terça-feira, 1 de março de 2011

Guerra civil líbia está num impasse militar

Depois de usar aviões, helicópteros e forças especiais para tentar retomar cidades a leste de Trípoli, hoje o coronel Muamar Kadafi enviou tropas para o oeste. A capital, Sirte, a terra natal de Kadafi e o Sul continuam sob controle do ditador. A revista americana Foreign Policy fala num impasse militar. O NY Times observa que as forças do ditador não conseguem avançar.

Os rebeldes repeliram a ofensiva contra Zauia, mas as forças leais a Kadafi ainda lutam na periferia da cidade e em Missurata. A estrada de 50 km entre a capital e Zauia tinha hoje 12 postos de controle militar.

Para sufocar a rebelião, o regime impede a chegada de comida e medicamentos à cidade, que resistiu a um assalto com aviões, helicópteros e forças especiais.

Em Bengázi, a segunda maior cidade líbia, desde a semana passada em poder dos rebeldes, um funeral virou protesto contra o regime. Policiais de cidades liberadas voltam a trabalhar no trânsito para mostrar apoio à revolta. Uma prisão da cidade revela os porões da ditadura. A base militar da cidade foi tomada.

Um comboio com ajuda oficial saiu hoje de Trípoli para Bengázi sob o aplauso de partidários de Kadafi. Também houve manifestação a favor do governo em Sabrata, perto da fronteira com a Tunísia.

O Hospital Geral de Trípoli nega ter falta de material e disse ter recebido poucos feridos em duas semanas de revolta. A TV estatal mostrou cadetes da Academia da Aeronáutica em Missurata, negando o bombardeio a civis e a morte de colegas. Eles alegam que as bases foram atacadas e saquedas por indivíduos “anormais”, seguindo o discurso de defesa da ditadura.

• Mais três altos oficiais desertaram e aderiram à revolução, divulgando notas reproduzidas pela TV árabe Al Jazira.

• A Juventude do Levante de 17 de Fevereiro divulgou comunicado na Internet em apoio ao governo provisório que está sendo articulado em Bengázi (AJ) e rejeitando qualquer negociação com “esse regime criminoso”. Uma grande manifestação foi convocada para sexta-feira.

• O chefe do Comando Central dos EUA, general James Mattis, não tem ilusões. Para impor uma zona de proibição de voo, será preciso primeiro destruir as defesas antiaéreas da Líbia. Ou seja, será uma operação de guerra com todos os riscos de matar civis inocentes e provocar uma escalada no conflito, envolvendo o país numa terceira guerra num país muçulmano..

• A Itália autoriza o uso de suas bases militares para uma operação na Líbia.

• O Instituto de Pesquisas sobre a Paz Internacional de Estocolmo suspeita que a Bielorrússia tenha enviado armas para o coronel Kadafi, informou Al Jazira.

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