domingo, 9 de março de 2008

Governo vence mas oposição cresce na Malásia

O ex-vice-primeiro-ministro Anwar Ibrahim, deposto e preso pelo ex-ditador Mahathir Mohammed, considerou que o avanço da oposição nas eleições de sábado um "momento decisivo" na História da Malásia para romper com o monopólio de poder do partido oficial.

Foi o pior desempenho da Frente Nacional desde a independência do país do Império Britânico, em 1957. Pela primeira vez desde 1969, o governo não terá maioria de dois terços no Parlamento. Elegeu 138 dos 222 deputados.

Em 2004, já sob a liderança de Abdullah, a frente fizera 90% dos deputados.

A coalizão dos três principais partidos de oposição conquistou cinco governos estaduais, Penang, Selangor, Perak and Kedah, e Kuala Lumpur, e manteve o controle de Kelantan.

Os maiores avanços foram da Ação Democrática, um dos partidos da minoria chinesa, e o Pas, dos muçulmanos malaios conservadores. Eles devem integrar a coligação posicionista liderada pelo partido Justiça Popular, de Anwar, que tem forte apoio entre a classe média urbana. Com 31 cadeiras, será o maior partido de oposição.

"É um momento sem precedentes", declarou Anwar. "O povo votou por uma nova era".

O Dr. Mahathir, líder histórico da Organização Nacional dos Malaios Unidos, maior partido governista, pediu a renúncia do primeiro-ministro.

Esse resultado deve abalar a Bolsa de Valores de Kuala Lumpur, a capital da Malásia. Também levanta dúvidas sobre a política econômica, inclusive a criação de zonas econômicas especiais e um corte nos subsídios aos combustíveis para reduzir o déficit orçamentário.

A campanha foi dominada por problemas como corrupção, inflação e criminalidade em alta, e o aumento da tensão étnica entre a maioria malaia e as minorias chinesa e indiana.

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