sábado, 11 de junho de 2011

Comércio Sul-Sul tem espaço para crescer

O desenvolvimento sustentado de grandes países em desenvolvimento está criando uma nova economia mundial onde há grande potencial da expansão do comércio porque as barreiras alfandegárias entre os chamados países do Sul ainda são muito altas, avaliou ontem o economista Regis Avanthay, do Centro de Desenvolvimento da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

As transações entre economias em desenvolvimento passaram de 7% para 19% do comércio internacional, disse ele no seminário A agenda econômica internacional do Brasil - desafios para os próximos anos, realizado no Rio de Janeiro para comemorar o quinto aniversário do Cindes (Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento).

Esses países devem crescer mais nos próximos anos, e não apenas porque estão num estágio mais atrasado, observa Avanthay: "As dívidas públicas dos países em desenvolvimento estão estáveis, em menos de 40% do PIB, enquanto nos países ricos cresce para mais de 100%" de toda a riqueza que o país produz num ano.

"Há uma nova geografia do desenvolvimento", observou, com a ressalva de que "o investimento estrangeiro direto ainda vai para um número limitado de países."

Em suas pesquisas, ele não conseguiu chegar a uma conclusão definitiva sobre a relação entre desvalorização da moeda e aumento do investimento externo, sugerindo que há outros fatores importantes que pesam na competitividade de um país.

Outra questão é se a formação de blocos regionais é uma ajuda ou empecilho ao comércio internacional. O economista da OCDE acredita que eles são úteis ao impor uma disciplina que melhore o ambiente econômico doméstico, leve ao desenvolvimento de estratégias regionais conjuntas e aumente o poder de barganha em negociações internacionais.

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