quarta-feira, 7 de julho de 2010

Cuba vai libertar 52 presos políticos

Cuba soltou e expulsou do país cinco presos políticos e suas famílias, e deve libertar outros 47 nos próximos quatro meses, anunciou hoje a Igreja Católica, depois de uma reunião do arcebispo de Havana e do ministro do Exterior da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, com o presidente Raúl Castro.

Com a maior libertação de presos em Cuba desde 1998, saem da cadeia todos os presos do Grupo dos 75, que promoveram uma onda de protestos contra o regime comunista cubano em 2003. Um terço dos 167 presos políticos cubanos será solto.

O dissidente Guillermo Coco Fariñas prometeu encerrar a greve de fome iniciada em 24 de fevereiro, um dia após a morte de Orlando Zapata Tamayo, que fazia greve de fome.

Para a líder do grupo das Damas de Branco, mulheres e parentes dos presos do Grupo dos 75, foi uma surpresa agradável. Ela disse que só espera que eles não sejam soltos para que outros cubanos sejam presos. Quer "mudança real" e "democracia" em Cuba.

Já o presidente da Comissão Independente de Direito Humanos de Cuba, o dissidente Elizardo Sánchez, observou que o regime dos irmãos Castro está expulsando do país os prisioneiros políticos libertados e mandando-os para a Espanha: "Eles saem da prisão para o exílio."

Sánchez também se pergunta por que um regime tão poderoso como o cubano precisa de quatro meses para libertar os outros presos políticos.

A blogueira Yoani Sánchez comentou no Twitter: "Bem-vindas as libertações. Falta agora desmontar o aparelho repressivo contra a opinião".

Nenhum comentário: