sexta-feira, 9 de abril de 2010

Terre'Blanche é enterrado ao som do apartheid

A polícia da África do Sul montou hoje um forte esquema de segurança para evitar conflitos por causa do funeral do líder neonazista Eugène Terre'Blanche, assassinado no sábado passado por dois empregados negros de sua fazenda.

Como líder do Movimento de Resistência Africâner, Terre'Blanche chefiou, no início dos anos 90, a luta contra o fim do regime segregacionista do apartheid, a ditadura da maioria branca. Depois da ascensão ao poder da maioria negra liderada por Nelson Mandela e o Congresso Nacional Africano, em 1994, passou a defender a criação de um país independente para a minoria branca.

No sábado, Terre'Blanche foi morto por dois empregados negros durante uma discussão sobre pagamento. Não há maiores indícios de que o crime tenha conotação racial, mas a direita branca aproveitou a oportunidade para denunciar a morte de 3 mil agricultores brancos desde a democratização do país.

Hoje, num clima tenso, cerca de 500 africâneres, os brancos sul-africanos, se concentraram na Igreja Protestante de Ventersdorp, a 80 quilômetros de Joanesburgo, para dar adeus ao líder morto ao ritmo do antigo hino nacional sul-africano e outras músicas da era do apartheid.

A ultradireita africâner acusa o líder da juventude do CNA, Julius Malema, de incitar à violência contra os brancos por ter cantado numa manifestação política uma antiga música do movimento antiapartheid de nome Mate os Bôeres. Bôer é agricultor em holandês. A palavra tem sido usada historicamente para definir os brancos sul-africanos.

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