Os Estados Unidos conseguiram convencer seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a aprovar a instalação de um escudo de defesa antimísseis na Europa. Mas a reunião de cúpula de Bucareste, na Romênia, acabou não iniciando imediatamente o processo de adesão das ex-repúblicas soviéticas da Geórgia e da Ucrânia, como queria o presidente George Walker Bush, por causa da resistência da Alemanha e da França, que não querem atrito com a Rússia.
Bush também não obteve compromisso de aumento das tropas da OTAN para combater os talebã no Afeganistão. Só a França ficou de mandar mais 700 soldados.
Além disso, em mais um gesto de reaproximação com os EUA, o presidente Nicolas Sarkozy anunciou que em 2009 a França volta a integrar a estrutura militar da OTAN. O país saíra em 1966 porque o então presidente, Charles de Gaulle, não acreditava que os americanos defenderiam a França em caso de necessidade.
Como novos membros, foram convidadas apenas a Albânia e a Croácia. O ingresso da Macedônia foi vetado pela Grécia, que não aceita o nome da ex-república iugoslava alegando que poderia reivindicar a região grega de mesmo nome.
A questão da OTAN é que as alianças militares não costumam sobreviver ao inimigo que as uniu, no caso a URSS. Os EUA decidiram mantê-la como um instrumento de sua política externa. Ela deu a estrutura para a Guerra do Golfo de 1991 e fez sua primeira ação militar oficialmente na Bósnia.
Na Guerra do Kossovo, os EUA sentiram-se de mãos amarradas porque tem 90% da capacidade militar mas precisavam da concordância dos outros 18 para tomar decisões. Decidiram nunca mais ir à guerra com a estrutura militar integrada da OTAN.
Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, os EUA decidiram aceitar a colaboração desde que mantenham o comando. Mas a guerra do Iraque tirou a legitimidade das intervenções militares americanas e rachou a aliança atlântica, uma das bases da ordem mundial pós-1945.
Assim, diversos membros que não querem ser associados a guerras americanas relutam em combater os talebã, minando ainda mais a unidade da aliança atlântica. Mas os países da Europa Oriental querem entrar para a OTAN como garantia contra o neoimperialismo russo.
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