quinta-feira, 15 de abril de 2010

Al Caeda precisa perder charme para ser vencida

Para derrotar a rede terrorista Al Caeda e outros grupos fundamentalistas muçulmanos que pregam uma guerra santa contra os "infiéis", é preciso combater o charme e o fascínio que o jihadismo exerce sobre as novas gerações, conclui uma pesquisa realizada pela organização não governamental britânica Demos.

A pesquisa considera os terroristas muçulmanos mais próximos das gangues de rua e dos hooligans que promovem brigas de torcidas de clubes de futebol do que dos fundamentalistas muçulmanos contrários ao uso da violência.

"Os jovens são atraídos para causas radicais para se rebelar contra as autoridades", observa Jamie Bartlett, um dos autores do relatório. "Para a maioria dos jovens muçulmanos radicais, é uma forma de protesto, de aprendizagem e de participar de um debate político" proibido em quase todos os países islâmicos.

"Para uma minoria, Al Caeda parece uma gangue legal de fazer parte, mesmo que a maioria de seus membros seja ignorante e incompetente", acrescenta.

No estudo, feito no Canadá, no Reino Unido, na Holanda, na França e na Dinamarca, foram analisados 58 condenados nativos desses países que pertenciam a sete células terroristas e 20 radicais que não partiram para a violência.

O objetivo da pesquisa é descobrir por que alguns muçulmanos aderem a grupos terroristas e outros com as mesmas ideias radicais não. Seus autores argumentam que os violentos "tem pouco conhecimento sobre o islamismo, têm menor probabilidade de virem de famílias muito religiosas, de terem estudado numa universidade e de terem participado de protestos políticos".

Como há jovens que rejeitam a política externa dos países ocidentais, acreditam na Char'ia, o direito islâmico, apoiam coalizões islâmicas contra as invasões do Afeganistão e do Iraque, mas repudiam o terrorismo d'al Caeda, o estudo adverte que é preciso tomar cuidado para não atacar os alvos errados. O ressentimento de jovens radicais injustamente acusados estimula a opção pelo terrorismo.

A pesquisa propõe desde a sátira da estupidez que é o terrorismo suicida até a formação de forças de paz de voluntários para trabalhar em países muçulmanos. Eles estariam expostos a pregações radicais, terroristas ou não, com chances de aderir a um grupo.

É a luta para entender e conquistar a mente do inimigo. Não me parece uma receita que um país ocidental esteja disposto a adotar.

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