domingo, 3 de junho de 2007

China massacrou estudantes há 18 anos

Na madrugada de 3 para 4 de junho de 1989, o Exército Popular de Libertação da China investiu contra milhares de estudantes acampados há mais de um mês e meio na Praça da Paz Celestial (Tiananmen), no centro de Beijim, matando centenas, talvez milhares, de pessoas e acabando com o maior desafio ao regime comunista desde o início das reformas modernizantes de Deng Xiaoping, em 1978.

Dezoito anos depois, graças a seu extraordinário crescimento econômico, a China apresenta ao mundo uma nova imagem moderna e progressista. Com o dinheiro, os chineses têm acesso à riqueza material e já podem viajar ao exterior. Mas o regime político não mudou na sua essência. Seu objetivo é o mesmo de sempre: manter o poder absoluto nas mãos do Partido Comunista.

Nenhum dirigente chinês assumiu a responsabilidade ou pediu desculpas pela morte de centenas de estudantes, a prisão de milhares de pessoas e a fuga para o exílio de uns poucos que tiveram mais sorte. Para o partido, foi "um distúrbio contra-revolucionário".

Durante esses 18 anos, houve uma mudança de gerações no poder na China. Saíram os generais que lutaram pela revolução comunista vitoriosa em 1949. Entrou uma nova geração de burocratas criados nos quadros de um PC no poder.

Desde que assumiu, em março de 2003, o presidente Hu Jintao tenta melhorar a imagem externa do país. Mas a repressão aos dissidentes aumentou, os protestos nas províncias são tratados com maior dureza, a prática da religião e as atividades na Internet são monitoradas.

O regime não mudou mas a sociedade chinesa mudou. Cada vez mais os dissidentes se organizam ciberneticamente, com recursos que mesmo os sonhadores da Praça da Paz Celestial não poderiam imaginar.

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