quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Governo do Egito promete investigar violência

O primeiro-ministro Ahmed Shafik ordenou uma investigação sobre a violência política no Egito, que seguiu pela noite e pelo dia de hoje, com tiroteio, pedradas e bombas incendiárias, prometendo que não se repetirá. Desde ontem, pelo menos 13 pessoas morreram e mais de 1,5 mil foram feridas.

A Irmandade Muçulmana, principal grupo de oposição, e o ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica Mohamed ElBaradei rejeitaram um convite do vice-presidente Omar Suleiman para participar de um diálogo nacional. Só aceitam conversar depois que o ditador Hosni Mubarak deixar o poder;

Na Praça da Libertação, o Exército montou barreiras para separar os dois grupos. Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro disse que o presidente tem apoio popular e negou responsabilidade pela violência.

“Algumas pessoas tocaram fogo em partes da praça", afirmou Shafik, ex-comandante da Força Aérea. "A situação ficou fora de controle por alguns momentos. Alguns manifestantes tinham armas e o sangue foi derramado. Essa situação feriu corações egípcios, que sangram e choram. Alguns feridos se negaram a ser levados para hospitais.

Em seguida, o novo chefe de governo prometeu apurar as responsabilidades: "Precisamos saber quem deixou as pessoas invadirem a praça e cometerem aqueles atos. Não foi planejado nem intencional. A catástrofe aconteceu. Começamos um diálogo pelo entendimento. Espero que esses incidentes não se repitam. Ainda não sabemos que os grupos que atacaram foram organizados ou apenas oportunistas. Fiquei surpreso de ver camelos…”
Uma jornalista entrevistada pela BBC diz que policiais faziam parte dos grupos pró-Mubarak, pediu identidade aos manifestantes e às vezes apreendiam documentos. Diversos jornalistas estrangeiros e os escritórios da organizações de defesa dos direitos humanos como Anistia Internacional e Human Rights Watch foram atacados.

A propaganda oficial culpa os estrangeiros pelos protestos e atribui a eles o agravamento da situação econômica para jogar a população contra os manifestantes e os jornalistas estrangeiros.
Pela estimativa do vice-presidente, só o setor de turismo perdeu US$ 1 bilhão. O bloqueio da Internet custou US$ 90 milhões ao país.

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