quarta-feira, 9 de junho de 2010

Argentina examina DNA de filhos da dona do Clarín

Um tribunal de apelações da Argentina rejeitou ontem o afastamento da juíza responsável pela investigação de paternidade dos filhos da dona do maior conglomerado de comunicação social do país.

É parte da guerrinha política do casal Kirchner, que governa a Argentina desde 2003, contra o grupo Clarín, que edita o jornal mais vendido do país. A procuradoria investiga se os filhos adotivos Ernestina Herrera de Noble, dona do Clarín, são filhos de desaparecidos políticos durante a última ditadura militar argentina (1976-1983).

Na véspera, depois de uma batalha judicial, os filhos forneceram material para testes genéticos capazes de identificar se seus pais biológicos estão entre os 30 mil desaparecidos na guerra suja da ditadura contra os grupos de esquerda, armados ou não.

Quando a ambulância chegou ao Hospital Durand, em Buenos Aires, em 7 de junho de 2010, um pequeno grupo de manifestantes aplaudiu. Entre eles, havia várias Mães da Praça de Maio, o principal movimento que luta para saber a verdade sobre o desaparecimento de pessoas e exigir justiça.

Felipe e Marcela foram adotados meses depois do golpe militar de 24 de março de 1976.

"As Avós da Praça de Maio nunca forçaram um neto recuperado a voltar para sua família", explicou Tati Almeida, que usava o lenço branco na cabeça com o nome do parente morto.

"Mas nós exigimos que saibam que não foram abandonados quando crianças, que seus avós estão procurando-os até hoje e que seus pais foram sequestrados, presos e desapareceram. Eles precisam saber toda a verdade."

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