelos presidentes Ernesto Samper e Andrés Pastrana fracassaram. Em 2002, Álvaro Uribe se elegeu com a proposta de implantar uma política de "segurança democrática". Negava legitimidade política à guerrilha e apostava numa solução militar do conflito.

Desde então, com a ajuda americana de US$ 7 bilhões do Plano Colômbia, o país mudou. Os sequestros e atentados terroristas nos grandes centros urbanos praticamente desapareceram. As Forças Armadas recuperaram quase todo o território do país, tanto que o subcomandante Raúl Reyes estava refugiado no Equador quando foi morto, em 1º de março de 2008.

Depois disso, vários comandantes importantes foram presos ou mortos. Marulanda, o Tiro Certeiro, líder histórico das FARC, morreu do coração em 2008.

Uribe sempre rejeitou a possibilidade de negociar com Marulanda, "um cara que passou os últimos 40 anos escondido, dando tiros no meio da selva". A morte de seu sucessor como comandante supremo deve apressar a desintegração da guerrilha colombiana.

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