quarta-feira, 2 de março de 2011

Kadafi mantém o tom de desafio

O ditador da Líbia, Muamar Kadafi, voltou a discursar hoje numa manifestação a favor do regime e prometeu lutar até o último homem. Pela primeira vez, suas forças recuperaram território. Ele convidou a ONU para investigar a situação na Líbia, e o Brasil, a Organização da Conferência Islâmica e a União Africana para observar o conflito.

Suas forças atacaram Brega, a 800 km a leste de Trípoli, onde fica um importante terminal de petróleo, e Ajdábia. Os governistas teriam chegado a dominar o aeroporto de Brega, mas terminaram sendo expulsos da cidade.

A reconquista de Brega e Ajdábia abriria caminho para Kadafi chegar até Bengázi, a segunda maior cidade líbia, principal foco da rebelião, onde está sendo articulado um governo provisório.

Kadafi negou que as manifestações fossem pacíficas. Voltou a acusar a rede terrorista Al Caeda, liderada por Ossama ben Laden, e advertiu que haverá milhares de mortos se a Líbia for invadida.

Os rebeldes estavam divididos quanto a pedir apoio a forças aéreas estrangeiras, mas o Conselho Nacional, nome do governo provisório, pediu à sociedade internacional "bombardeios táticos contra os mercenários".

Dois navios de assalto dos EUA, com 1,4 mil fuzileiros navais a bordo, entraram no Canal de Suez rumo à Líbia para pressionar o coronel Kadafi.

A Liga Árabe rejeita uma intervenção estrangeira e manifesta intenção de impor uma zona de exclusão aérea com o apoio da União Africana.

O porta-voz da Liga dos Direitos Humanos da Líbia, Ali Zeidan, denunciou hoje em Paris que cerca de 6 mil pessoas foram mortas na revolta, das quais 3 mil só em Trípoli.

No rádio, Kadafi disse ontem que Obama teria afirmado que Al Caeda tomou Bengázi, informa Robert Fisk, o excelente correspondente de Oriente Médio do jornal inglês The Independent.

• O ministro do Petróleo líbio prometeu não usar o petróleo como arma política.
• A libertação de Tobruk revela os porões de uma prisão de Kadafi.
• A oposição montou um centro de imprensa em Bengázi.
• Na França, um ex-asssessor de Kadafi disse que a maioria do Exército apoia a rebelião.

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