quinta-feira, 6 de maio de 2010

Reino Unido tem eleição mais disputada em 30 anos

Os 650 distritos eleitorais do Reino Unido serão abertos dentro de horas para as eleições mais disputadas dos últimos 30 anos.

As pesquisas indicam que nenhum partido deve ter maioria absoluta. Pela primeira vez desde 1974, o país pode ter um governo de coalizão. O mercado financeiro está apostando num governo forte do Partido Conservador.

Na véspera, as últimas pesquisas indicaram uma ascensão do governante Partido Trabalhista, talvez por causa da tendência de voto útil. 

O eleitorado não acredita na possibilidade de uma vitória do Partido Liberal-Democrata. Isso leva maioria a optar entre os trabalhistas e a oposição conservadora.

Com 35% das preferências, a oposição conservadora elegeria cerca de 300 deputados. Faltariam apenas 26 cadeiras a mais para garantir a maioria absoluta na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico.

Como o sistema eleitoral britânico é distrital com turno único e a Câmara tem 650 cadeiras, vai haver hoje 650 eleições independentes em 650 distritos. Cada um vai eleger um deputado para a Câmara dos Comuns.

Sem segundo turno, uma votação de 35% a 40% costuma garantir a vitória. Desta maneira, um partido com muito menos de 50% da votação pode obter maioria absoluta na Câmara dos Comuns.

Sob a liderança da primeira-ministra Margaret Thatcher (1979-90), os conservadores chegaram no máximo a 49% e tiveram maiorias confortáveis de mais de cem deputados.

Há 13 anos, quando chegaram ao poder com Tony Blair, os trabalhistas tiveram 44% dos votos e uma maioria de mais de 150 deputados.

O líder do Partido Liberal-Democrata, Nick Clegg, foi a sensação da campanha. Mas a tendência ao voto útil atingiu diretamente o terceiro maior partido, que caiu para 24% ontem.

Clegg não se apresenta como o homem-chave para negociar a formação de um governo de coalizão, mas como candidato a primeiro-ministro.

O atual chefe de governo, Gordon Brown, apelou para o medo na reta final da campanha. Afirmou que os cortes de gastos que os trabalhistas prometem fazer para reduzir o déficit público britânico, de 12% do produto interno bruto, vão causar uma revolta social como na Grécia.

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